Série viver bem: o corpo desejado e a saúde seguem o mesmo caminho

Liliane Dias
Tubarão

A palavra de ordem é qualidade de vida. Fala-se muito no que se deve e não fazer, no que se deve e não comer. Mas efetivamente, as pessoas têm buscado agir de modo a ter essa tão sonhada qualidade?

A reportagem do Notisul foi atrás de profissionais ligados a saúde física, mental e por que não dizer científica? Em busca de informações que possam corroborar melhor com as pessoas que buscam respostas para essa ‘postura de vida’ ou ampliar o conhecimento das pessoas, que já se sentem inseridas nessa nova forma de administrar a sua vida.

Nosso trabalho será por meio de uma série de reportagens. Nesta primeira serão abordadas questões ligadas a autoestima, ‘aparência’ e claro, saúde. Para a profissional de educação física e personal trainer, Ana Cristina Mendes, as pessoas tem se ‘tornado analfabetas motoras’.

Ana explica que a falta de experiência com exercícios desde a infância prejudica a coordenação motora e consciência corporal das pessoas. “Quando vão para a prática dos exercícios sem acompanhamento, elas podem se machucar por não reconhecerem o próprio corpo”, pontua.

Daí a importância de um profissional. Ele poderá monitorar e orientar para que os movimentos sejam executados da forma adequada e correta. “Também é fundamental que a pessoa respeite todas as etapas de um programa de exercícios como, por exemplo, aprender a técnica de cada movimento, respiração adequada, entre outros”, detalha.

A prática de atividades físicas para Ana, deveria ser vista como um investimento em saúde. “É como escovar os dentes, passar desodorante e alimentar-se adequadamente. Se você não tiver disciplina e entender que o exercício faz com que você viva mais e melhor, diminuindo os riscos de ficar doente, sofrerá as consequências de uma vida sedentária que é uma doença”, ressalta.

 

Estética e autoestima

Mesmo sabendo que a atividade física agrega benefícios à saúde, muitas pessoas buscam por conta da vaidade. O corpo ‘sarado’ ainda é um requisito para ser aceito em meio a sociedade que ainda mantém parâmetros de beleza como os dos mais ‘magros’.

Paralelo a essa busca, outros recursos também atraem olhares interessados, tanto de homens quanto de mulheres e de idades bem variadas. E os benefícios, são quase que imediatos. Destacamos as cirurgias plásticas, que a cada ano conquista um público mais exigente.

O cirurgião plástico, Thiago Tubone, conta que a autoestima está totalmente interligada com o bem-estar psíquico e físico do indivíduo. “A cirurgia plástica tenta restaurar o bem-estar físico, do corpo e automaticamente eleva a autoestima”, explica.

Para ele, o descontentamento está geralmente relacionado a estética, mas há uma alta expectativa sobre o resultado. “Quando a expectativa da paciente é muito alta mesmo que apresente um bom resultado, ela ficará frustrada. Por isso, é muito importante trabalhar o que se espera durante a consulta dentro das limitações de cada corpo”, avalia.

Vale ressaltar, que cada período da vida traz os seus descontentamentos. “A mulher jovem geralmente tem o desejo de aumentar o volume da mamaria colocando uma prótese, a fim de melhorar o seu contorno com lipoaspiração”, conta Thiago.

Já mulheres de meia e idade buscam restauração e contorno após as gestações. “Nesses casos a busca são referentes aos procedimentos de abdominoplastia e mamoplastia. E as mulheres da terceira idade, têm o desejo de restaurar a juventude, buscando procedimentos de rejuvenescimento facial”, assegura o especialista.

Em meio a todas as opções, o principal é ainda entender que a saúde é o maior bem e patrimônio do indivíduo. A personal afirma que a linguagem aplicada e expressa aos clientes e amigos é sempre voltada para a saúde, que deve estar em primeiro lugar. “Já a estética é uma consequência”, cita.

Um exemplo é o que ocorre com a mama. Thiago conta que se a paciente fizer uma mamoplastia redutora estando com seu IMC (Índice de massa corporal) normal, entre 23 e 25, tanto o tecido adiposo quanto glandular serão removidos.

No caso de uma paciente ganhar peso, e seu IMC aumenta, a mama também aumentará de volume como o restante do corpo. “A mama não vai ganhar tecido glandular, mas vai aumentar o tecido adiposo, consequentemente vai aumentar de tamanho”, alerta.

Desta forma, mesmo que passe por uma cirurgia, deverá manter a saúde e peso em dia. “Por isso as pacientes que tem aumento de peso, com ou sem procedimento cirúrgico, podem sentir um aumento no volume mamário. A recomendação é de que após um procedimento cirúrgico haja manutenção do peso”, pontua.

Neste sentido, cabe uma reflexão: “Até quando a estética fará com que pessoas se mantenham em treinos? Sabemos que os objetivos muda com o passar dos anos. Claro, que para uma jovem de 18 anos, o objetivo é sempre estético, primeiro, contudo, podemos ver uma mudança significativa com o passar do tempo. É quando as pessoas começam a entender que a saúde precisa vir em primeiro lugar”, finaliza a personal.

 

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