A realização de leilões para expansão da oferta de energia elétrica foi um mecanismo introduzido na reforma do setor elétrico há alguns anos. Com a adesão de várias empresas, o modelo se consolidou no país. Uma destas empresas é a Cooperativa de Eletricidade de Gravatal (Cergral).
Pela primeira vez a companhia comprar energia por meio de um leilão. Segundo o engenheiro eletricista Ricardo Steiner, como a Cergral é uma permissionária, pode comprar energia de duas formas distintas: da principal distribuidora, no caso de Santa Catarina a Celesc, ou em leilões, diretamente com qualquer fornecedor.
A diferença está no valor. Enquanto a Celesc vende com um preço tabelado, nos leilões a energia é arremata por quem der o melhor lance. E na maioria das vezes o preço é bem menor do que da central catarinense.
No leilão onde a Cergral inscreveu-se, ainda em dezembro do ano passado, apenas duas empresas deram lance. A vencedora foi a Prime Energy. A Coopermila, de Lauro Müller, também participou da concorrência.
Conforme o presidente da Cergral, João Vânio Mendonça Cardoso, a energia comprada será entregue a partir de outubro de 2023. Isto porque a empresa possui vínculo contratual com a Celesc até lá. Vaninho acredita que a manobra garantirá o preço da tarifa para os consumidores no próximo ano.
“O preço que a Celesc pratica com as cooperativas está subindo muito. A compra em leilão nos garantiu energia mais barata e isso vai beneficiar diretamente o nosso associado”, valoriza o presidente.
Outro ponto positivo é que a Cergral e a Coopermila dividiram os custos do leilão. É a primeira vez que duas cooperativas compram energia juntas e dividem os custos. Isso poderá fazer a tarifa até baixar a partir de outubro de 2023.
Na região, a Cooperzem, de Armazém, e a Cerbranorte, de Braço do Norte, também compram energia por meio de leilões. A tendência é que as outras sigam o mesmo caminho, pois há vantagens econômicas para as cooperativas e benefícios para os consumidores, que também pagam menos.
Além de comprar energia mais barata, a Cergral começará a investir na implantação de uma linha de transmissão e uma subestação. Com isso, não dependerá da estrutura da Celesc e isso também deverá ter impacto positivo nas faturas.
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