FINADOS E O SENTIDO DA MINHA VIDA

A Liturgia do dia de Finados recorda o fato fundamental do Cristianismo: a morte e ressurreição de Jesus e a nossa Ressurreição. Trata-se de um forte momento de reflexão existencial. Diante da consciência de nossa finitude, se abre diante de nossos olhos a necessária reflexão sobre o sentido último de nossa existência. Para que vivo? Por que vivo? Seria minha vida um acaso?

Para não nos debruçarmos sobre as perguntas últimas de nossos existir precisaríamos estar, necessariamente, anestesiados. Neste sentido, quando irrompe uma possível perda, que nos tira toda falsa segurança, estas questões necessariamente retornam. Ai compreendemos o que diz a liturgia da Igreja Católica na noite da Pascoa: “ó feliz culpa (pecado, perda) que nos aproximou de um Salvador” (adaptado do hino Pascal). 

Sim, o dia de finados nos remete necessariamente a encontros: com Deus, comigo mesmo e com meus familiares e amigos. Ali, diante de um tumulo silencioso o dialogo necessariamente brota. Os que visitam o cemitério neste dia entendem o que estou dizendo. Uma pena que, na maioria das vezes, seja somente a dor a nos aproximar como família.

Que no dia de Finados nossos cemitérios, repletos de flores e da luz de velas, nos recordem que a esperança cristã da Ressurreição brotou como Luz da Vida Nova justamente num jardim, onde o tumulo do Senhor estava.  

Por fim, recordemos o que a sagrada escritura nos diz no livro de Macabeus 12, 38-45: “É, pois, santo e salutar pensamento orar pelos mortos, para que sejam livres dos seus pecados”. Intercedamos uns pelos outros!