sexta-feira, 26 abril , 2024
Início Autores Postagens por Fernando Darci Pitt

Fernando Darci Pitt

Apolo 11 – 50 Anos

Para alguns tudo não passa da “teoria da conspiração” e de encenação entre Hollywood e a Nasa. Já para Armstrong foi “um pequeno passo para o homem, e um salto gigante para a humanidade”, pois a história conta que há exatos 50 anos estava em curso a missão “Apolo 11”.
A missão partiu da Terra no dia 16 de julho de 1969, e, depois de uma viagem de três dias pelo espaço, entrou na órbita lunar. Concluídas as manobras necessárias, das quais o desacoplamento do módulo “Eagle” do módulo de comando e serviço “Columbia”, enfim os astronautas  Neil Armstrong e Buzz Aldrin pousaram em “Mare Tranquillitatis” (Maré Tranquila) na região da face visível da Lua, e, às 2h56 do dia 21 de julho de 1969, Armstrong finalmente foi o primeiro homem a pisar na superfície lunar, seguido por Aldrin, e lá permaneceram por aproximadamente 2h15, tempo suficiente para recolher mais de 21,5 quilos de materiais e desenvolver algumas pesquisas. Junto com eles estava o astronauta Michael Collins, que ficou em órbita controlado o módulo “Columbia”.

Uma pergunta que pode surgir em sala de aula, e também na mente de nossos leitores, é a seguinte: “Por que, depois de 17 missões do Programa Apollo (1961 a 1972), das quais 11 tripuladas e destas seis pousando em superfície lunar levando 12 astronautas ao nosso satélite natural, nem os Estados Unidos nem mesmo outro país enviou homens novamente à Lua?”.
Antes de tudo, é relevante destacar que os custos de um programa como este são elevadíssimos, para se ter uma ideia, o projeto Apollo consumiu mais de US$ 25,4 bilhões (cifras de 1973) ou US$ 107 bilhões (se atualizar este valor para 2016), além do que, os riscos envolvidos também são muito grandes, por exemplo, em Apolo 1 um incêndio na cabine durante um ensaio de lançamento matou os três tripulantes, e em Apollo 13, uma explosão no módulo de serviço durante a viagem impediu que pousassem, mas felizmente seus tripulantes conseguiram voltar vivos à terra. E o mais importante, pelas amostras que foram recolhidas e pelas missões Apollo 11, 12, 14, 15, 16 e 17, mostraram não ser economicamente viável (custo x benefício) continuar com este tipo de exploração, pelo menos naquele momento.

Mas então, se é caro, e “não vale a pena”, por que gastaram bilhões de dólares para chegar lá?
Temos que contextualizar a resposta com face ao cenário geopolítico  e econômico da época, em que Estados Unidos e União Soviética competiam entre si, e o planeta estava em plena “Guerra Fria”, e, ainda, que embora os EUA tenha levado os primeiros homens à pisar em face lunar, foi a antiga União Soviética quem primeiro chegou lá, pois havia enviado, em 1959, o veículo espacial Luna 2, que se chocou  propositalmente contra a superfície lunar recolhendo dados durante este trajeto e, o Luna 3, no mesmo ano, o qual fez as primeiras fotos da face oculta da lua. E que também na briga pela conquista do espaço foi a mesma União Soviética a primeira nação a colocar um satélite artificial em órbita terrestre em 1957, o “Sputnik 1”, e a enviar um animal ao espaço (a cadela Laika) também em 1957 no “Sputnik 2” além de ter o primeiro “cosmonauta” a orbitar a terra, o soviético Iuri Gagarin em 12 de abril de 1961.

Então, a chegar à Lua com um homem americano antes de um russo era uma questão de “ser o primeiro” nesta conquista (já que as outras haviam perdido), além de se afirmar como a nação mais poderosa na conquista espacial, e naquele momento não se conhecia todo o potencial que dominar o cosmos poderia trazer para esta. Quem dominasse o lançamento de satélites e viagens espaciais, por exemplo, também seria capaz de lançar armas nucleares intercontinentais e lançar todos os tipos de satélites espiões (o que de fato ocorreu na sequência do desenvolvimento tecnológico). E além do mais, ambas as nações trabalhavam intensamente para criar a percepção por parte de sua população, e de outras nações, do seu poderio militar. Uma espécie de “ser”, mas acima de tudo: “parecer ser!”. Ou seja, o motivo principal era mostrar que era capaz de “chegar lá” e não necessariamente “explorar” o espaço conquistado.

Como estamos na “semana” que se comemora o cinquentenário desta viagem espetacular, nos próximos dias, voltaremos a dedicar este espaço para enumerar alguns dos avanços tecnológicos que a humanidade obteve a partir da corrida espacial que antecederam e que sucederam o “Programa Apollo” e de tantos outros que se dedicaram à conquista espacial. E de uma coisa todos podemos ter certeza, em nenhum outro período da humanidade a tecnologia e as comunicações evoluíram tanto quanto em épocas de guerra, sejam elas “quentes” ou “frias”.
A propósito, o homem está se preparando para ir novamente à Lua, e também para Marte, e, certamente, empresas privadas estarão envolvidas nestas novas missões.

Leia outros textos desta coluna em http://bit.ly/fernandopitt.

Conversas privadas seguras

Já faz algumas semanas que estamos acompanhando, pelas mídias, a divulgação de supostas conversas entre membros do judiciário, e mais recentemente também o “vazamento de prints” de conversas entre membros de partidos da oposição. Não vou entrar na discussão sobre os conteúdos divulgados, e muito menos se os mesmos são verdadeiros ou simples “Fake News”, deixamos isso ao cargo das instituições competentes como a Polícia Federal. O que me proponho nesta semana é trazer algumas informações básicas de segurança para que você não seja a “próxima vítima”.

Antes de tudo é pertinente informar que existem muitas formas de invasão, das quais um hacker poderá se utilizar de diferentes ferramentas e métodos e certamente conseguirá o que deseja, seja invadindo diretamente seu computador, celular, rede, ou algumas vezes até mesmo o servidor, e nestes casos, geralmente pouco podemos fazer para nos proteger, a não ser, evitar de manter arquivos com conteúdo “sensível” em nossas máquinas e/ou em servidores pouco confiáveis.

Contudo, a maioria dos casos de interceptação de mensagens por exemplo, ocorrem graças a ao descuido do próprio usuário no uso de mensageiros instantâneos como o WhatsApp e o Telegram.  Mas existem alguns cuidados que se tomados podem minimizar muito estes riscos.
Passo 1: Só baixe estes aplicativos diretamente das lojas oficiais, além de tomar o cuidado de estar baixando do desenvolvedor original (especialmente em telefones Android).
Passo 2: Coloque uma senha para acessar o aplicativo no seu celular, assim você evita que enxeridos que por ventura tenham acesso ao seu aparelho fiquem bisbilhotando sua comunicação privada.

Passo 3:  Ative a “Verificação em duas etapas”, assim mesmo que alguém conseguir roubar o código de ativação e tentar registrar seu número em um outro aparelho que não o seu, será necessário inserir este código adicional que só você saberá. Este código é uma camada extra de segurança que visa proteger sua conta contra clonagens.

Passo 4: Sempre que utilizar o WhatsApp ou Telegram pelo computador (opção WEB), lembre-se de sair de todas as sessões abertas, ainda mais se este uso de deu em uma máquina que não seja a sua.

Passo 5: Defina quem poderá ver seu número e foto de perfil, se todos os usuários, somente os seus contatos ou ninguém. O mesmo vale para a notificação de leitura de mensagens enviadas e recebidas.

Tenha ainda os seguintes cuidados adicionais:
Nunca empreste seu celular para estranhos, pois basta apenas alguns segundos para tentar roubar o código de ativação de algum aplicativo / serviço que utiliza seu número.

Mantenha um antivírus em seu computador e também com o sistema operacional atualizado, pois se o mesmo for invadido tudo o que você fizer nele poderá ser espelhado e enviado remotamente para qualquer parte do planeta. Coloque ainda uma senha no seu PC especialmente se você o utiliza em ambientes públicos como faculdade ou trabalho, pois basta alguns minutos para instalar um programa espião nele.

 Não abra e-mails e muito menos anexos e nem clique em links de remetentes estranhos, e desconfie até mesmo de remetentes conhecidos. Você sabia que há métodos para direcionar a navegação para um endereço diferente do “aparentemente descrito” no link além de fazer o remetente real se parecer por outra pessoa?

Evite ao máximo clicar e reencaminhar aqueles “gif animados”, pois embora pareçam inofensivos podem carregar códigos maliciosos capazes de invadir seu sistema operacional. Outra forma possível de invasão e roubo de informações é por meio de aplicativos maliciosos, por isso só baixe APPs fora das lojas oficiais se realmente você confiar no desenvolvedor. Telefones com sistema operacional Android são mais vulneráveis. Embora os iPhones também possam ser invadidos, possuem camadas extras de segurança que os tornam um pouco mais seguros. Tanto um sistema quanto outro devem ser mantidos sempre atualizados.

E se por acaso mesmo com todos os cuidados você receber algum “print” de alguma suposta conversa privada sua, primeira coisa a fazer é verificar sua veracidade, pois existem alguns aplicativos que custam menos de R$8 e com os quais pode-se criar uma conversa simulada como se fosse real, seja com quem for, inclusive com áudios e vídeos e até mesmo conversas em grupo.

Por fim lembre-se, mesmo que estes mensageiros instantâneos prometam criptografia ponta a ponta, caberá a você decidir como utilizá-los, tanto na forma quanto no conteúdo. Use-os, mas não abuse.

Leia outros textos desta coluna em http://bit.ly/fernandopitt.

Libra será a nova moeda mundial?

Antes de qualquer confusão, deixe-me explicar: a Libra em questão não é a moeda oficial da Inglaterra, que lá é a Libra Esterlina (£), e sim, a nova moeda virtual do Facebook. Isso mesmo, a maior rede social do mundo, e outras grandes empresas (em torno de 27, por enquanto), estão programando o lançamento de uma nova criptomoeda a partir de meados de 2020, e ela também será designada pelo nome de “Libra”, daí desde já é necessário fazer a distinção e evitar possíveis confusões.

Uma criptomoeda é uma espécie de “dinheiro digital”, onde os mais conhecidos atualmente são o “BitCoin”, “Ethereum”, “Monero”, mas existem milhares de outras moedas virtuais, a maioria delas não é conhecida. A primeira criptomoeda descentralizada criada foi o BitCoin, em 2009, e o propósito dela é permitir transações financeiras sem intermediários, mas verificadas por todos os usuários e com registros gravados de um “banco de dados distribuído” chamado de blockhain, ou seja, não há uma entidade administradora central, e sim, vários pontos que fazem o registro de todas as transações, o que praticamente impede que ocorram fraudes no registro destas. Em outras palavras, a tecnologia Blockchain é como se fosse um livro razão de contabilidade pública (transações e saldos de contas) em que todas as movimentações são transmitidas entre os participantes da rede de forma descentralizada e transparente, porém, com informações anônimas de quem está fazendo a operação.

Uma vez que o usuário é associado a um número que somente ele conhece, e ninguém mais, o BitCoin passou a ser a moeda virtual preferida para fazer transações na “deep web” ou mesmo por criminosos de todos os tipos, pois fica praticamente impossível de ser rastreada.
No caso da nova moeda do Facebook, a “Libra Coin”, os registros das movimentações também devem ser por meio da tecnologia blockchain, através de uma rede de validadores supervisionadas pelos membros fundadores.

O propósito do Facebook em criar a nova criptomeda é bastante nobre, pois estima-se que dos mais de 2,7 bilhões de usuários dos mensageiros WhatsApp e Messenger (ambos do Facebook), nem todos têm acesso ao sistema bancário formal, fato este que limita bastante suas atividades comerciais e também de consumo. Além disso, outra área que pode ser muito beneficiada com a nova moeda é a mídia e notícias online, pois uma vez que elas têm utilizado cada vez mais o Facebook para distribuição de conteúdo, e que a remuneração tem se baseado em “pay per view” (pagar para ver), uma moeda virtual facilitaria os consumidores a “comprar” estes conteúdos online, e quem sabe até mesmo item reais anunciados na rede.

O que não está claro ainda é como nós, consumidores, poderemos ter acesso a esta moeda. Se será transferindo dinheiro para a rede como já é possível por meio de outros aplicativos disponibilizados por “Fintechs” brasileiras e estrangeiras, e também como os “donos do consórcio” irão lucrar com ela.

Contudo, é importante trazer para reflexão alguns pontos de atenção: Este grupo que está querendo promover a inclusão de bilhões de usuários em uma rede financeira paralela, é o mesmo que já se envolveu em muitos casos de quebra de privacidade, tanto de adultos quanto de menores. É acusado, ainda, de manipular a eleição de vários países por meio de publicações patrocinadas direcionadas, de tal modo a mudar a opinião sobre determinados candidatos e/ou temas em discussão.

Há de se considerar que se os planos da criação da “Libra Coin” e também de sua adoção forem exitosos, como se prevê, poderá estar sendo criada uma moeda mais forte do que a existente em muitos países emergentes, e que sua possível manipulação de cotação, por exemplo, poderia impactar negativamente na economia dos mesmos de forma danosa.

Mais dúvidas do que certezas até o lançamento. Enquanto as regras de aquisição e funcionamento não sejam claramente definidas, devemos ficar atentos aos riscos que esta nova moeda poderá criar aos países e organizações do planeta.

Porém, uma coisa é certa, assim como tem ocorrido em muitos setores, a tecnologia também irá revolucionar a forma com que as pessoas guardam e gastam seu dinheiro.
Leia outros textos desta coluna em http://bit.ly/fernandopitt.

Mídias sociais: o novo vício

Você se considera um viciado em mídias sociais? Não?! Tem certeza?

Vamos fazer um teste: entre no menu de ajuste do seu celular e encontre a opção “tempo de uso”, e então, confira qual foi o tempo médio de uso do aparelho no dia de hoje, qual foi a média nos últimos sete dias, e, especialmente, quais foram os principais aplicativos utilizados e por quanto tempo. Aposto que a maioria dos nossos leitores irá se surpreender com o tempo dedicado para os aplicativos de mídias sociais e mensageiros instantâneos.

O problema não está nos aplicativos e nem no uso deles, mas sim, no exagero e abuso na utilização sem fins claros de trabalho e de produtividade. Assim como ocorre com os mensageiros instantâneos, milhões de pessoas passam o dia inteiro consultando e interagindo nos seus perfis do Facebook, Instagram, Twitter, Pinterest, Snapchat, entre outros, apenas como um agente passivo interessado em saber o que os “outros” estão fazendo, para onde estão viajando, para saber o que estão vestindo e comendo. Reflita: quais os reais benefícios você tem em seguir uma “personalidade global”? Você sabia que provavelmente ela recebeu muito dinheiro para aparecer com aquela roupa, e que isso tem o propósito de lhe convencer em comprar um conjunto igual?
Antes que você pense em sair de todas as redes e desinstalar os APPs, é importante dizer que essas ferramentas, se bem utilizadas, são muito importantes para manter pessoas distantes conectadas, agendar eventos e fazer convites para desconhecidos, além de ajudar a promover a marca do seu negócio e até mesmo para que você possa compartilhar com o “mundo” suas conquistas e bons momentos (mas com moderação).

Quanto a considerar um vício, são vários os sintomas que podem indicar esta tendência, das quais podemos citar alguns:

• Acessa seus aplicativos a todo instante, antes mesmo de levantar pela manhã e antes de adormecer à noite;

• Habilita todas as notificações possíveis para não perder nada;

• Fica desesperado quando está em algum ambiente sem internet;

• Escreve textão para tudo que acontece;

• Criou um perfil até para seu “pet”;

• Fica ansioso sempre que alguém demora em responder um novo convite;

• Anuncia para todos que você está fazendo, com quem está, qual seu almoço, e acreditem!

Alguns chegam ao extremo de compartilhar até intimidades.

Talvez você não tenha se identificado como um viciado, mas certamente faz parte dos mais de 60% dos brasileiros que acessam regularmente algum aplicativo deste gênero, seja para fins pessoais ou profissionais. No mundo, estima-se que mais de quatro bilhões de habitantes tenham acesso à internet, e que, destes, 3,1 bilhões (42%) sejam usuários ativos de redes sociais online, sendo que pelo menos 2,9 bilhões o fazem a partir de dispositivos móveis, especialmente Smartphones.

Assim, o uso e interação frequentes com seus “amigos” e “seguidores” fazem parte deste novo momento da humanidade, em que o virtual e o físico se misturam e se confundem com muita frequência, mas tome cuidado para não se expor demais (crimes já foram cometidos com base em informações encontradas no Facebook), nem comprar brigas que não são suas, só por se achar protegido atrás de uma tela. Lembre-se: não existe anonimato total na rede, e tudo que você escrever ficará registrado para “sempre”, e como já escrevemos, tanto governos quanto empresas atualmente têm como prática pesquisar novos candidatos a empregos e imigração.
Por fim, que tal fazer um teste e mudar um pouco o conteúdo do seu feed?

Então deixe de seguir “personalidades” e comece a seguir “artistas”, deixe de seguir “humor barato” e comece a seguir “museus”.  Veja algumas dicas legais: @museelouvre, @natgeo, @natgeotravel, @scribacafe.

E o mais importante, nosso tempo é limitado! Então não podemos deixar que este “vício” impacte negativamente no nosso dia a dia, principalmente roubando o espaço de tempo que deveria ser dedicado para o aprendizado de coisas novas, seja na educação formal ou informal.

Ah! Não esqueça, perfil pessoal e perfil profissional são duas coisas diferentes, não os misture.

Fake News – Não entre nessa!

Com o lançamento dos Smartphones e dos aplicativos que temos acesso hoje, como os mensageiros instantâneos e os de notícias, o mundo todo ficou muito mais conectado e com potencial de saber, em tempo real, tudo que está acontecendo em qualquer parte do planeta. Associado às facilidades da tecnologia com a necessidade do ser humano de se sentir “pertencente” a algum grupo/tribo, mais e mais vimos as comunidades digitais se proliferando e crescendo.

Como discutimos nas últimas semanas, no intervalo de apenas um minuto, quase 60 milhões de mensagens são trocadas (somente no WhatsApp, Facebook Messenger e SMS), mais de 188 milhões de e-mails enviados, além de quase 88 mil novos tweets. Não podemos esquecer que temos ainda dezenas de outros mensageiros instantâneos e plataformas de mídias sociais, o que torna a distribuição de conteúdo praticamente incontrolável.

E é exatamente neste contexto que surgem as chamadas “Fake News”, que nada mais são do que notícias falsas distribuídas como se fossem fatos para bilhões de pessoas ávidas para “participar”, nem que seja reencaminhando o que acaba de receber no WhatsApp.

O termo foi cunhado em 2016, durante a eleição norte-americana entre os candidatos Donald Trump e Hillary Clinton, em que notícias com conteúdo falsos ou manipulados eram compartilhadas por meios eletrônicos. Mas esta prática é muito mais antiga do que podemos imaginar, embora com outros nomes, o que acontece é que agora ela encontrou um meio ideal para se propagar praticamente na “velocidade da luz”, ou melhor, dos circuitos eletrônicos.
Os propósitos de uma Fake News podem ser muitos, desde uma simples brincadeira até mesmo mudar o curso de uma nação, passando por injúria de pessoas de bem e danificar a imagem de empresas sérias.

Um exemplo de entretenimento, sem motivos obscuros aparentes, ocorreu há mais de 80 anos, quando na noite de domingo de 30 de outubro de 1938, pela emissora Columbia Broadcasting System (CBS), nos Estados Unidos, na época de ouro do rádio, o radialista Orson Welles e a companhia teatral Mercury Theatre on the Air narraram, de forma dramatizada, uma adaptação do livro A Guerra dos Mundos, de H. G. Wells. Embora houvessem avisado no início da transmissão que se tratava de uma obra de ficção científica, estima-se que mais de seis milhões de ouvintes tenham acompanhado o programa com uma hora de duração, sendo que mais da metade começou a ouvir depois do início, e que destes, mais de 1,2 milhão acreditou que se tratava de uma invasão real de “marcianos” na Terra. Acontecimento este que marcou a história do rádio, e também levou muita gente para os hospitais por crises nervosas. Evento parecido aconteceu em 1971, quando do aniversário da Rádio Difusora de São Luís, no Maranhão, uma programação similar foi transmitida, causando muito pânico e inclusive o fechamento do comércio do Centro Histórico. Nestes casos, aparentemente não se tratava de uma Fake News planejada, apenas uma brincadeira, mas com efeitos reais danosos.

Já na questão de mudar o rumo de algum acontecimento, como a política de um país, temos um exemplo real e muito conhecido no Brasil, o senhor Assis Chateaubriand, o Chatô. Entre os anos de 1930 e 1960, foi dono do maior conglomerado de mídias da América Latina, e entre suas formas de agir, não faltavam acusação contra ele de insultar ou criar mentiras contra empresários e/ou políticos com interesses diferentes dos seus.

Infelizmente, presenciamos, ainda, a grande mídia nacional e internacional muitas vezes manipulando manchetes com o interesse de favorecer ou prejudicar personalidades específicas. Fazem isso escrevendo manchetes direcionadas e/ou matérias com vieses tendenciosos, ou ainda divulgam “diálogos” ou “documentos” totalmente fora do contexto e de ordens cronológicas, dando assim um novo sentido às falas.

Teríamos inúmeros outros exemplos, desde a era pré-cristã até os dias atuais, mas para ser mais direto, vamos nos concentrar em como nos proteger e evitar de sermos os grandes distribuidores de notícias falsas.

Como os principais meios de distribuição hoje são os smartphones, que nos acompanham 24 horas, sempre que receber um novo “furo de reportagem” ou algo “exclusivo”, comece a desconfiar. É sabido que a mídia tradicional tem seus próprios interesses, então é realmente possível que esteja recebendo alguma informação complementar a algum assunto censurado no “Jornal das 20h”, mas também é possível que se trate apenas de notícia falsa ou alarmista.

Então, antes de tudo, não acredite de pronto no que você recebe, seja nas mídias sociais ou por meio dos mensageiros instantâneos. Se a mensagem começar com uma frase do tipo “Veja antes que eles apaguem…”, “Eles não querem que você saiba…”, este tipo de texto já indica que estão querendo que você compartilhe o quanto antes, então provavelmente é uma Fake News.

Ao receber ou ler uma notícia destas, a primeira coisa que você deve fazer é consultar diretamente na fonte. Se ela vir como sendo de um grande jornal, é muito mais fácil, basta acessar o site, perfil, ou mesmo o Twitter desta fonte e conferir se a matéria está lá.

Para outras notícias que não têm como serem checadas na fonte, a sugestão é consultar em outros meios. Existem sites especializados em apontar a veracidade. Um dos mais conhecidos é o “e-farsas” (www.e-farsas.com), que desde 2002 se dedica a desmistificar boatos na internet. Tem ainda o “Boatos.org” (www.boatos.org), “aos fatos” (https://aosfatos.org), dentre muitos outros. Se mesmo assim não encontrou nada a respeito da sua dúvida, então dê uma “googlada”, que certamente haverá alguma informação lá.

Por fim, mesmo que a notícia seja verídica, reflita se é realmente necessário continuar com esta corrente de compartilhamento.

Leia outros textos desta coluna em http://bit.ly/fernandopitt.

Dieta de informação – você precisa fazer!

Como descrevemos nas últimas colunas, é perceptível para a maioria das pessoas que o mundo está cada vez mais dinâmico e veloz, e que além de tudo a geração de conteúdo, seja na forma de conhecimento ou informação, está dobrando de volume em prazos cada vez menores. Vejam que tudo que foi produzido desde que o homem começou a registrar sua história até o início da era do cristianismo (lá pelo ano “zero” da nossa era), levou mais de 18 séculos para ser multiplicada por dois, o que ocorreu por volta da Revolução Industrial nos anos de 1750. Já em 1900, eram necessários 100 anos para dobrar todo o conhecimento produzido no planeta, e em 1945, apenas 25 anos. Atualmente, são necessários menos de 12 meses, e pasmem, estima-se que por volta do ano de 2020, isso ocorrerá em menos de 12 horas.

Esta verdadeira “avalanche” de dados e informações que chegam a nós, além da crescente oferta de entretenimento para que possamos consumir por streaming (como Netflix e o YouTube), além do acesso em tempo real de tudo que está ocorrendo no mundo neste exato instante, têm sido responsáveis pelo aumento na ansiedade de milhões de pessoas. Duvida? Então o desafio para que converse com seus conhecidos do trabalho e/ou amigos e verá que a maioria terá uma resposta do tipo: “Estou cansado. Muita coisa para fazer. Não estou mais dando conta. Tudo está passando muito rápido, etc.”.

Somado a isto, ainda temos os mensageiros instantâneos, sobre os quais escrevi nas duas últimas semanas, que são responsáveis por nos trazer mais informações ainda (nem todas verdadeiras e relevantes), e é claro, os aplicativos dos grandes portais de notícias (e dos repórteres amadores também!) que são responsáveis por nos informar sobre tudo em todos os momentos.

Querem ver um paradoxo gerado por esta alta interconectivade entre as pessoas e os geradores de conteúdo? Um exemplo claro disso é o seguinte: por mais que os números e pesquisas indiquem que o mundo nunca esteve “tão seguro” quanto observado nestas últimas décadas, e que as taxas de mortalidade por diversos motivos, como fome e doenças, também sejam as mais baixas já observadas, a “sensação geral” é que estamos vivendo em um verdadeiro caos e em um “mar de sangue”. Pare um minuto a leitura e reflita: você também percebe isso?

A explicação é simples. Antes da popularização do rádio (por volta do ano de 1930, no Brasil) as pessoas, quando recebiam informações era de forma escrita (poucos sabiam ler) ou pelo boca-a-boca. Posteriormente, começaram a ouvi-las, e então “vê-las” depois da popularização da TV (que inicia por volta dos anos de 1950/60), no Brasil. E assim continuou até o início dos anos 2000. Acontece que, neste modelo, você precisa estar próximo a um rádio ou em frente à TV para receber estas notícias, e, ainda, as mesmas são fruto de uma seleção editorial e normalmente são transmitidas em horários pré-definidos.

Com a chegada e popularização dos smartphones, e consequentemente dos aplicativos de notícias e mensageiros instantâneos, passamos a ter acesso a isso tudo 24 horas por dia e em qualquer lugar, com alguns “detalhes” que fazem toda a diferença.

Muitas notícias que antes não eram destacadas na mídia tradicional, agora estão disponíveis na tela do celular. Muitas fotos, vídeos e/ou detalhes que antes eram omitidos, seja por economia de tempo ou por cortes do editor, agora também estão ali. Sem contar que não dependemos mais somente das mídias tradicionais para ficar sabendo de tudo.

Se até alguns anos atrás, por vezes não ficávamos sabendo nem mesmo do que ocorreu na nossa rua ou no nosso bairro, agora temos acesso a tudo, e muitas vezes em tempo real, por meio das “lives” produzidas pelos “repórteres amadores”.

Adicione ainda uma “pitada” de ingenuidade (ou maldade mesmo), em que se não bastasse toda esta enxurrada de notícias, muitas delas propositalmente apresentadas de forma alarmista para chamar a atenção do consumidor, ainda temos as chamadas “Fake News”, que em tradução direta seria as notícias falsas.

Então, não é o mundo que está mais violento, e sim nós, que passamos a saber mais do que acontece. E é por este motivo que se justifica começarmos a fazer uma “dieta de informações”.
Reflita, você realmente precisa:

• de todos aqueles APPs de notícias no seu celular?

• estar ligado naqueles canais de notícias 24 horas por dia?

• ter acesso a todos aqueles portais de notícias, jornais e revistas?

• compartilhar aquela notícia recebida pelo WhatsApp, sem saber se ela é verdadeira?

Quanto sugiro uma “dieta”, quero dizer que devemos ter um “consumo” de qualidade e em quantidade adequada, e não uma abstinência total. Ou seja, você deve continuar se informando de tudo que acontece, mas de forma moderada.

Quer uma sugestão de consumo de qualidade e com escolha? Entre no grupo de WhatsApp do próprio Jornal Notisul, onde são enviadas as principais notícias da região, do país, e do mundo. Uma vez recebidas, o poder de escolher quais lhe interessam é SEU!

A tecnologia está aí para nos ajudar, proporcionar-nos maiores conectividade e interação entre as pessoas, e não para nos deixar doentes.

Consuma notícias, mas com qualidade.

Leia outros textos desta coluna em http://bit.ly/fernandopitt.

WhatsApp – Boas maneiras de uso

O texto da última semana rendeu várias manifestações de concordância, e umas tantas de reprovação. Só para relembrar nossos leitores, escrevemos sucintamente sobre a necessidade de nos controlarmos no uso dos mensageiros instantâneos, em especial o mais conhecido de todos que é o WhatsApp. Isso por que eles nos acompanham praticamente 24h por dia, e em qualquer lugar, tanto que parece que virou uma obrigação responder as mensagens assim que elas chegam, além de ter que interagir em todos os grupos que participamos. Muitos destes leitores sugeriram que déssemos continuidade ao tema e descrevêssemos algumas “boas maneiras” do uso principalmente no que tange a sua aplicação no meio profissional.
Antes de mais nada, vale ressaltar que nas mensagens individuais entre usuários, e também nos grupos sociais (família e/ou amigos), o que vale são as regras definidas pelo grupo, tanto na forma quanto no conteúdo das mensagens (claro, desde que estas mensagens e imagens não transgridam nenhuma lei vigente).

Para entender como chegamos até aqui, precisamos voltar praticamente no início da história da internet, pois os primeiros mensageiros surgiram ainda no final dos anos 1980. Um dos mais famosos daquela época foi o IRC – Instante Relay Chat (provavelmente você irá lembrar do mIRC), depois veio o ICQ, Windows Live Messenger, Skype (existente ainda hoje), entre muitos outros. Claro, sem esquecer dos famosos chats dos provedores como “Terra” e “UOL” onde as salas eram criadas por alinhamento temáticos. Porém, todos estes aplicativos até então eram acessados exclusivamente por meio de um computador conectado à internet. Com o surgimento dos SmartPhones novos mensageiros foram lançados especialmente para rodar nos nossos telefones, e estarem disponíveis “instantaneamente” em qualquer lugar e em qualquer tempo, bastando ter uma conexão wifi ou 3G/4G. O mais popular no Brasil atualmente é WhatsApp, que foi lançado em novembro de 2009, e estima-se que tenha mais de 1,5 bilhões de usuários no mundo e mais de 120 milhões só no Brasil.

E é essa facilidade de uso alinhado com a portabilidade e popularidade que o tornam tão necessário no nosso dia-a-dia, mas também nocivo e por vezes “muito chato!”. Então, se liga nas dicas abaixo para tirar o máximo de proveito dele sem se tornar o “chato do WhatsApp”.

• Evite de ficar criando “grupos” para qualquer assunto. Se o fizer, considere apagá-lo ao término do evento;

• Alguém te adicionou no grupo, e se sair pode não “pegar bem”? Então, considere silenciá-lo;

• Alguém saiu do grupo de você criou? Evite adicionar novamente a pessoa (além do WhatsApp bloquear) também pode não “pegar bem”. Se realmente se fizer necessário a participação do outro, envie uma mensagem no “privado” explicando o motivo;

• Ao criar novos grupos, se possível, considere adicionar as pessoas por convite, e não diretamente;

• Por mais prático que seja, evite mandar áudios. Se o fizer, seja breve e direto no assunto. Se o tema precisar de muita explicação, então considere fazer uma ligação (pode ser gratuita pelo próprio APP);

• Ao receber áudios, não os ouça em viva voz se estiver em grupo, opte pelo fone de ouvido. Outra maneira é levar o telefone imediatamente ao ouvido quando iniciar a reprodução (como se fosse atender uma ligação), assim o som será alternado do alto-falante externo para o interno;

• Vai mandar fotos nos grupos da empresa? Considere enviar o mínimo possível e só aquelas que realmente são necessárias. Nunca compartilhe fotos comprometedoras e muito menos de acidentes ou de tragédias;

• Você está num grupo onde foi postado um assunto relevante? Então considere parabenizar quem o fez no “privado”. Evite ao máximo utilizar os “emojis” como reação (palminha, joinha, beijinho, carinhas de sorriso ou tristeza, etc);

• Alguém postou uma mensagem no grupo e você não concorda com ela? Se quiser partir para discussão, novamente sugiro que o faça no “privado”, pois o propósito de um grupo profissional não é para ser um “ringue de bate boca”;

• Sempre escreva seus textos em “caixa baixa”, pois se utilizar o “caps lock” (letra maiúscula) indicará que você está “gritando”;
• Precisa uma resposta imediata? Talvez o melhor seja ligar em vez de mandar uma mensagem;

Silencie seu WhatsApp

Mesmo incomodado você não “pode” sair dos grupos profissionais? Então segue algumas dicas para minimizar seus impactos:

• Silencie os grupos. Você continuará recebendo as mensagens normalmente, porém, não será mais notificado a cada nova mensagem;

• Desligue as notificações. Todas as mensagens chegarão normalmente, mas você não será mais notificado de nenhuma, seja de conhecidos ou de grupos;

• Crie dois WhatsApps, um pessoal e outro profissional. Com o lançamento do WhatsApp Business é possível ter até dois simultaneamente em seu telefone. Deixe um para uso pessoal e outro profissional (este inclusive com possiblidade de configurar mensagens automáticas);

• Para economizar o uso de dados, configure para fazer o download de mídias somente quando estiver conectado em redes wifi;

Dicas de Segurança Por fim, algumas dicas de segurança:

• Nunca, JAMAIS! Compartilhe o código de ativação. Este é o principal modo de “roubar” sua conta. Se receber uma mensagem com o código de ativação, e alguém ligar ou escrever pedindo este código, independente da desculpa, este interlocutor estará querendo “roubar” sua conta;

• Considere ativar a “Confirmação em duas etapas”, ou seja, mesmo que alguém tente “roubar” sua conta, ainda assim será necessário digitar um “PIN” que só você saberá (não perca o mesmo, senão nunca mais poderá transferir sua conta para outro aparelho).

Este é um assunto que poderia render muitos textos ainda, mas acredito que esta breve abordagem já sirva para instigar uma reflexão quanto ao nosso uso destes maravilhosos e úteis mensageiros instantâneos.

Use, mas não abuse!
Leia outros textos desta coluna em http://bit.ly/fernandopitt.

WhatsApp – use, mas não abuse!

Que o mundo está cada vez mais dinâmico e veloz ninguém mais tem dúvidas, ou melhor, não “sobra mais tempo” para ter este tipo de questionamento. Toda a informação gerada pela humanidade tem dobrado de volume em menos de um ano, e estima-se que por volta de 2020 serão necessários menos de 12 horas para tal.

E você, está conseguindo acompanhar tudo isso? Deixem-me adivinhar? Hummm… certamente não, e isso pode estar lhe causando uma grande ansiedade e aquela sensação de que deixou “algo por fazer, por estudar, por aprender, aquele seriado para assistir, aquele livro para ler, aquela mensagem por responder, e ainda muitas outras coisas que deveriam ter isso vistas e não foram”.

Mas espera um momento. Vamos distinguiu um ponto muito importante, nem todo este “conhecimento” gerado é “conhecimento”. Como assim? Isso mesmo, muito do que está sendo produzido e arquivado nos servidores espalhados ao redor do mundo é mera informação, como essas que lemos ou assistimos diariamente nos telejornais, entretenimento, além de dados sobre o perfil de navegação e de consumo de todos nós e é claro, das milhões de mensagens trocadas diariamente por meio dos mensageiros instantâneos. Segundo o Fórum Econômico Mundial, estima-se que sejam trocadas mais de 41 milhões de mensagens por minuto, só considerando o WhatsApp e o Facebook Messenger.

Este comportamento é o responsável por gerar uma ansiedade muito grande na maioria das pessoas, de tal modo que a maioria dos usuários acaba interagindo dezenas de vezes por dia com seu telefone, alguns até centenas, e os mais “viciados” até milhares de vezes. Afinal, está tudo ali, basta olhar para o aparelho que lá está o alerta de mais uma notificação de notícia, das interações nas mídias sociais, ou dos mensageiros instantâneos que utilizamos.

Já no grupo de aplicativos que facilitam nossa comunicação de forma geral, os mesmos podem ser classificados como excelentes por facilitar muito a vida de todos, em especial para aqueles que precisam de uma resposta imediata no seu ambiente de trabalho ou familiar.
Porém, nem tudo são flores, e o que existe para nos ajudar muitas vezes torna-se um vilão para a saúde mental das pessoas, pois como já citamos, acaba sendo o responsável por gerar muita ansiedade.

E é neste ponto que proponho um uso consciente dos mensageiros. Vamos ver alguns exemplos? Será que você também não está sendo um gerador de ansiedade em seus pares?
Um caso típico no uso dos mensageiros instantâneos, como o WhatsApp, Skype, Hangout, Telegram, entre outros, é quando um interlocutor envia um e-mail, por exemplo, mas ao mesmo tempo envia uma mensagem avisando do e-mail, e uma segunda com o conteúdo do mesmo. Alguns mais ansiosos, em poucos minutos, irão também enviar uma terceira mensagem cobrando a resposta.

Estes mensageiros também oferecem a possibilidade de criar grupos específicos, agregando comunidades de interesses similares, de participantes de um mesmo projeto / setor ou empresa, e os mais comuns, grupos familiares e de amigos. Nas comunidades informais, vale a regra estipulada pelos participantes, agora, nos grupos de trabalho o “bom senso” deveria ser o imperativo, pois não raro alguém exagera postando inúmeras “selfies” com a intensão de mostrar o desenvolvimento de seu trabalho, e outros tantos por sua vez interagem com estes por meio dos emojis (as carinhas, o joinha, as palminhas, e centenas de outras formas). Ah, eu já ia esquecendo, tem aquelas pessoas que passam todos os dias em todos os grupos para dar “bom dia!” e compartilhar correntes de “orações” ou coisas do tipo.

Comportamentos como este são prejudiciais para todo o grupo, pois em questões de minutos você acaba se deparando com centenas de notificações de mensagens não lidas naquele grupo importante do trabalho, e a ansiedade automaticamente aumenta para saber o que de tão importante está sendo dito. Porém, ao abri-lo verá que não era nada além de “algumas fotos” e muitas interações.

Se sou contra interagir nos grupos do WhatsApp? Não, não sou contra, apenas acredito que deveria haver um mínimo de “bom senso”. Quais as consequências deste uso inadequado? Eu apontaria pelo menos duas:

1. Pessoas cada vez mais ansiosas e viciadas no smartphone, não largando ele nem mesmo para ir ao banheiro;

2. Pessoas que passarão cada vez mais a sair de grupos, silenciá-los, ou simplesmente ignorar as notificações e mensagens por não acreditar mais que há alguma informação útil no meio de tantas “interações”. (Eu estou neste grupo de usuários, e muitas vezes deixo de abrir mensagens importantes por não dar mais crédito às dezenas de notificações que por vezes se acumulam na tela do celular).

Então, considerando as facilidades criadas pelos mensageiros instantâneos, os utilize sempre que necessário de forma racional e interaja com sabedoria, em especial nos grupos de trabalho.
E atenção, se abusar, poderá ser “Bloqueado”!

Leia outros textos desta coluna em http://bit.ly/fernandopitt.

Aprendizagem Ativa – uma “skill” necessária

Acabamos o texto da última coluna com uma provocação, na qual questionávamos se você se considera um aluno ou um estudante. Sinceramente, espero que tenham refletivo quanto a importância de se considerar, e o mais importante, agir como um estudante.

O Fórum Econômico Mundial no seu documento intitulado de “The Future of Jobs Report 2018”, declara que entre as principais competências do profissional do futuro nos próximos cinco anos a capacidade de Aprendizagem ativa e estratégias de aprendizagem está entre as primeiras, e que ainda entre 2018 e 2022, um total de 75 milhões de cargos poderão ser substituídos por máquinas e algoritmos, e em contra partida, estima-se que ao mesmo tempo poderão ser criadas mais de 133 milhões de novas vagas para outras atividades no mesmo período.
 
Neste mesmo contexto, nas duas últimas semanas abordamos o tema referente a grande quantidade de brasileiros desempregados, ao mesmo tempo que há milhares de vagas não preenchidas. O motivo? Novas funções que exigem qualificações diferentes das tradicionalmente adquiridas até os dias de hoje.

Então, qual a relação entre desempregados, vagas de emprego não preenchidas, competências do profissional do futuro, e entre essas a de Aprendizagem Ativa? E ainda, como não sabemos em qual ou quais profissões nossos filhos irão trabalhar qual caminho seguir?

Bom, as respostas (isso mesmo, as respostas!) são muitas, e faríamos o papel de “adivinha” se viéssemos neste espaço dizer quais são os melhores cursos e também quais as novas profissões que surgirão. Mas considerando a “Aprendizagem Ativa” como uma competência a ser desenvolvida, vamos tratar um pouco mais sobre o seu real significado.

Antes de mais nada, é necessário distinguir este novo modelo da chamada “aprendizagem tradicional”, onde o aluno age meramente como um “receptor” dos conteúdos que seus professores, os “transmissores”, direcionam-lhe. Geralmente, este processo ocorre sem grandes questionamentos e as “matérias” abordadas são aceitas como sendo o que há de mais verdadeiro sobre os temas abordados.
 
Ocorre que, neste mundo de constante evolução e revolução tecnológica, o conhecimento de toda a humanidade tem crescido de forma exponencial, sendo humanamente impossível qualquer pessoa acompanhar tudo de novo que é descoberto e divulgado diariamente, seja pela ciência básica ou aplicada ou até mesmo nos acontecimentos históricos e econômicos.  Isso mesmo, acontecimentos históricos, pois se para nós hoje são meras notícias nos telejornais, amanhã serão a história da humanidade. 

E é exatamente por este motivo, dentre outros, que o estudante deve passar a ter uma atitude ativa no seu processo de aprendizagem, e nós educadores, devemos proporcionar esta condição para nossos educandos. 

Como isso pode ser feito? Com o uso da tecnologia claro! Mas não somente com ela.
Querem ver um exemplo disso? Lembram daquela experiencia em que colocávamos um grãozinho de feijão para brotar no algodão? Pois bem, imaginem o quanto podemos tornar nossas crianças ativas no seu aprendizado, se direcionaremos elas para que busquem elas mesmas todos os processos envolvidos, desde a semeadura até a germinação. E é claro, nesta hora que a tecnologia volta. 

A diferença está entre nós “ensinarmos” o que está acontecendo no modelo de aprendizagem tradicional, para os próprios alunos “aprenderem” no processo de aprendizagem ativa. 

E o melhor, com práticas constantes e estruturadas como essa, vamos ensinando nossos estudantes a “Aprenderem a Aprender”, que é uma das competências mais importantes neste cenário sócio econômico mundial que nossa humanidade vive hoje. Pois se não sabemos o que virá amanhã, pelo menos sabemos como “Aprender” o novo que chegará.

É fácil fazer deste modo? Certamente não é. Pois é necessário que saiamos do papel central, e muitas vezes considerado o mais importante, para nos tornarmos um personagem que por vezes será apenas um “coadjuvante”, e em outros momentos um ator mediador, um facilitador. Muitas outras vezes Um Mentor.

Como todos devem ter percebido, hoje existem ferramentas que são muito mais eficazes que nós quando se trata de reproduzir conhecimento. O YouTube é um exemplo disso, e com a vantagem de permitir assistir o mesmo vídeo quantas vezes quisermos, ou se não estiver interessante, passar para o seguinte no mesmo instante. 

Assim, nosso papel como educadores é o de dar ajudar nosso educando a aprender a aprender. Já dos Pais, é viabilizar o acesso ao conhecimento, acompanhar o desempenho escolar e estar presente na vida de seus filhos. Já dos Estudantes, espera-se que tenham consciência que a diferença entre ser o protagonista principal, ou um mero espectador da sua própria vida, só depende deles e de mais ninguém. 

Leia outros textos desta coluna em bit.ly/fernandopitt.

Competências para o profissional do futuro

Sobram desempregados, sobram vagas! Este foi o tema que abordamos na última semana, onde também discorremos sobre um “oceano azul” de oportunidades em novas carreiras que estão sendo criadas com o advento de novas tecnologias, além do aprimoramento das já existentes. Isso exige de todos os trabalhadores, mas em especial dos jovens e também das crianças que ainda nem ingressaram na escola, o desenvolvimento de novas competências pessoais e profissionais para garantirem sua empregabilidade, além é claro, de ter o mantra de “aprender sempre” como uma regra de vida.

Não bastasse a necessidade de estar sempre atualizado e em constante adaptação às mudanças no mercado de trabalho, ainda se depararão com uma realidade de eliminação da grande parte das carreiras atuais e criação de muitas outras. Um documento de 2016, do Fórum Econômico Mundial, intitulado como “Futuro das Profissões” (The Future of Jobs 2016 – World conomic Forum), já no início do capítulo 1 apresenta uma estimativa de que 65% das crianças que estão entrando agora na escola, irão trabalhar em atividades completamente novas e que ainda não existem.

Tenho certeza que tanto nossos jovens, mas principalmente os pais de crianças, neste momento, devem ter tido um “arrepio na coluna” e um misto de dúvida com desespero. Como se preparar para profissões que nem existem ainda? Ou pior, aprender o que? Fazer qual curso? Estas são apenas algumas das dúvidas que muitos devem ter no momento.

As dúvidas são grandes mesmo, e o futuro um tanto quanto incerto, podendo ser trágico para os que se acomodarem e deixarem de ser “aprendedores constantes”, e gloriosa para os que encontrarem o caminho. Por sorte, o próprio Fórum Econômico Mundial em um outro documento que atualiza o primeiro, intitulado de “The Future of Jobs Report 2018”, apresenta uma comparação com as dez (10) principais competências que são tendências para 2022, e as dez (10) que entrarão em declínio.

As 10 principais competências para 2022 são:
• Pensamento analítico e inovação
• Aprendizagem ativa e estratégias de aprendizagem
• Criatividade, originalidade e iniciativa
• Design e programação de tecnologia
• Pensamento e análise crítica
• Solução de problemas complexos
• Liderança e influência social
• Inteligência emocional
• Raciocínio, resolução de problemas e ideação
• Análise e avaliação de sistemas

Já as 10 competências em baixa no mesmo
ano serão:

• Habilidades manuais, resistência e precisão
• Capacidade de memorização, habilidades verbais, auditivas e visuais
• Gestão de recursos financeiros e materiais
• Instalação e manutenção de tecnologia
• Leitura, escrita, matemática e escrita ativa
• Gestão de pessoal
• Controle de qualidade e conscientização de segurança
• Coordenação e gerenciamento de tempo
• Habilidades visuais, auditivas e de fala
• Uso, monitoramento e controle de tecnologia

Estas competências foram retiradas diretamente do documento “Future of Jobs Survey 2018, World Economic Forum”, e se você for agora na internet “googlar” pelas 10 competências do profissional do futuro, certamente irá se deparar com inúmeros sites que as relacionam, e por vezes, encontrará uma relação ligeiramente diferente destas. Por que isso acontece? Pelo fato de que é um documento em constante evolução e revisão, e dependendo do ano que foi publicado a texto em questão poderá ter tido base diferentes.

Só conhecer quais serão as competências em alta daqui a 4 anos pode ajudar, mas nem tanto, o mais importante é saber o que elas significam e como se preparar para tal. E como o tema é muito extenso, irei explorá-lo mais nas próximas semanas e o revisitarei sempre que tiver oportunidade.

Para finalizar, uma provocação. Para os que me acompanham desde o início lembram do título da primeira coluna? Ela se chamava “Você é um aprendedor?”, e não por acaso, pois como o próprio World Economic Forum visualiza, a “Aprendizagem ativa e estratégias de aprendizagem” será uma competência em alta nos próximos anos.

E você que está matriculado e vai todos os dias para aula, se considera um “aluno” ou um “estudante”?

Tem diferença Siiiiiimmmm! Aluno frequenta a escola, faz atividades e geralmente estuda, mas o estudante vai muito além, pois se preocupa em realmente aprender e aproveita para se preparar para os desafios da sua futura vida profissional.

Como tarefa de casa para nossos Pais, Estudantes e Educadores, tentem avaliar o grau de maturidade de vocês em cada uma destas competências.
Leia mais textos desta coluna em: http://bit.ly/fernandopitt

Verified by MonsterInsights