Pé de Galinha

Todo fim, pode recodificar um início. O tempo não é linear, é cíclico. Porém, da forma como estamos vivendo, ninguém está podendo ligar o fim com o começo. O início do ciclo a que me refiro é 2017, outubro, o correspondente numérico do ciclo que estamos vivendo.

A manchete do Jornal Folha de São Paulo à época era o “Recorde na queda de Investimentos” no país, e a então procuradora da república Raquel Dodge, inquiria o então presidente Michel Temer, por suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro. Na América do Norte se contavam os corpos das vítimas da tragédia do ataque em Las Vegas.

Algumas coisas podem ser tão repetitivas, que a impressão que fica é de que o tempo “travou” nesse looping de curto prazo de quatro anos atrás. Melhorou? Não?! Em termos de país, este é o menor dos ciclos astro-numéricos que se pode registrar.

Convém ressaltar que, o que se fez de bom e se persistiu, vai continuar evoluindo, acentuado e positivo, assim como o que se fez de errado, inevitavelmente, nos está sendo cobrado. Acontece que, a maioria de nós ficou parada, perdida no meio de bolhas midiáticas que não se relacionam entre si e nem irão se relacionar.

O tempo não é linear, exceto para a mente, que executa as tarefas, uma após a outra, sem nunca questionar. Concebem as coisas como tendo apenas um começo, um meio e um fim, mas nunca, um reinício.

Isso é o que nos permitiria retomar de onde se parou, o tão desejado e sonhado crescimento. Apenas com uma visão ampliada é possível reprogramar, recodificar a tarefa que nos trouxe a esse lamentável estado de coisas.

Podemos afirmar que, a grande maioria das pessoas desse país está dando tudo que pode por dias melhores, principalmente as mais pobres, que são a maioria. Se as intenções são boas, assim como as pessoas, como fazer pra que as coisas melhorem?

Por que isso não acontece? Seriam as escolhas que fizemos e as consequentes atitudes que tomamos?! SIMM. Principalmente, se escolhemos tolhidos pelo medo; não se muda nada assim.

O medo é a mais poderosa e eficaz forma de controle. Tem um efeito paralisante, aniquilador de novas vontades. Com medo não se cria nada de novo e nem se incomoda o topo da pirâmide. Daqui para frente o que mais importará, será não seguir com o restante das “Marias”.

Estamos num processo particular de inquirição, auditoria interna, em que a coisa mais importante é desativar o controle remoto externo de minha própria vontade. Quem não se questionar a respeito disso, corre o risco de se “coisificar”, virar um objeto, que nem viu quando puxou o gatilho, apenas fez, afinal, “autorizou”.

A guerra híbrida se dá no território da mente, mas não do coração. Ele não permite contradição com a vida, nunca. A ciência descobre, mas apenas a consciência cria. A mente executa, mas apenas a consciência funda.

Agora, a realidade nos empurra para uma definição pessoal e particular. Uns estão ficando loucos, para que outros se tornem lógicos. Todo poder emana do povo. A riqueza também. Os meios tradicionais de obtenção da riqueza não aportam no futuro dos próximos anos. As democracias caem e o capitalismo predatório, cai junto.

Na medida em que a riqueza se acumula, concentra, ela também se acaba. Aqui dá para reverberar a famosa frase de Josué de Castro “Quando metade da população não come, a outra não dorme…”.