DIÁLOGO ENTRE PAIS BUNDÕES

Ela – Mor, estou muito preocupada com o Juninho. Estou pensando que quando voltar as aulas presenciais, deveríamos trocar ele de escola.

Ele – Mas porque estás pensando em fazer isso Chero?

Ela – Acho que não estão educando direito o nosso menino. Acredita que ontem ele deu um tapa na minha cara!? Está muito rebelde para um menino de seis aninhos.

Ele – Sabe que você tem razão? Acabei não comentando, achei até que não era relevante, mas no domingo pela manhã, ele pediu para eu ir comprar sorvete. Era perto das 11 horas e eu disse que compraria a tarde, quando fôssemos no mercado. Ele ficou furioso e cuspiu em mim.

Ela – E o que você fez? Você não xingou o menino né!

Ele – Claro que não Chero, eu parei de lavar o carro e fomos nós dois comprar sorvete pra ele. Foi naquela hora que tu foste na casa da tua irmã. Precisava ver a alegria dele! Deixei ele escolher o sabor. Mas o garoto é muito esperto, bateu pé lá no mercado, rolou no chão, fez de tudo o que podes imaginar até eu concordar em trazer duas caixas. Todos que estavam lá olhavam pra ele, daí me olhavam e sorriam.

Ela – A tá, até fico aliviada. Mas voltando ao assunto da escola, o que tu achas?

Ele – Chero, estou de pleno acordo. Alguma coisa de errado existe naquela escola e que não está fazendo bem para o Juninho e isso não é de hoje. Lembra quando fui chamado lá porque ele tinha surrado a Neuzinha, amiguinha de sala?

Ela – O Mor, claro que lembro. E tu enfiasse o dedo no nariz da professora. É claro que se ele bateu nela, alguma ela aprontou pra ele que deixou o coitadinho nervoso.

Ele – Com certeza! E aquela vez que ele empurrou o Gustavinho! Claro que o moleque levou o que merecia, aqueles três pontos no joelho ainda foram poucos. Disseram que o Gustavinho estava na frente do Juninho na fila do escorregador, o Juninho quis passar à frente dele e ele não deixou. Sabe como nosso filho fica quando é contrariado.

Ela – É mesmo! Naquela vez percebi que o Juninho tem um pai de verdade. Você fez questão de levar ele junto na diretoria, quando dissesse poucas e boas para aquela diretora nariz empinado. Botasse ela no lugar que ela merece. Acho que entendeu que é apenas uma diretorazinha meia tigela. Não sabia com quem estava se metendo.

Ele – Mas quanto trocar o Juninho de escola, vamos fazer isso sim. Mas primeiro devemos processar a escola, por Dano Moral. Nosso filhinho já sofreu muito com essas perseguições dos professores e diretores.

Ela – Nossa Mor! Você é um gênio. O Juninho tem mesmo por quem puxar hahaha… Eu até já tinha pensado em chamar o Conselho Tutelar para ir lá, dar uma situada naquela diretora nariz empinado e também nas professoras. Dar uma ameaçada de verdade! Botar pressão. Minha mãe é muito amiga da dona Neusa do Conselho Tutelar. De vez em quando minha mãe faz uns favorzinhos pra ela. Duvido que vai negar em atender um pedido da mamãe. Mor deixa essa comigo.

Ele – Se a gente processar a escola, podemos ainda ganhar uma boa grana.

Ela – Nossa Mor! Quem sabe daí com a grana na mão, vou poder realizar meu sonho de colocar silicone nos seios. Mal posso esperar!

Ele – Eu tinha pensado em primeiro trocar o som do carro. O meu colega de trabalho Valmor, lembra dele? Foi o som do carro dele que arrasou naquele churrasco de fim de ano na associação. Eu quero comprar um mais potente do que o dele. Só quero ver a cara do moleque quando eu botar a potência toda para funcionar kkkkk Vai tremer o chão.

Ela – E o meu silicone! Vai adiar mais uma vez?

Ele – Que nada Chero! Sou um cara cheio de ideias. Processamos o colégio e a professora Marli. Assisti isso na televisão. Teve um cara que fez e deu certo. É a professora Marli quem vive reclamando do comportamento do nosso Juninho. Com o dinheiro de um, tu coloca silicone e do outro eu compro o som para o nosso carrão.

Ela – Mor, só acho que nós temos que procurar um psicólogo para o Juninho agora! Esse menino está fora de controle. Não sei mais o que fazer com ele até as escolas voltarem a funcionar. Não vejo a hora de voltar tudo ao normal. Tudo culpa daquelas zinhas da escola dele. Não sabem educar uma criança maravilhosa igual o Juninho. Imagina com as outras! Tudo uns pestinhas, que horror…

 

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