25 anos do Plano Real: um quarto de século sem alta na inflação

É frequente a pergunta “quero investir, por onde devo começar”. A reposta é sempre a mesma: pelo estudo, oras! Antes que alguém torça o nariz para a frase que acabou de ler entenda que ninguém precisa fazer faculdade de economia para ser um investidor. Da mesma forma que não estou sugerindo, em hipótese nenhuma, que alguém deixe de fazer bem seu trabalho, de descansar ou de estar com sua família, para estar debruçado em balanços empresariais.

Estudar, nesse caso, significa se informar, buscar saber, não ir atrás de dicas e sugestões, fazer suas escolhas de forma consciente, sabendo que não está se metendo em uma barca furada.  
Em matéria de investimentos, é necessário que todos tenham em mente um princípio: ‘Há muita gente lucrando com a falta de conhecimento das pessoas, e há muita gente investimento pesado em marketing para perseverar essa falta de conhecimento’. 

Esse princípio explica os famosinhos das finanças, fazer propaganda de COE, explica o crescente número de pessoas investindo em fundos de investimentos, explica o porquê tanta gente acredita que bolsa se baseia em comprar, esperar subir e vender e outras tantas bobagens tão incansavelmente disseminadas. 

Conteúdos disponibilizados na internet são muito uteis para apresentar as pessoas esse mundo dos investimentos que para tantos é desconhecido. Porém é necessário filtrar bem o que se lê ou escuta. E refiro não apenas aos conteúdos gratuitos, tem bastante bobagens pagas nesse mercado.  Quem não lembra da moça da internet e seu R$ 1 milhão acumulado?
A moda maléfica da vez é querer ser o valentão que investe tudo em renda variável. Tem um monte de babaca na internet incentivando isso.. “ah fiquei rico fazendo trade.” Aham, e tá produzindo e vendendo curso de trade na internet por quê?

É sempre bom lembrar que nem tudo que é amplamente divulgado é bom pra você – e sinceramente, tem coisas divulgadas que não são boas pra ninguém, a não ser para quem está tentando te  

Alguns produtos bastantes simples, como o queridíssimo tesouro direto, não requerem grandes conhecimentos. O próprio site do tesouro disponibiliza material para quem quiser se informar,

Trade na bolsa – a parte que ninguém conta
Atualmente, está sendo bastante comum pessoas se interessando por trade. Fazer trade é compra ações na bolsa de valores por determinado preço, e vender quando a cotação sobe, paga-se os impostos e taxas, o que sobra é embolsado (quando sobra). É o que se chama de especular no mercado financeiro. Quando o sujeito especula no mercado financeiro, ele compra um ativo, com o objetivo de vende-lo tão logo esse ativo suba de preço. 

É oportuno esclarecer que bolsa de valores não se resume a isso. Muito pelo contrário. Essa é a parte “aventureira doida” da bolsa de valores. O padrão no mercado é o investidor comprar uma ação para ser sócio daquela empresa, e crescer no longo prazo, com o crescimento daquela empresa. Essa forma de investir, embora seja a mais comum é bem menos conhecida por aqueles que ainda estão distantes do mundo dos investimentos (em outras palavras, há muita gente que pensa que bolsa de valores é um cassino de apostas).

O número crescente de pessoas que tem se aventurado no mercado financeiro como traders (traders: pessoa que faz trade) é facilmente explicado se verificarmos o esforço de marketing de pessoas ou instituições com esse propósito. O youtuber famoso está com um curso de trade, a corretora pipocando na tela do celular anúncios das ações com maiores altas, a moça da internet que tem R$ 1 milhão acumulado (quem não lembra dela né?).

Trade é uma ocupação, e que envolve um risco enorme. As pessoas que vendem a ideia fingem alertar disso, mas é um alerta muito mais brando que deveria. 

É uma ocupação porque necessita tempo integral na frente do computador, necessita conhecimento de gestão de risco, nervos fortes e, acima de qualquer coisa, limites.

Ocorre que é difícil ver o dinheiro de suas economias virar pó, é difícil aceitar que hoje você teve prejuízo, e a maioria dos trades aos se frustrarem nas perdas, injetam mais dinheiro para tentar recuperar. E perdem de novo.

Estatisticamente, os traders quase sempre começam achando que vão ficar ricos rápido; 40% deles permanecem na atividade apenas um mês; 80% saem antes de dois anos, 7% permanecem por cinco anos, e apenas 1% consegue realmente ter ganhos expressivos. “Mas porque o esforço de marketing para convencer as pessoas a se arriscarem nessa atividade tão propicia a não dar certo? “. Porque há muita gente que lucra com a falta de conhecimento das pessoas, lucra com a impaciência que a maioria tem em acumular patrimônio aos poucos e, infelizmente, lucra frustrando os sonhos de muitos.
 
Dentre os beneficiados estão o “instrutor” que vende o curso de trade, a corretora, que ganha a cada movimentação, e até mesmo o governo, já que o imposto de renda é maior quando a compra e a venda ocorrem em prazo curto de tempo.

Quer investir comece pelo conhecimento, estude, se informe, faça suas próprias escolhas com consciência.

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