sábado, 25 maio , 2024
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Morador de Tubarão chama atenção com montagem de Apachetas às margens da Rodovia Ivane Fretta

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Morador de Tubarão chama atenção com montagem de Apachetas às margens da Rodovia Ivane Fretta
Foto: Reprodução Redes Sociais

Você já ouviu falar em “Apacheta”? É um amontoado de pedras colocadas em formato de cone uma sobre as outras, uma prática milenar dos povos indígenas dos Andes da América do Sul.  As Apachetas sempre foram construídas em encostas difíceis das estradas, mas por que os indígenas faziam esse amontado de pedras?

Uma das possibilidades é que até hoje servem de altar aos deuses. Eles acreditavam que ao empilhar as pedras demarcavam caminhos sagrados ​para proteger os viajantes. Então quem passava por um Apacheta deixava folhas de coca, tabaco bebidas fermentadas como oferenda.

Mas nem todo mundo entende a Apacheta como algo religioso, historiadores acreditam que os povos andinos usavam as Apachetas para dividir áreas, medir distâncias, fazer postos de vigia em pontos estratégicos e demarcar locais para não se perderem.

E hoje montar Apachetas virou sinônimo de terapia, principalmente durante a pandemia onde é preciso manter em dia a saúde mental. Para montar Apachetas não é preciso ir longe. Pode fazer em casa, na praça do bairro e em qualquer lugar que tiver muitas pedras. E se não tiver pedra suficiente em um só local, vai catando aqui, ali e tenta fazer a sua Apacheta.

É o que faz Fernando Carvalho, natural do Rio Grande do Sul e tubaronense de coração. Tudo começou porque Fernando é colecionador de pedras e sempre viu a Apacheta como símbolo de equilíbrio interior e meditação. “É um exercício de paciência, um momento de reflexão, uma ocupação terapêutica”, conta.

Há cerca de um ano começou a montar Apachetas e já fez diversas entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Nos últimos meses tem feito as montagens às margens da Rodovia Ivane Fretta Moreira, são tantas que podem ser encontradas a cada 100 metros. 

A prática vem chamando a atenção de muita gente que passa pela rodovia e nas redes sociais onde Fernando publica os vídeos que grava durante a montagem. Ele segue praticantes do mundo inteiro e participa de comunidades em redes sociais para compartilhar experiências.

“Lancei um desafio para as pessoas enviarem imagens das montagens que faziam e muita gente respondeu onde estavam, como fizeram. Estamos vendo a formação de muitos praticantes”.

 

Desafio a cada montagem

Para Fernando, a montagem de cada Apacheta é sempre um desafio, ele começa a montar a base e deixa o instinto fluir. “Nunca tive intenção de fazer escultura, mas já aconteceu de surgir algum formato,  algumas vezes as própria montagem dá uma sugestão. Já fiz cachorrinhos, focas, é o mesmo que olhar para nuvens e ver o que sua imaginação deixar”.

Infelizmente nem todas as Apachetas ficam intactas para sempre, algumas pedras as pessoas derrubam, outras caem naturalmente e outras permanecem por bastante tempo, desde que surgiu com os povos indígenas dos Andes da América do Sul.

“Como comecei a fazer há pouco tempo muitas delas não existem mais. Mas há uma de pé no Bairro São Bernardo e tudo indica que vai permanecer durante um bom tempo.

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