quinta-feira, 9 maio , 2024

Como abrir o coração

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Como abrir o coração

Mãe, quero fazer uma festa surpresa para você. Disse meu filho de 4 anos, do nada.
2 dias depois, chego do trabalho e.. Surpresa!! Docinhos coloridos, bandeirolas de unicórnio, bolo decorado em forma de coração e muitos abraços apertados.

Não era meu aniversário nem nada. Não havia um motivo especial para comemorar.
Tentei descobrir de onde ele tirou essa ideia, mas só soube que infernizou a todos ao redor para concretizar.

Eu não tinha entendido muito o que era até notar que ele, no seu pequeno grande corpinho de criança, estava apenas demonstrando o seu amor. E encontrou na festa, um jeito de se expressar. Não lembrava de ver esse amor tão de perto de forma tão pura.
E a gente ainda duvida da nossa própria capacidade de amar.

Im here for you. Estou aqui para você.

Essa frase martelava em minha cabeça, um dia depois de me esbaldar em salgadinhos em copos de unicórnio e aos poucos comecei a relembrar o que ela significava. Escutei essa frase na quarentena em 2020, quem falava era o monge budista e escritor
Thich Nhat Hanh, que para mim, resumiu totalmente o sentido verdadeiro do verbo amar.

Amar é estar disponível para o outro, inteiro. E mais nada. Essa é a forma mais clara que uma criança entende que é amada. Tem ligação direta com nossa capacidade de presença (de corpo e alma), só de corpo não resolve.

Bem, mas cada um aprendeu uma forma diferente de se expressar. Há quem faça bolos, há quem dê presentes. Talvez às vezes isso comunique algum sentimento. Mas o maior
presente que você pode dar, é a presença. E não quer dizer simplesmente estar junto, é
aceitar o outro como é e está.

Descobri também, que o ser humano já nasce com essa capacidade de amar.
Infelizmente são as experiências negativas que vivemos ao longo da nossa história que nos desviam do caminho de algo que é tão da nossa essência.

Tem quem ame demais e não se sinta retribuído. Tem quem pareça não amar. Alguns
ferem aqueles que amam e nem sabem explicar. E todas as versões são genuínas.
Por que na verdade, todas elas possuem alguma carência afetiva. Se sentiram em algum
momento da vida, cada um da sua forma, em falta daquele quentinho no coração, que não preciso nem explicar.

Ser amado é o que todo mundo procura a vida toda. A maioria de nós desvia, disfarça, coloca o trabalho, o álcool, roupas caras e várias outras coisas no lugar. Mas parece nunca se saciar.

Em todas as versões, entender que, mesmo que pareça que não tenha te faltado nada, nem sempre lembramos do que na nossa visão de criança pode ter parecido faltar. E mesmo que o passado não volte, ter consigo mesmo gentileza, ouvir os próprios
sentimentos acolhendo totalmente tudo o que há é uma boa forma de começar a se afagar.

Sim, todos temos capacidade de amar. Então olhe no espelho com seus olhinhos de
criança, diga a si mesmo o que foi difícil e pergunte para a sua versão adulta, o que você pode fazer agora por você, para te confortar?

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