Prejuízo do comércio com feriados será menor em 2022, diz CNC

Supermercado na zona sul do Rio de Janeiro.

O comércio varejista brasileiro deve ter, em 2022, um menor prejuízo causado por feriados nacionais. A análise é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) em pesquisa divulgada nesta terça-feira (28).

Dos nove feriados nacionais, dois vão cair em domingos: Dia do Trabalhador (1º de maio) e Natal (25 de dezembro). “Isso faz com que o comércio não incorra em um custo de operação maior”, detalha o economista da CNC, Fabio Bentes, responsável pelo levantamento.

Como custo, Fabio explica que se trata da compensação do dia de trabalho perdido: “Se houver uma compensação pelo trabalho no feriado, na semana subsequente, o comércio é obrigado a pagar hora trabalhada em dobro”.

No caso do comércio, ele afirma que, exceto o Natal, não vale a pena fazer esse regime de compensação na maioria dos feriados. Com sete feriados caindo em dias úteis e em sábados, dia de meio expediente no setor, o peso vai ser menor.

“Deve ser o menor prejuízo com feriados desde 2014, quando o comércio teve seis feriados em dias úteis. Então, a principal razão para esse prejuízo menor é o custo menor da folha no dia trabalhado durante o feriado e a perda daquelas vendas casuais que, de alguma forma, acaba atrapalhando um pouco. Quanto mais feriados você tem caindo de segunda-feira a sábado, maior tende a ser o prejuízo do varejo”, informa o economista.

Cada feriado em dia útil gera um prejuízo R$ 2,46 bilhões ao varejo, reduzindo a rentabilidade anual média do setor comercial em 1,29%.

Considerando todas as atividades econômicas, o feriado nacional provoca impacto de R$ 10,12 bilhões na geração do Produto Interno Bruto (PIB), ou o equivalente a 0,12% do PIB anualizado. Desse modo, a CNC avaliou que os feriados de 2022 deverão impactar o excedente operacional do comércio (lucro líquido) em 9%.

 

Efeito calendário
De acordo com a pesquisa da CNC, o comércio varejista sofreu um prejuízo de R$ 22,11 bilhões em 2021, com os nove feriados nacionais caindo em dias úteis ou em dias ponte, como terça e quinta-feira.

“Isso foi muito ruim para o comércio, que sofreu uma das maiores perdas da série histórica”, compara o economista Fabio Bentes. Para 2022, a previsão é que as perdas fiquem em torno de R$ 17,25 bilhões.

No próximo ano ocorre o inverso: “O efeito calendário vai jogar alguns feriados para domingo, onde o comércio em sua maioria está fechado, e alguns aos sábados, onde o expediente é reduzido”, explica Fabio.

Segundo ele, esse prejuízo geralmente é maior nos segmentos altamente empregadores, como hiper e supermercados, os maiores empregadores do comércio, que terão R$ 3,33 bilhões de prejuízo, do total de R$ 17,25 bilhões projetados.

Em segundo lugar vem o segmento de vestuário e calçados, cuja perda deverá atingir R$ 2,83 bilhões. O terceiro maior prejuízo deve ser observado no comércio automotivo que, embora não seja tão grande empregador, tem o salário médio maior do que a média do varejo.

O prejuízo nesse segmento deverá alcançar R$ 2,63 bilhões. Juntos, esses três segmentos concentram 55% das folhas de pagamento do comércio varejista brasileiro, respondendo por mais da metade (51%) das perdas.

 

Feriados
Atualmente, o calendário nacional conta com nove feriados: Dia da Confraternização Universal (1º de janeiro), Paixão de Cristo (Sexta-feira Santa), Tiradentes (21 de abril), Dia do Trabalhador (1º de maio), Independência do Brasil (7 de setembro), Nossa Senhora Aparecida (12 de outubro), Dia de Finados (2 de novembro), Proclamação da República (15 de novembro) e Natal (25 de dezembro).

O Carnaval e o Corpus Christi não são feriados, como muita gente acredita, mas sim dias de ponto facultativo. O ano de 2022 terá apenas um feriado nacional prolongado, a Paixão de Cristo, dia 15 de abril, que tradicionalmente cai em uma sexta-feira, podendo ser emendado com o fim de semana.

 

Com informações da Agência Brasil
Foto: Tânia Rêgo | Agência Brasil

 

 

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