Setembro Amarelo e os problemas financeiros?

Setembro é o mês de uma campanha de saúde pública muito nobre em nosso país: a prevenção ao suicídio. Minha área é finanças, todos sabem. Sou leiga nesse problema de saúde pública, que infelizmente é comum em nossa sociedade. Porém, busquei conhecer a relação entre suicídios e problemas financeiros. O resultado me assustou. Essa relação é muito mais frequente do que eu imaginava.

Entre as informações que obtive, uma foi especialmente esclarecedora. Estava disponível no blog da CVV, Centro de Valorização à Vida, e pode ser lida na integra no endereço: https://www.cvv.org.br/blog/desemprego-e-suicidio/. Abaixo, transcrevo trechos do referido texto:

“Um levantamento feito pelos Samaritanos mostra que a cada seis chamados telefônicos na entidade irlandesa, pelo menos um trata de questões financeiras. O número é do ano passado (o texto foi postado em 2017), mas revela uma preocupação antiga. A correlação entre crise econômica e suicídio tem sido discutida desde os estudos inaugurais do sociólogo francês Émile Durkheim. E embora o CVV não faça estatísticas do gênero, é cada vez mais comum esse tipo de ligação, principalmente em época de aumento do desemprego e da recessão.
(…)

É um efeito cascata. A angústia emocional ligada à recessão e a falta de esperança são apontadas como apenas parte do problema, que envolve autodestruição, tentativas e ideações suicidas. Após análise de dados da Organização Mundial da Saúde, pesquisadores da Universidade de Zurique chegaram à conclusão que de 233 mil mortes verificadas entre 2000 e 2011 em 63 países, 45 mil estavam relacionadas ao desemprego, o que equivale a 20%. Também é conhecida a correlação entre desemprego e depressão. Uma pesquisa do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo já provou que 80% das pessoas que acumulam débitos sofrem de depressão e ansiedade.
Esse impacto é ainda maior nos três primeiros meses da mudança de situação financeira, conforme destacado na cartilha “Suicídio: Informando para prevenir”, produzida pela Associação Brasileira de Psiquiatria. Ao apontar o desemprego entre os fatores de risco do campo social, a publicação chama atenção para o fato que desempregados com problemas financeiros e trabalhadores não qualificados podem estar no grupo de risco.

O texto me chamou atenção para o grandioso efeito emocional do endividado e para o quando o trabalho de todos nós pode ser importante para evitar que outras tragédias sejam provocas. Fique atento a seus amigos, parentes e conhecidos. Não faça pouco caso de seus problemas financeiros e não os trate com imoralidade em função de seu endividamento. Dívidas existem por falta de planejamento, e quem já está endividado, deve também planejar a saída das dívidas. De minha parte, sempre estarei disposta a orientar quem precisa, basta pedir me, pois conforme slogan da campanha “falar é a melhor solução”.