quarta-feira, 17 julho , 2024
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Fernando Darci Pitt

Controle Social. Você quer mais?

Pode parecer um pouco autoritária, mas a expressão “controle social” está cada vez mais na moda. E o que é pior, inclusive está sendo aclamada por muitos Brasil e Mundo afora.

Voltando para a origem na sociologia, controle social pode ser utilizado para designar mecanismos que estabelecem disciplina e ordem social, com o propósito de submeter indivíduos a determinados padrões sociais e princípios morais. Visa assegurar conformidade de comportamento a um conjunto de regras. Ou seja, manter a ordem.

Em tempos de pandemia, em que um simples aperto de mão passou a ser “proibido”, sair de casa sem máscara virou quase um crime. Em qualquer lugar que vá ou olhe, lá está um “patrulheiro de plantão” ponto para apontar o dedo. Sobretudo esta atitude é motivada pelo medo do desconhecido, por não ter controle do que está acontecendo.

Não bastasse todos nós já estarmos sendo “monitorados” pelos amigos e familiares, e também por aquele transeunte que nunca vimos antes, agora são os governos que passam a querer nos controlar ainda mais. Tudo isso com o argumento de frear a disseminação da pandemia.

 

Controle social como na ficção

No seriado de ficção científica Black Mirror, o episódio Nosedive retrata uma sociedade em que para ter acesso a determinados serviços e bens de consumo, é necessário possuir uma reputação mínima nas redes de avaliação. Em suma, um score social. Da tela para a vida real, na China um sistema como este já está em operação há algum tempo.

Assim como no seriado, e nas obras 1984 de George Orwell, Nós de Levgueni Zamiatin e ainda Admirável Mundo Novo de Aldous Huxlei, aos poucos a sociedade “real” também está gradativamente se submetendo a um controle social mais severo e mais abrangente. Ao mesmo tempo que se implementa o rastreio de celulares no Brasil e no Mundo todo para avaliar a eficácia de ações como o lockdown e quarentena, milhares de outras informações também estão sendo coletadas sem quem percebamos.

Todos já temos um score no sistema financeiro Brasileiro. Nossas informações pessoal já fazem parte de grandes Big Datas de empresas de mídias sociais, bancos e varejistas além dos governos. Câmeras nas ruas já são capazes de fazer o reconhecimento facial. Ou seja, ninguém mais consegue ficar anonimo neste mar de tecnologia.

 

Novas medidas de controle social

Amplificado pelas incertezas trazidas com a pandemia, isolamento social, medo da doença e suas consequências, entre outros fatores, diversos governadores e prefeitos têm adotado medidas ainda mais explicitas de controle social. Há quem determine medidas de “lei seca” para consumo de álcool em locais públicos, enquanto outros estão proibindo completamente a comercialização de qualquer bebida alcoólica em qualquer estabelecimento.

Outros governos ao redor do planeta, estão obrigando cidadãos baixar aplicativos de rastreamento de seus celulares, e exigindo destes de tempos em tempos, uma “prova” de que realmente estão em casa. Estes são apenas alguns exemplos do que está acontecendo. Tentar burlar esses sistemas? A menos que seja um especialistas, é praticamente impossível, pois todos utilizam inteligência artificial e algorítimos que validam as informações fornecidas.

No campo da informação, sutilmente começa-se a observar um incremento de censura “velada”. Vídeos que tratam de “assuntos sensíveis” deixam de ser monetizados. Agregadores de podcast são suspensos por distribuir conteúdo sem autorização de órgãos governamentais. Plataformas de mídias sociais são ameaçadas de multas e banimento se não excluírem conteúdo de ódio da rede.

Até mesmo mensageiros instantâneos já foram bloqueados por supostas violações as leis (ou melhor, por não compartilhar informações de seus usuários). Sem contar inúmeras outras ações que visam ameaçar provedores. Nítida tentativa de frear a livre informação cerceando o mensageiro, já que não pode chegar em todos os emissores da mensagem. A dúvida neste ponto é quem define o que é o que?! Cada individuo pode ter um entendimento diferente do mesmo tema.

 

Pessoas clamando por mais controle social

Por mais que ações como essas signifiquem de certa forma, ou a perda de privacidade ou de liberdade. Ou ainda, das duas. Surpreendentemente, há quem deseje ainda mais controle. A começar com os estrangeiros. A xenofobia que sempre existiu em todos os países, embora muitas vezes camuflada, agora está ganhando mais força e visibilidade.

O controle mais rígidos de fronteiras, também é outro apelo de muitos. Não seria de se estranhar, se além do atestado de vacinas em dia, algumas nações também passagem a igualmente exigir um atestado médico de “boa saúde” para ingressar neles.

Certamente, ao findar da pandemia e as atividades gradativamente começarem a retornar ao mais próximo da normalidade que já conhecemos, muitas formas de controle terão sido implementada, e outras mais virão em sequência.

 

Como poderá ser o futuro?

Aonde poderemos chegar com o avanço da tecnologia no ritmo atual, desenvolvimento de novos sensores subcutâneos, e novas formas de comunicação e de rastreamento? Voltando para Black Mirror, o que é preconizado no episódio Nosedive pode setornar muito mais real do que podemos imaginar.

E você, estaria disposto a abrir mão ainda mais da sua privacidade e liberdade em troca de uma suposta segurança por parte do estado? E de governos?

 

Para refletir

Em momentos críticos como o que vivemos no momento, certamente a adoção de medicas mais duras e restritivas se fazem necessário para salvar vidas. Disso não podemos discordar. Pois, infelizmente nem todos as pessoas conseguem ter a consciência e empatia pelo próximo e se recusam a adotar medidas seguras, como um simples lavar as mãos com mais frequência.

Entretanto, o que precisamos ficar antenados é para o depois. Assim que findar estes tempo de medo e incertezas, é de se esperar que as limitações sejam da mesma forma baixadas. E talvez o que seja mais importante.

Sobretudo precisamos ficar atentos para as ações de estado das de governo. É o estado o responsável pelo “povo”. Enquanto os governos geralmente estão preocupados é com as próximas eleições. Agremiações políticas então, nem se fala, pois seus discursos serão medidos em função de estarem esses na “posição” ou na “oposição”, de serem de “extrema direita” ou “extrema esquerda”.

Para finalizar, uma frase de Benjamim Franklin. “Qualquer sociedade que renuncie um pouco da sua liberdade para ter um pouco mais de segurança, não merece nem uma, nem outra, e acabará por perder ambas.”

2ª Guerra e seu legado de tecnologias

Oficialmente a 2ª Guerra Mundial só chegou ao fim com a rendição do Japão no dia 2 de setembro de 1945. Contudo, na Europa, o conflito acabou um pouco antes, no dia 8 de maio quando Berlim sucumbiu as ações do exército vermelho da antiga URSS (União das Republicas Socialistas Soviéticas).

Este conflito de proporções globais geralmente é lembrado, e estudado, pelo viés da sua violência. Estima-se que mais de 85 milhões de vidas foram ceifadas neste período, sendo a maioria dela de civis. Mas há um outro lado bem menos sombrio e que hoje é o responsável por salvar vidas.

 

2ª Guerra e suas tecnologias

Durante as guerras é comum que centros de pesquisas inteiros se dediquem ao desenvolvimento e produção de equipamentos para fins bélicos. Findado o conflito, é natural que estas tecnologias deixem os quarteis e campos de batalha e venham a ser utilizados para fins pacíficos no meio civil.

Assim também ocorreu com muitas das tecnologias desenvolvidas durante a 2ª guerra. Para restringir a lista, vou tentar me concentrar em algumas das desenvolvidas, melhoradas, ou largamente utilizadas durante a 2ª Guerra.

 

Computadores

Para começar, o desenvolvimento que permite levarmos uma vida minimamente normal mesmo durante esta pandemia e inclusive fazer este texto chegar até você, os computadores.

Quando se pensa em computador digital eletrônico, considera-se o Eniac (Electronic Numerical Integrator And Computer) como sendo o primeiro modelo produzido. Embora ele tenha entrado em operação em 1946, o início do seu desenvolvimento começou ainda em 1943. Era capaz de fazer até 5.000 operações por segundo, possuía 17.468 válvulas e pesava 30 toneladas. Quando projetado, tinha como finalidade fazer os cálculos balísticos.

Contudo, há quem considere que o primeiro computador de fato, tenha sido a “máquina de Turing”. O matemático, criptoanalista e cientista da computador Alan Turing, desenvolveu durante a 2ª Guerra mundial uma máquina eletromecânica capaz de quebrar os códigos da máquina de criptografia Alemã, a Enigma. Seja qual for, a partir do viés que quiser considerar, o fato é que o computador é mais um produto da guerra.

 

Forno Microondas

A tecnologia de microondas foi criada no esforço de guerra originalmente com fins de identificar a posição de aviões inimigos. Conta a história, que um dos engenheiros ao se aproximar do aparelho em teste com uma barra de chocolate no bolso, observou que esta acabou derretendo. Depois de alguns testes com outros alimentos, como ovo e pipoca, acabou patenteando a invenção em 1946.

 

Volkswagen Fusca

O projeto de um dos carros mais famosos em todo planeta, começou ainda no início da década de 1930. Após vários protótipos (que sobreviveram só em papel), em agosto de 1940 era produzido oficialmente o primeiro KdF Wagen, que depois acabou virando Volkswagen.

Ainda que com o apoio do estado no início do projeto, logo após poucas unidades fabricadas teve sua produção interrompida só retornando de fato em 1948.
Durante o período da 2ª guerra, a fábrica se dedicou a produzir veículos de guerra baseados na plataforma do Fusca, já que desde o início o projeto encomendado previa uma carroceria separada do chassis.

 

Radares

Outra tecnologia inventada muito tempo antes, mas aprimorada durante a 2ª Guerra foram os radares, posto que os conflitos aéreos tornaram-se constantes dos dois lados. Conseguiam deste modo antecipar os eminentes ataques, e assim, inegavelmente pouparam milhares de civis, visto que estes poderiam ser avisados a tempo.

 

Helicópteros

Os helicópteros são outro exemplo de veículo desenvolvido antes, mas que entraram em operação para fins de resgate e observação durante a 2ª guerra. E também de produção em larga escala.

 

Antibióticos

Semelhantemente aos caos anteriores, os antibióticos também foram inventados antes. Contudo, foi também durante a 2ª guerra que a Penicilina passou a ser produzida em larga escala. Como resultado, milhares de soldados “aliados” foram salvos durante este conflito.

 

Foguetes

O homem só conseguiu colocar o primeiro satélite em órbita e enviar o primeiro homem à lua graças a outra tecnologia desenvolvida durante a 2ª guerra. Foram os foguetes desenvolvidos com fins bélicos que mais tarde encontrariam outros destinos e outros fins.

Este tema não se esgota por aqui, e ainda voltaremos a revisitá-lo novamente este ano. Temos ainda o evento que oficialmente deu fim ao conflito que é a detonação das bombas nucelares em Nagasaki e Hiroshima. Mas isso é tema para outra coluna que voltaremos a explorar os benefícios pacíficos da energia nuclear.

Sugestão de filmes da 2ª Guerra

Um filme baseado em fatos reais que retrata a construção da “máquina de Turing”, é o Jogo da Imitação. Lançado em 2014.

Hubble – há 30 anos estudando o cosmos

O telescópio Hubble está para a astronomia moderna, assim como a luneta estava para Galileu Galilei no início do século XVII. Ambos são instrumentos de descobertas astronômicas que visam entre outras coisas, explicar a origem do universo, se há vida fora da terra, o possível fim das galáxias, entre outras respostas para muitas indagações.

 

o Homem e as Estrelas

O homem se interessa pelas estrelas há milhares de anos. É provável que as observações espaciais tenham iniciado tão logo o ser humano comece a ter pensamento crítico e analítico. Não há como provar a data exata, pois os primeiros registros que chegaram até nós são de apenas 3.000 anos antes de cristo.

Todavia, as observações espaciais, sejam elas dos astros mais distantes ou mais próximos, como a Lua e o Sol. Das estações do ano. E até mesmo de eventos como eclipses estão registrados em muitas civilizações ao redor do planeta. Além disso, até mesmo os planetas foram batizados como nome de deuses gregos, dada sua importância para muitos povos.

Tal era a fascinação pelo cosmo, que Ptolomeu no início da era cristã publicou a sua obra mais conhecida, o Almagesto (O Grande Tratado). Um compilado de outros trabalhos e observações de Aristóteles, Hiparco, Possidônio e outros. Neste descritivo todo conhecimento astronômico grego e babilônico até então, apresentava o conceito do “geocentrismo”. Ou seja, a Terra é um ponto fixo no universo, e todos os corpos celestes giram ao seu redor.

Heliocentrismo

Somente no início do século XVI que o geocentrismo é oficialmente contrariado por Nicolau Copérnico que apresentou a teoria do Heliocentrismo. Contudo, suas descobertas foram consideradas uma subversão ao que a igreja defendia até então. Anos depois Giordano Bruno reforça a teoria de Copérnico que a terra não é o centro do Universo. Por este e outros questionamentos aos dogmas da igreja, foi condenado à morte na fogueira pela inquisição tomada acusado de heresia. Condenado no dia 8 de fevereiro de 1600, foi executado no dia 17 do mesmo mês.

Semelhantemente a Ptolomeu, os que vieram depois dele chegavam as suas conclusões com base nas observações de fenômenos a partir da terra. Somente anos mais tarde com o desenvolvimento da luneta pelo Holandês Hans Lippershey em 1608 e o aprimoramento desta por Galileu Galilei, uma nova visão do mundo pode ser possível.

Galilei deixou inúmeras contribuições para a ciência moderna. Dentre as descobertas no campo da astronomia, foi ele o primeiro a registras as manchas solares, as montanas da lua, os anéis de saturno, 4 luas de Júpiter, e as estrelas da via láctea. Seus estudos com base em observações científicas foram decisivas para comprovar o Heliocentrismo. Analogamente ao outros que desafiaram os dogmas da igreja, em 1633 foi declarado suspeito de heresia. Conta a história que a fim de preservar sua vida, acabou negando seus estudos neste campo. Somente mais tarde, já no século XIX com novos estudos, incluindo o de Isaac Newton, em 1835 o Papa Gregório XVI reconheceu o modelo do heliocêntrico.

 

Telescópios Terrestres

Desde Galileu Galilei, os telescópios terrestres evoluíram constantemente, tanto na forma, quanto no propósito. Antes de mais nada, é importante destacar que um telescópio não serve apenas para aproximar imagens no campo do espectro da luz visível. Há também telescópios para observação / registro de ondas de raios X, raios gama, infra vermelho, bem como ultra violeta. Similarmente, melhoramentos também ocorreram no diâmetro dos espelhos, nos telescópios azimutais, etc. Inclusive, a sistemática para utilizar mais de um telescópio terrestre apontados para o mesmo ponto no cosmos aumentando assim o campo de visão. Estratégia esta utilizada para registrar a primeira foto de um buraco negro, cujas imagens foram liberada há 1 ano. Em Abril de 2019.

Contudo, todas estas observações ficam sujeitas a interferencial da atmosfera terrestres. Não fosse o suficiente para limitar os estudos, tem-se ainda os satélites artificiais que por ventura podem cruzar os céus bem naquele instante da observação. Fenômeno este cada vez mais constante com a colocação em órbita dos primeiros (dos mais de 12.000 / podendo chegar a mais de 43 mil) satélites da constelação Starlink.

Telescópio Hubble

Para superar este desafio e neutralizar o efeito da atmosfera nas observações, em 1923 Hermann Oberth sugeriu pela primeira vez que um telescópio poderia ser colocado em órbita com a ajuda de um foguete. Já em 1946, no pós guerra, o astrônomo Lyman Spitzer descreveu em um artigo as vantagens de ter um telescópio espacial. Basicamente seriam duas: melhorar a resolução óptica que não sofreria as interferências da atmosfera, e também observar melhor a luz infravermelha e ultravioleta, já que grande parte destas também são absorvidas pela atmosfera.

Diante disso, inúmeras iniciativas foram feitas, algumas com sucesso mais longo, outras apenas de dias. Durante a década de 1970 houve um esforço muito grande para que o congresso Americano aprovasse o orçamento para construção de um grande telescópio espacial. Uma vez que aprovado, a construção do mesmo se deu imediatamente e consumiu toda a década de 1980.

O batismo com Telescópio Hubble foi em homenagem ao astrônomo Americano Edwin Powell Hubble. Ele foi o responsável pelas maiores descobertas da astronomia moderna, incluindo a existência de outras galáxias e a expansão do universo.

Fonte: https://www.nasa.gov/content/goddard/hubble-space-telescope-optics-system

 

Lançamento Hubble

Depois de quase duas décadas de estudo, planejamento e construção, em 24 de Abril de 1990 o ônibus espacial Discovery decolava para a missão STS-31 levando consigo o telescópio Hubble no seu compartimento de carga. Na página oficial da NASA é possível ver algumas fotos da missão (https://www.nasa.gov/subject/3359/sts31/).

No dia 25 de Abril de 1990 o telescópio era içado para fora da Discovery que há uma altitude recorde para um ônibus espacial de 600 km. Na foto a seguir é possível ver parte deste procedimento.

Fonte: https://www.nasa.gov/sites/default/files/thumbnails/image/9015550.jpg

 

Hubble e os primeiros problemas

Todavia, a empolgação durou pouco. Pois já nas primeiras fotos ficou claro que o telescópio apresentava um aberração esférica no seu espelho. a diferença na curvatura do espeço estava errada na casa da espessura de um fio de cabelo, o suficiente para inviabilizar completamente o projeto que custou (atualizado) mais de U$ 2,5 bilhões. Seria necessário “dar” óculos para o Hubble.

Assim, em Dezembro de 1993 o ônibus espacial Endeavour decolava para a missão STS-61. Seu propósito, atualizar alguns sistemas do Hubble, além de instalar a óptica corretiva. 7 astronautas passaram 10 dias no espaço consertando, trocando e instalando novos equipamentos. Em Janeiro de 1994 a primeira foto nítida comprovando que a missão fora um sucesso.

Do mesmo modo, outras quatro missões foram realizadas em seguida também para atualizar equipamentos, instalar novos e reparar eventuais falhas. Foram elas a STS-82 com o Discovery em fevereiro de 1997. STS-103 Também com o Discovery em dezembro de 1999. STS-109 com o Columbia em março de 2002 e; STS-125 com o Atlantis em maio de 2009.

Estas missões deram uma grande sobrevida ao projeto original que previa a coleta de dados por 15 anos. Seja como for, já está em operação há 30 anos e certamente operará por mais alguns anos. Contudo, com o encerramento das missões por ônibus espaciais em 2011, não há mais previsão ou possibilidade de fazer novas atualizações/reparos.

Descobertas

Nestes 30 anos desde que foi colocado em órbita, o Hubble já conseguiu confirmar muitas noções respeitadas do universo ao mesmo tempo que abalou tantas outras. Já pode registrar tanto o nascimento de estrelas quanto suas mortes.

Com suas observações, as estimativas de idade do universo foram refinadas. Luas foram descobertas em Plutão. Evidenciou o que pode ser o primeiro registro de lua orbitando um planeta fora do sistema solar. E até mesmo o estudo da composição química de estrelas, planetas e de galaxias.

Muitas dados já foram registrados, incluindo algumas de galaxias, cujo evento observado hoje aqui na terra, ocorreu a milhares de anos. Alguns deles até mesmo antes da própria existência do nosso planeta.

Do mesmo modo, fotos incríveis também revelam informações importantíssimas. A imagem a seguir é de uma galaxia espiral (como a Via Láctea), só que distante há 23 milhões de nos luz. É a Galaxia Pyrotechnics ou Messier 106 (M106 ou NGC 4258))

Distante 23 milhões de anos luz

 

Hubble – um túnel do tempo

Não seria nenhum exagero afirmar que é possível ver o passado e o futuro pelas lentes do Telescópio Hubble. No momento em que as “luz” das estrelas chegam até nós, pode ser dezenas, centenas, milhares, milhões ou até mesmo bilhões de anos-luz de quando o evento realmente aconteceu. Assim, os astrônomos estão tendo hoje a oportunidade de estudar desde o surgimento de estrelas até o colapso de outras. A expansão do universo e o distanciamento das galáxias, umas em relação a outras, tanto quanto a colisão entre elas. Até galaxias distantes 13,4 bilhões de anos luz já foram descobertas pelo Hubble, como a galáxia GN-z11. Uma galáxia tão antiga que estima-se que o universo todo tinha apenas 3% de sua idade atual quando ela se formou, a contar como tempo zero o “Big Bang”.

Na imagem a seguir da Nebulosa Carina, fica a “Montanha Mística”. Ela tem “três anos luz de altura” (2,83e+13 quilômetros). Para efeito de comparação, a luz do Sol leva apenas 8 minutos (luz) para chegar até a terra. Neste pináculo (ponto mais alto), registra-se uma intensa atividade de formação de estrela. Uma verdadeira “chocadeira de estrelas”.

Fonte: https://www.nasa.gov/image-feature/carina-nebulas-mystic-mountain

A imagem a seguir corresponde a nebulosa NGC2022. Nela é possível observar uma vasta esfera de ás no espaço expulsa por uma estrela envelhecida. Algo que poderá acontecer com o nosso Sol daqui há alguns milhões de anos.

Fonte: https://www.nasa.gov/image-feature/goddard/2019/hubble-s-portrait-of-star-s-gaseous-glow

A Galáxia de Carwheel (roda de carroça) distante 500 milhões de anos luz, é o resultado de uma violenta colisão entre duas galáxias. Uma vez que uma menor passou por uma maior produzindo enormes ondas de choque que varreram gás e poeira.

Quem quiser ver mais imagens como estas, pode acessar o site da NASA em https://www.nasa.gov/mission_pages/hubble/multimedia/index.html. Se você for um leigo em astronomia tanto quanto eu, certamente irá se impressionar pela beleza das imagens.

 

Comunicação

Em termos de comando, toda operação ocorrem em solo. Os cientistas enviam as “ordens” ao Hubble e também recebem suas imagens em formato digital, utilizando um satélite como repetidor e “ponte” entre eles.

 

Futuro do Hubble e seu sucessor

Uma vez que as manutenções regulares se tornaram praticamente impossíveis depois da aposentadoria dos ônibus espaciais, o futuro do Hubble é incerto. Por mais que ele já esteja ajudando a decodificar o universo por muito mais tempo do que previsto, é certo que um dia deverá ser “aposentado”. Especula-se no entanto, que poderá ficar ativo até por volta de 2030.

O seu substituto o Telescópio Espacial James Webb concebido em 1990 tinha uma previsão inicial de lançamento para 2007, e depois de vários adiamentos para 2021. Contudo, esta data também já não corresponde mais com a realidade e agora sem um novo prazo divulgado.

Assim que ele for posto em órbita, certamente mais uma vez iremos mudar a forma como vemos o cosmos. Quem sabe como resultado até possamos descobrir onde fica o planeta Vulcano ou o planeta Qo’noS (Kronos) dos Klingons imaginados na série de TV Americana Star Trek. Ou ainda, da mesma forma possamos descobrir onde fica a “galaxia muito muito distânte” e identificar o planeta Tatooine da saga Star Wars.

Brincadeiras a parte, planetas com potencial de abrigar vida são apenas mais uma das possíveis descobertas destes telescópios espaciais como o Hubble e futuramente como o James Webb.

Quem venham os próximos 30 anos com muitas outras descobertas, e que estas possam ser utilizada para o bem da humanidade.

 

F1 in Schools: das pistas para as escolas

F1 in Schools, um projeto que vem das mais velozes pistas para as escolas.
Embora as corridas automotivas tenham começado ainda no final do século XIX, a Fórmula 1 como uma categoria independente teve sua primeira prova oficial somente em 1950. Foi no dia 13 de Maio que aconteceu a corrida inaugural no Circuito de Silverstone no Reino Unido. E desde então, observa-se avanços tecnológicos constantes a cada nova temporada, muito disso capitaneados pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo) que é a organizadora oficial das provas, e quem estabelece as regras dos campeonatos.

Brasileiros na Fórmula 1

Já foram 31 pilotos que representaram o Brasil em alguma prova oficial de Fórmula 1, sendo o primeiro deles Chico Landi que pilotou na categoria entre os anos de 1951 e 1956, marcando 1,5 pontos. Enquanto o último representante foi Felipe Nasr que pilotou pela Sauber nas temperadas de 2015-16.

Brasileiros com Títulos Mundiais

Dentre os pilotos que já correram em alguma prova oficial da Fórmula 1, temos 3 que se destacam pelos seus títulos mundiais. Emerson Fittipaldi que nas 11 temporadas disputadas conquistou 35 pódios e marcou 281 pontos e 2 títulos mundiais, em 1972 e 1974. Outro lendário piloto Brasileiro é Nelson Piquet, que durante suas 14 temporadas passou por 5 equipes, conquistou 60 pódios e 481,5 pontos. Seus 3 títulos mundiais foram conquistados em 1981, 1983 e 1987.

Ayrton Senna “do Brasil”

Nesta relação não poderia faltar Ayrton Senna “do Brasil”, inegavelmente maior piloto de todos os tempos da Fórmula 1, pelo menos para os Brasileiros. Senna competiu na categoria durante 11 temporadas, disputando 161 Grande Prêmios, largando 65 vezes na Pole Positions, conquistando 41 vitórias e 610 pontos. Os títulos mundiais foram em 1988, 1990 e 1991.

Infelizmente a carreira deste grande piloto foi inesperadamente interrompida no dia 1º de Maio de 1994. Logo nas primeiras voltas do Grande Prêmio de San Marino, em Ímola – Itália, seu carro não conseguiu vencer a curva Tamburello devido a quebra na barra de direção, ocasionando assim um violento choque contra o muro a mais de 200km/h. Como resultado, esse acidente vitimou nosso maior piloto de todos os tempos.

Nesta semana em que lembra-se do 26º aniversário da perda deste magnífico ser humano, vamos destacar o quanto a Fórmula 1 tem ajudado no desenvolvimento de novas tecnologias. Bem como, mais recentemente, no desenvolvimento de competências tecnológicas em estudantes de 9 a 19 anos em todo o mundo por meio da Fórmula 1 School.

 

Novas Tecnologias

Afinal, na categoria “1 segundo” pode ser decisivo inclusive para a conquista de um título mundial. E além disso, a segurança dos seus pilotos é fundamental. Assim, o desenvolvimento tecnológico é a base para atingir estes propósitos.

E quando se refere em tecnologia na Fórmula 1, muitos leitores talvez não se deem conta de quanto elas já estão presentes em nossas vidas. Não só nas pistas e nas corridas que assistimos nos domingos pela manhã, mas também em todos os carros que hoje circulam nas ruas das cidades, além da aplicação também em outras áreas. Vejamos alguns exemplos:
• Motores
• Volantes Multifuncionais
• Troca de Marchas “borboleta”
• Transmissão automatizada
• Melhoria nos sistema de freios
• Chassis
• Aerodinâmica
• Lubrificantes
• Combustíveis
• Pneus
• Eletrônica
• Novos materiais mais leves e mais resistentes
• Desenvolvimento de sensores
• Kers (Kinetic Energy Recovery System.)
• e muito mais….

 

Segurança

Analogamente a segurança tanto dos carros quanto dos pilotos e da equipe do Box, também estão presentes no radar dos desenvolvimentos. Ao mesmo tempo que novos materiais são criados, observa-se uma preocupação constante na melhoria da célula de sobrevivência do carro. Além disso, roupas antichamas e capacetes mais resistentes são outros exemplos.
Por conseqüência estes novos produtos gradativamente acabam chegando para a sociedade em geral. Em um primeiro momento como itens exclusivos e de alto valor agregado. Em seguida com o aumento da oferta versus a demanda, tornam-se muito mais acessíveis e por vezes acabam sendo incorporados até mesmo em carros populares.

 

F1 in School – Fórmula 1 nas Escolas

Sem dúvida são muitas as influências positivas oriundas desta categoria de corrida automobilística, tanto no quesito segurança quanto performance. E mais recentemente nas últimas duas décadas, também tem estimulado o aprendizado de milhares de jovens em todo o planeta.

Assim como na categoria oficial, na competição escolar as escuderias precisam também vencer as provas. Todavia, precisam ainda respeitar os regulamentos e estão sujeitos a diversas penalidades caso não o façam. Estima-se que esta competição mundial já envolva estudantes de mais de 17.000 escolas em pelo menos 51 nações.

 

F1 in School – como funciona

Jovens entre 9 e 19 anos das escolas de Educação Fundamental e Ensino Médio são desafiados a competir com seus carros em uma pista miniatura. Aqui também um segundo conta muito, pois os carros podem atingir até 80 km/h em menos de 1 segundo.
Os alunos precisam montar uma escuderia de 3 a 6 pessoas, projetar seu carro utilizando os diversos recursos tecnológicos disponíveis, modelar, testar seu protótipo e por fim, competir.

Modelagem e impressão 3D são apenas algumas das etapas neste grande desafio. Antes de mais nada, precisam elaborar um plano de negócios, buscar patrocínio para cobrir suas despesas na competição, tais como uniformes, transporte e alimentação. Além disso, manter o equilíbrio psicológico e a integração de todo time mesmo sob o efeito de pressão extrema pela vitória.

O desenvolvimento dos carros segue a metodologia STEM, que de uma forma multidisciplinar envolve conceitos de ciência, tecnologia, engenharia e matemática. Em alguns momentos a sigla muda para STEAM, onde o “A” corresponde a artes. A metodologia STEM/STEAM busca proporcionar a aprendizagem integrada, onde os educandos podem vivenciar na prática a inter-relação entre todos os conteúdos e disciplinas. Assim sendo, o que antes se estudava de forma “hermética” agora passa a fazer parte de um todo.

 

F1 in Schools Carros

Os carros são confeccionados segundo o regulamento da competição, seguindo critérios de peso, materiais e segurança, entre outros. O não cumprimento de algum item pode acarretar em perda de pontos, os quais poderão fazer falta na classificação final. Pois não é só chegar em primeiro que conta. Tem ainda o desenvolvimento de plano de marketing e comunicação, patrocínio, etc.

Os carros são impulsionados por meio de um cilindro de CO2, e podem chegar a uma velocidade de até 80 km/h em menos de 1 segundo sobre uma pista reta de 20 metros.
F1 in Schools Participação Brasileira

O Brasil tem obtido excelentes resultados nas suas últimas participações, especialmente quando o assunto é o desenvolvimento de competências nos alunos participantes. Dentre todas as escolas participantes na etapa nacional, uma rede que se destaca é a SESI Escolas presente em todos os estados Brasileiros.

Em 2020 a etapa mundial estava prevista para ocorrer em Setembro em Singapura. Porém, em virtude da Covid19 agora está aguardando a confirmação de uma nova data. E para nossa alegria, a equipe que irá representar o brasil é a Spark do SESI SENAI de Criciúma. Vamos estar todos torcendo pelo Brasil e também pelos nossos alunos aqui do Sul de Santa Catarina.

 

Aprender Fazendo com o F1 in School

Agora mais do que nunca, entre as competências necessárias para o novo profissional do presentes / futuro, a criatividade, engajamento e resolução de problemas complexos, dentre outros, estarão ainda mais em alta.

E uma das formas para desenvolvê-las, sem dúvida é o aprender fazendo, “ver sentido” e aplicação prática nos conteúdos estudados em matemática, física, química, etc. O F1 in Schools é apenas um dos muitos exemplos. Da mesma forma, há muitas outras maneiras de envolver os alunos de forma lúdica, mas com muito resultado prático.

Escolas de Ensino Fundamental e Médio que tem o conceito do Movimento Maker em sua essência já partem na frente para encarar este novo mundo. Mas também há excelentes opções de formação no contra turno que também se dedicam a desenvolver estas e outras competências para o profissional do futuro. Um exemplo, são as aulas de robótica, mídias e comunicação.

Enfim, se você já concluiu seu Ensino Básico e está em dúvidas qual caminho seguir, um excelente caminho é começar pela formação em Cursos Técnicos de nível médio. Além de serem muito mais rápidos e acessíveis, quando comparados com cursos de graduação, também fornecem uma base prática muito forte. Como consequência, a empregabilidade aumenta significativamente mesmo durante o curso.

 

Para refletir

Em suma, seja em escolas de educação básica, cursos técnicos, graduação ou mesmo em cursos rápidos, o importante mais do que nunca é se manter como um apreendedor ativo. O mundo está mudando novamente. Por isso, esteja preparado. Mantenha-se em constante preparação.

 

F1 in School, que seja tão influente quando

Uma vez que nesta semana que completa-se 26 anos da perda do nosso Imortal Ayrton Senna, escrever sobre a influência da Fórmula 1 no aprendizado dos nossos jovens é apenas uma singela homenagem a este homem que tantas gerações influenciou. E que a F1 in School, também influencie muitas outras gerações.

Internet: serviço de primeira necessidade

Não é mais exagero afirmar que a internet passou a ser um serviço de primeira necessidade, sendo tão importante quanto o fornecimento de saneamento básico e energia elétrica. Para alguns jovens, o que de mais aterrorizante pode acontecer é a bateria do celular terminar durante o dia ou ficarem sem sinal wi-fi.

Em tempos de pandemia e isolamento social, quarentena e até blockdown, onde o recomendado é ficar em casa, só a internet para nos salvar. Pois atividades elementares passaram a ser virtuais. Assim como interagir em redes sociais, trabalhar e estudar também passou a ser de forma remota.

Mas afinal, o que é a internet? Quando ela surgiu? E quais ameaças ela sofre? É sobre isso que iremos abordar neste texto.

 

Internet – início de tudo

Em primeiro lugar, podemos definir a internet como sendo uma grande rede de computadores, a qual reúne outras redes menores espalhadas ao redor de todo o planeta. Primordialmente estes computadores se comunicam entre si utilizando protocolos TCP/IP, passando pelos servidores espalhados pelos quatro cantos do mundo. Ou seja, o provedor que nos fornece a conexão por meio de fibra óptica, ADLS ou rádio, é só um ponto de interligação a este grande conglomerado.

A história da grande rede, resumidamente, pode ser definida como iniciada por volta da década de 1960/70, quando as primeiras redes de comunicação de computadores começaram a ser criadas. Outro marco foi a padronização do “internet protocol suite” (TCP/IP), assim criando um conceito de uma rede totalmente interligada que passou a ser denominado de internet. Até então estas redes que interligavam outras micro redes eram praticamente só para uso de pesquisa e ensino. Foi somente no final da década de 1980 e início de 90 que que a liberação ao acesso comercial começa a ocorrer.

Desde então, seja por acesso discado, por cabos coaxiais, rádio, cabos telefônicos, fibra óptica ou satélite, ela se espalha e já iniciou uma revolução silenciosa, bem que as vezes não tão silenciosa assim. Tem influenciado a cultura dos povos, eleições, a forma de fazer compras e se divertir e se relacionar. Já mudou a forma de se comunicar, de consumir noticias e conteúdos multimídia, de estudar e trabalhar. E olha que estamos vivendo só os primeiros anos e poderíamos inclusive afirmar que, o que temos hoje são equipamentos arcaicos e bem limitado se comparar onde podemos chegar, se é que a humanidade vai conseguir permanecer na terra por mais algumas décadas.

E-mail – primeiros cliques

Já em relação ao surgimento do percursor do que hoje conhecemos como e-mail, foi em 1971 que Ray Tomlinson criou um protocolo que permitia o envio de mensagens de um computador para outro utilizado o @ para diferenciar o nome do usuário do nome da rede destinatária. Uma revolução, pois em segundos sua mensagem estava no destinatário final o qual ao lê-la, poderia respondê-la em seguida, se assim quisesse. Desde então, surgiram inúmeros aplicativos de comunicação instantânea. Muitos já padeceram, outros tantos ainda sobrevivem mas agora disputando espaço com um dos mais recentes e famoso: o WhatsApp. Este, por sua vez, já substituiu quase completamente o telefone tradicional só que oferecendo muito mais recursos.

Mas nem tudo são flores, pois junto com eles veio a #ansiedade. Isto porque ao enviar uma mensagem a maioria das pessoas espera o retorno imediato da resposta. Sem contar que, com a facilidade de criar e encaminhar mensagens, a proliferação de fake news e memes ganharam um terreno muito fértil para sua propagação.

 

Internet – primeira necessidade

Nas últimas semanas ficou mais do que evidente que a internet passou a ser um serviço de primeira necessidade. Já que para a maioria das pessoas estudar, trabalhar e se divertir está sendo possível somente por meio dos bits que navegam pela rede. Agora imaginem, que a internet fixa fosse limitada tal qual é a móvel? Pois é isso mesmo que as principais operadoras do Brasil estão tentando fazer há tempos. Limitar o volume de tráfego mensal por usuário. Ou seja, definir uma franquia tal qual existe para os dados móveis. No momento essa ideia parece esquecida, mas a qualquer momento pode ressurgir com mais força.

Há explicações técnicas, sim. Mas também há a questão financeira envolvida.

 

Como funciona a internet

Pelo viés técnico é fácil entender a preocupação, visto que há um forte desequilíbrio entre o aumento de demanda (especialmente com os novos serviços de Streaming de áudio e vídeo) e a ampliação da infraestrutura (rede).

A velocidade das conexões são medidas em megabits por segundo (Mbps). Ou seja, é a velocidade, em outras palavras, a quantidade de dados que poderá passar por segundo pela conexão. Por exemplo, as conexões residenciais geralmente tem velocidades variando entre 10 a 300 Mbps, sendo que na média ficam entre 50 a 150 Mbps. Esta é uma velocidade suficiente para jogar online, assistir filmes em alta definição, fazer vídeo chamadas e trabalhar online. Tudo ao mesmo tempo.

Se esta é uma velocidade muito boa, então você pode estar se perguntando: porque a qualidade da imagem dos filmes piorou muito? Porque a internet tem caído frequentemente? E por que querer limitá-la?

 

Velocidade de conexão

Para exemplificar melhor, vamos fazer a analogia com o fluxo de carros sobre uma grande avenida. Supomos que cada carro corresponde a 1 Mebabit. Já a avenida seria a conexão que tem capacidade para suportar “n” carros por segundo. Então, a velocidade que o provedor lhe “vende”, nada mais é do que o direito de utilizar uma avenida vazia entre a sua casa e este fornecedor de serviço.

Porém, outras residências também estão conectadas ao mesmo provedor. Talvez milhares. Este por sua vez, se conectará com outros provedores do mundo utilizando os serviços dos provedores dos provedores, por meio de conexões maiores chamadas de backbone. São nestas conexões centrais onde ocorrem os principais gargalos.

Mais de 99% das conexões mundiais se dão por fibra óptica que interligam 6 dos 7 continentes (só Antártida) não é ligada. Embora a velocidade de informação possível de trafegar por eles seja muito alta, não são muitos os que interligam o Brasil ao resto do mundo.

Assim, voltando a analogia dos carros sobre uma avenida, seria o mesmo dizer que você tem um caminho livre até seu provedor mas depois conforme a conexão vai ganhando o mundo, milhões de outros carros passam a utilizar o mesmo caminho e dividir o mesmo espaço. E como são poucos os caminhos, inevitavelmente haverá um gargalo. Um engarrafamento de dados.

Analogamente, as conexões internas no território Brasileiro também são feitas por meio de fibra ópticas, só que terrestres. Estas, em muito maio número e construída na forma de anéis afim de fornecer redundância. Mas mesmo assim, também limitadas para o tráfego crescente.

 

Internet serviço de primeira necessidade – limitar ou não limitar

Quando analisada sobre o viés da infraestrutura como um limitante, pode-se entender a preocupação com a necessidade de se estudar alternativas viáveis e sustentáveis. Porém, não pode-se esquecer que mais do que nunca a internet se tornou um serviço de primeira necessidade.

Aqui se faz a necessidade de fazer outra explicação técnica. O propósito não seria limitar a velocidade máxima de navegação, e sim, a quantidade de dados que podem ser consumidos em um determinado período. Como um mês, por exemplo. Voltando a analogia da avenida, não seria limitar o número de carros por segundo, mas sim, o total permitido no mês. Quem joga online, assiste filmes em alta definição, ou trabalha remotamente, certamente consume muito mais do que quem apenas utiliza a internet para acessar os mensageiros instantâneos e as mídias sociais.

 

Visão das operadoras

Contudo, ao analisar quem são os maiores defensores da limitação, observamos que os motivos não são puramente técnicos, e sim financeiros.

Entre os maiores interessados em limitar este serviço de primeira necessidade, encontra-se uma das maiores operadora de telefonia fixa e móvel, além de serviços de tv por assinatura no Brasil e no Mundo. Exatamente os serviços mais prejudicados com as novas plataformas digitais. Pois estão gradativamente sendo substituídos por aplicativos de VoIP (voz sobre IP), Streaming de áudio e vídeo, mensageiros instantâneos, entre outros e muitos que ainda irão surgir. Em 2015, o então presidente desta mesma companhia declarou: “o serviço de mensagens e de voz sobre IP do Facebook é uma “operadora pirata” e age na ilegalidade.” Ele estava falando do serviço recém lançado na época, que era a possibilidade de fazer ligações pelo WhatsApp, o mensageiro instantâneo mais utilizado no Brasil e no Mundo.

Imaginem de uma hora para outra, ser possível ligar para 98% dos usuários de telefone celular no Brasil a custo zero? Sem a necessidade de pagar os altos custos com ligações para celulares? É exatamente isso que o VoIP permite (98% dos smartphones Brasileiros têm WhatsApp instalado). Ao mesmo tempo assinar um pacote de filmes online por R$9,90 ao mês, e escolher o que assistir, em detrimento a um modelo em que o usuário é obrigado a assinar centenas de canais a preços absurdos, para as vezes assistir no máximo “meia dúzia). É isso o Streaming de vídeo.

Em resumo: telefonia fixa e móvel e TV por assinatura, os maiores prejudicados com uma internet livre e ilimitada.

 

Defesa das operadoras

Se você já leu até aqui, pode estar se perguntando: esse assunto já não está definido? Contra a limitação? Sim, e não. Por hora parece estar, mas nunca se sabe quando surgirão outras tentativas de ataque.

Veja que um dos argumentos utilizados, é que todos pagamos igual. Tanto aquele garoto que passa 20h por dia jogando online ou maratonando no seu Streaming predileto, quanto os avós que só utilizam a internet para ver as fotos dos netos. E que assim, a limitação trará mais qualidade de serviço e a oferta de planos mais econômicos.

Talvez você acredite em “papai noel”. Ai tudo bem. Lembram-se quando falaram que com a cobrança das bagagens despachadas os serviços de aviação iriam melhorar e as passagens baixariam? Pois é. A história final você já sabe e não precisamos repetir.

Por hora, é importante conhecer um pouco do funcionamento e ficar atendo a qualquer movimentação neste sentido de limitação. Uma vez passada a pandemia, certamente o mundo não voltará a ser como antes, e os serviços digitais que subiram abruptamente neste período, certamente irão permanecer na vida das pessoas e também das organizações. Assim, a internet como serviço de primeira necessidade, deve ser livre e ilimitada. Pelo menos assim deveria ser.

Starlink – um nova constelação nos céus

Starlink: será um vilão ou mocinho a partir do espaço?

Olhar para o céu e ver apenas as estrelas pode ser um privilegio que as próximas geração não mais terão. Pois na busca de uma internet disponível em qualquer parte do planeta, seja no centro de uma metrópole ou o meio da floresta amazônica, uma verdadeira constelação de satélites está sendo colocado em órbita.

Inclusive, aqui da Cidade Azul e muitas outras de Santa Catarina, foi possível ver um “cordão” de pontos luminosos no céu em meados de Fevereiro de 2020, que muitos até acreditaram ser “Ovnis”. Mas na verdade estes pontos luminosos nada mais eram do que satélites Starlink,  integrantes de um dos mais recentes projetos da empresa Americana SpaceX. E olha que esta é apenas uma das corporações privadas com projetos de explorar o espaço.

Este projeto da empresa SpaceX de Elon Musk pretende enviar para o espaço pelo menos 12 mil satélites, onde o propósito destes é prover internet de alta velocidade em todos “os cantos do planeta”.  Certamente algo desejado por todos. Mas quais serão as outras possíveis consequências deste projeto?

Elon Musk

Definir Elon Musk como um indivíduo excêntrico mas ao mesmo tempo visionário é desnecessário. Ainda que seja “odiado” por alguns, é venerado por outros. Ao mesmo tempo que se precipita no Twitter e promete mais do que pode entregar,  já fez mais pela humanidade do que a maioria dos políticos. Não apenas é visto como o “mocinho” que quer salvar a terra, como também é tido como o “vilão” que quer dominar o planeta. Antes de tudo, ele é um empreendedor que ainda irá nos surpreende muitas vezes.  Em resumo, é um indivíduo como poucos no planeta terra.

Inegavelmente já entrou para a história pelas empresas e projetos que já fundou e pelas outras que participou de uma forma ou outra. Nesta relação destacam-se o PayPal, Tesla Motors, SolarCity, projeto do Hyperloop, OpenAI (Pesquisa em Inteligência Artificial), dentre muitos outros.

Não só em terra firme, mas também no espaço, Elon Musk tem deixado sua marca. Uma outra empresa de destaque é a SpaceX (responsável pelo projeto projeto Starlink). Entre seus feitos está o Foguete Falcon 9, que ao contrário da maioria dos foguetes até então utilizados que são “descartáveis (a cada lançamento utiliza-se um novo foguete), o Falcon 9 é parcialmente reutilizável. Após a separação do segundo estágio já em órbita, o primeiro estágio é capaz de reentrar na atmosfera e pousar na vertical. Essa mesma empresa SpaceX já vendeu passagens turísicas para a lua e planeja a primeira viagem tripulada para Marte. Nesse ínterim nasce o projeto Starlink.

Projeto starlink

O projeto Starlink iniciou por volta de 2015 e já em 2018 enviou os primeiros satélites para o espaço. E incrivelmente em menos de dois anos já foram lançados mais algumas centenas deles. Só para 2020 espera-se um total de  24 missões com 60 satélites cada. Até o final de 2020 deverão estar em órbita mais de 1.500 satélites Starlink.

Embora o projeto todo anunciado estime lançar perto de 12.000 satélites até o final da década (número autorizado até o momento), a empresa busca a autorização enviar pelo menos mais 30.000. Ou seja, ao final do projeto se tudo sair conforme a empresa planeja, só ela poderá ter mais de 40.000 satélites em órbita. Pelo menos 10 vezes o número de equipamentos ativos atualmente.

Afim de  comparação, desde que o primeiro satélite foi posto em órbita em 1957 (Sputnik 1), estima-se que já foram enviados para  espaço perto de 10.000 novos equipamentos. Contudo, o total de objetos ainda funcionais ou mero lixo espacial (restos de missões ou satélites inativos ou danificados) já ultrapassa a casa de centena de milhar. Para quem tiver curiosidade o site http://stuffin.space/ fornece uma visão 3D da posição de cada um destes satélites ou fragmentos de lixo espacial. Ao mesmo tempo que é incrível é assustador.

O estágio atual do projeto é o dos lançamentos dos primeiros satélites Starlink. Cada foguete Falcon 9 da SpaceX leva um total de 60 novos satélites em casa missão (pesando aproximadamente 227 kg cada um) os quais são “liberados” a uma altitude aproximada de 400 km, para então utilizando propulsão própria irão se posicionar a uma distância de 550 km da terra para entrarem em operação.

Internet por Cabo ou Rádio?

A internet como conhecemos hoje é resultado de muitos saltos tecnológicos. Se hoje a maioria das residência em centros urbanos dispõem de conexões de alta velocidade e disponíveis 24/7, é graças as ligações por fibra óptica ou por cabo telefônicos com tecnologia ADSL. Mas para isso foi necessário anos de investimento em infraestrutura de cabeamento nas principais regiões do planeta. Em regiões mais afastadas por vezes a internet é disponibilizada por ondas de rádio, contudo geralmente com velocidades menores, maior instabilidade de conexão e maiores custos. Em contraste com este mundo dos “cabos”, o projeto Starlink prevê a distribuição de internet em todos os cantos do planeta sem cabos, e em todos os lugares, independente de ser um grande centro ou não.

Com o intuito de fornecer internet via satélites, desde a década de 1990 muitos outros projetos já foram propostos e até mesmo iniciados, mas todos naufragaram, ou melhor, vieram “céu abaixo”. O motivo do fracasso? Custa muito caro construir e especialmente muito mais caro ainda colocá-los em órbita, que dirá fazer isso com uma “constelação” inteira. Entretanto, os custos de lançamentos atuais foram muito reduzidos com o Falcon 9, bem como a própria empresa detentora dos foguetes é que esta por traz desta nova empreitada.

Como vai funcionar a internet Starlink?

Com no mínimo 800 satélites já será possível começar a ofertar o serviço nos Estados Unidos e Canada. Estes satélites formarão uma rede entre si e se comunicarão com os usuários na terra, os quais captarão o sinal por meio de uma antena com tamanho aproximado de uma pizza média.

Porque tantos satélites para cobertura de só um continente? E mais de 12.000 (podendo chegar a 42.000) para fazer a cobertura de todo o planeta terra?

Uma vez que os satélites Starlink ficarão posicionados em uma órbita baixa, por volta dos 550 km  de altitude em relação ao nível do mar, eles se movimentarão rapidamente em relação aos pontos fixos na superfície, e por este motivo, o tempo de visada de cada satélite por cada antena terrestre será de apenas alguns minutos (em outras palavras, o tempo que a antena “vê” o satélite). Ou seja, são necessários centenas de satélites para manter uma cobertura de sinal estável. Assim, quando um satélites estiver se afastando da antena terrestre, outro deverá estar entrando em sua área de cobertura.

Ainda que, desde a antena até o computador do usuário final ainda seja necessário um cabeamento mínimo, mesmo que seja até o roteador sem fim, o grande trunfo deste sistema é que da residência ou empresa do consumidor até servidor não serão mais necessários dezenas, talvez centenas ou até mesmo milhares de quilômetros de cabos e fibras. Imaginem como seria levar internet por fibra até os Andes, ou Antártica, ou qualquer outra região remota do planeta. Estar regiões hoje quando assistidas por este serviço, é somente com conexões via rádio e nem sempre baratas e acessíveis para grande maioria dos residentes destes lugares inóspitos.

Estes satélites estão equipados ainda com sistema anticolisão, e geo referenciamento pelas estrelas.

Será rentável?

Ainda não se tem notícias que indiquem quanto custará uma conexão ultra rápida via satélite. Mas já se sabe que a SpaceX pretende alcançar entre 3% a 5% do futuro mercado global das conexões com a rede mundial de computadores, com a disponibilização de conexões de até 1 gigabite de velocidade.  Esta “pequena” fatia global poderá render até U$30 bilhões de dólares anuais. Quase dez vezes mais do que a empresa arrecada com os lançamentos de foguetes com cargas para a NASA, além de outras agências espaciais e clientes privados.

Sem dúvida uma grande estratégia comercial que permitirá o financiamento das futuras viagens regulares à Lua e a Marte. Uma vez que só com os lançamentos de foguetes como ocorre hoje a empresa não teria recursos para estas empreitadas mais ousadas.

Starlink na Lua e em Marte?

Uma vez funcionando na Terra, analogamente também funcionará em outros lugares, como na Lua e em Marte. Inclusive poderá ser a solução para as comunicações quando da futura ocupação regular do nosso satélite natural.

Como a Lua tem um diâmetro 13,5 vezes menor do que o da terra, a sua curvatura acaba sendo muito mais acentuada. Além do que, por não ter atmosfera, as ondas de rádio não são refletidas de volta para a superfície e acabam se perdendo no espaço. Deste modo a solução das comunicações pode ser exatamente uma constelação de satélites.

Starlink contra a censura 

Em 2019 a internet foi cortada centenas de vezes em várias partes do planeta. Na maioria das vezes os responsáveis por esta interrupção foram os próprios governos. Índia, Irã, Iraque, Correia do Norte, Venezuela, entre muitos outros, se utilizam deste artifício para tentar interromper as comunicações locais em épocas de protestos, ou mesmo para censurar o que entra ou sai do pais via a rede mundial de computadores.

Com uma internet via satélite e cujo controle foge da mão de governantes que aplicam a censura ao povo, as informações poderão circular muito mais livremente em todo o planeta. Não mais dependendo da autorização de partido ou mandatário.  O risco neste caso é que o controle passa a ser centralizado em uma única empresa, esta privada.

Satélites Starlink e a astronomia

Assim sendo, internet vinda do espaço provida por uma constelação de satélites, parece ser a solução para muitos problemas de conexão existentes hoje. E de fato parece ser. Contudo, junto com a solução também são causados outros problemas que até então não existiam.

Em virtude dos satélites serem equipados com um grande painel solar, estas placas acabam refletindo uma grande quantidade de luz do sol para a terra que é captada pelos telescópios de observação espacial. Para a maioria das pessoas isso nada importa, porém para os astrônomos impacta diretamente nas pesquisas espaciais a partir da terra.

Isto acontece, pois, as observações geralmente são feitas com o obturador das câmeras aberto por segundos, minutos ou até mesmo por horas, e qualquer coisa que passar na frente será registrado como um “rastro”. Comprometendo completamente a qualidade da observação.

Starlink e o novo mundo do trabalho

Como já escrevemos em inúmeros textos ao longo dos últimos meses, tanto as profissões quanto o estilo de vida do ser humano estão sendo completamente impactadas pelo advento de novas tecnologias. E não será diferente com as novas constelações de satélites.  Neste caso específico a SpaceX tem o propósito de prover internet de alta velocidade nos “quatro cantos do planeta”. Mas também há outras organizações de olho para os céus.

Internet em todos os lugares e de alta velocidade!  Entre nos comentários e deixe sua opinião do quanto isso poderá acelerar a “revolução tecnológica” que já vivemos e o quanto poderá ser benéfico ou não.

E então responda: Starlink: será um vilão ou mocinho a partir do espaço?

Coronavírus: se qualifique para o depois

O coronavírus está obrigando a humanidade a passar por um momento único na sua história, o isolamento “forçoso” de bilhões de pessoas nos cinco continentes. Mas será que este é o pior cenário possível?

 

Coronavírus – transmissão rápida

O Covid-19, ou coronavírus como é popularmente conhecido, já está presente em praticamente todos os países do planeta (pelo menos oficialmente com casos reconhecidos).  Salvo muita sorte, as demais nações ou não estão divulgando, ou não tem condições de testar seus pacientes. Enquanto escrevo este texto, já são alguns milhares de pessoas contaminadas, e algumas dezenas de milhares que vieram a óbito. Tudo isso em menos de 90 dias desde que foi identificado em Wuhan, cidade Chinesa com mais de 11 milhões de habitantes que ainda se encontra de quarentena desde 23 de Janeiro de 2020.

Embora a taxa de letalidade deste patógeno não seja tão elevada quanto de outras pragas que já assolaram o planeta, ele se torna muito perigoso justamente pela sua alta taxa de transmissão. Ou seja, ele pode até ser pouco letal para os pacientes que conseguirem atendimento médico especializado a tempo. Mas uma vez que contagia milhares em pouco tempo, acaba sobrecarregando os sistemas de saúde, e infelizmente, obrigando aos agentes de saúde decidirem quem irão tentar salvar.

Considerando a característica do coronavírus ser transmitido facilmente, e poder ficar incubado por alguns dias antes do paciente começar a apresentar os sintomas, ou para alguns até mesmo passar como assintomático, e que milhões de pessoas se locomoveram pelo mundo nos últimos meses, muitos deles já contaminados, como resultado milhares de casos são diagnosticados todos os dias nos “quatro cantos do mundo”. Solução para mitigar seus efeitos? Quarentena!

O Isolamento social que está sendo adotado por muitas nações, estados e cidades, nada mais é para que a curva de contaminação seja alongada o máximo possível, e evite-se assim um pico em curso prazo. Tudo isso para tempo para que todos sejam tratados adequadamente.

 

Coronavírus – nova crise econômica está por vir

O recolhimento doméstico, isolamento social, ou para alguns, reclusão domiciliar forçada, certamente irá trazer efeitos positivos na propagação deste vírus, mas inevitavelmente irá causar uma nova crise econômica com consequências também mundiais.

Segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), esta poderá ser uma das piores crises econômicas já experimentadas no planeta. Como resultado, o número de pobres na região poderá ultrapassar os 220 milhões de pessoas. Já a organização Mundial do Trabalho (OIT), calcula que o número de desempregados poderá ser entre 5 a 25 milhões de trabalhadores.

Assim, se está ruim ficar em casa protegendo a família e a si próprio, além de toda a humanidade, para algumas pessoas poderá permanecer tão ruim quanto depois que tudo isso passar.

 

Coronavírus – isolamento social

Em decorrência da necessidade do isolamento social, bilhões estão em suas casas. A UNESCO estima que sejam mais de 850 milhões de estudantes. Outros tantos milhões de trabalhadores formais estão em home office ou dispensados de seus afazeres. Aposentados  não tem mais segurança para ir bater papo nas praças. Só na Índia, que adotou o isolamento social nesta terça feira dia 24, serão mais de 1,3 bilhões de Indianos restritos de movimentação. Seja como for, o planeta parou. Nem durante as grandes guerras viu-se tantas fronteiras fechadas, e até mesmo cidades propositalmente “isoladas”. Isso trará várias consequências para todos, a começar pela criação de transtornos psicológicos e até mesmo de saúde física. Outra consequência, como já descrevemos, será uma crise econômica mundial sem precedentes.

 

Coronavírus – esteja “pronto” para o depois

Como já é histórico em todo o planeta, em tempos de crise os trabalhadores menos qualificados e escolarizados são os primeiros a serem dispensados, e os últimos a serem recontratados.  No Brasil onde a oferta de vagas que demandam de pouca especialização é muito aquém à quantidade de trabalhadores com baixa escolarização, este efeito é sentido com mais intensidade.  Assim, neste contexto caberá a você leitor decidir qual caminho a seguir. A primeira opção é não fazer nada e ficar e esperar o tempo passar para “ver no que vai dar”. Já o segundo caminho, é tornar-se protagonista do seu futuro e aproveitar o tempo de isolamento para aumentar sua empregabilidade. E em tempo de quarentena, o caminho é usar a internet e seu “tempo livre” para estudar.

Para alguns não será fácil, pois nem todos têm estrutura mínima disponível em casa, com computadores e internet de alta velocidade. Além do que, para quem tem crianças pequenas, depois de uma semana de “reclusão” eles já devem estar deixando os pais “quase loucos”.

De qualquer forma, basta um celular com conexão à internet para acessar uma imensidade de cursos e serviços onlines. E em decorrência da quarentena, já são milhares de opções gratuitas por pelo menos 30 dias. 

Além disso, todos esperam que esta situação passe o mais rápido possível e que a vida volta ao normal. Então, outro caminho a ser percorrido são os cursos presenciais, dos quais destaco os Cursos de Qualificação Profissional de curta duração bem como os Cursos Técnicos.  Estas sugestões se sustentam uma vez que geralmente são mais baratos e rápidos, além de oferecerem uma excelente inserção no mercado de trabalho.

Coronavírus – o que fazer em casa?

Como já descrevemos no texto da última semana, uma das estratégias para aproveitar melhor o seu tempo na quarentena é se dedicar ao estudo. Seja ele por meio de livros que temos em casa, ou pela internet. Dezenas de instituições estão disponibilizando centenas de opções de cursos online gratuitos. Desde cursos de desenho para crianças até trilhas de MBA executivo, passando por aprender inglês por Whatsapp. Destaque para  Harvard , USP, ITA, SENAI, SENAC, FGV, e muito mais.

Veja mais alguns dos cursos disponíveis:

Curso de desenho ofertado pela Faber Castell

Cursos de Marketing e programação ofertados pela USP

Cursos ofertados pela Assembléia Legislativa de SC

Curso de Inovação disponibilizado pela Inova Business School

Cursos avançados de audiovisuais em inglês ofertados pela Avixa

 

Com o propósito de facilitar o acesso dos nossos leitores a estes e muitos outros cursos e recursos, criei uma seção especial só para reunir e divulgar todas elas em um só lugar. Todas estas opções, e muitas outras que são disponibilizadas diariamente, podem ser acessadas pelo link: http://fernandopitt.com.br/recursos-educacionais/

 

Mantenha sua saúde física e mental. Assista suas séries preferidas, leia e descanse. Mas acima de tudo, aproveite seu tempo para também se qualificar.

A tecnologia contra o coronavírus

Coronavírus: a tecnologia a favor do ser humano, desde a busca pela cura passando pelas facilidades de trabalhar e estudar de casa.

Desde Janeiro de 2020 todos os canais de mídia noticiam diariamente sobre novos casos no mundo, e mais recentemente nas últimas semanas também no Brasil e na nossa cidade. Neste cenário, além dos riscos reais à saúde da população em geral e especialmente dos mais idosos, ainda precisamos aprender a conviver com um vírus muito mais perigoso: o fake news.

Inegavelmente devemos ter consciência que o Covid-19 é uma doença com alto grau de transmissão e também com uma real letalidade, especialmente entre os mais idosos e doentes crônicos. Portanto, é de se esperar que toda a população tome os cuidados necessários. Ademais, espera-se o mesmo dos governos e órgãos de saúde de todas as nações do planeta.

Neste contexto, acima de tudo, o mínimo que deve haver é transparência a fim de manter toda a população informada, e que esta seja via entidades reconhecidas e por meio de comunicados oficiais. Independente de gostarmos ou não dos governantes que estão afrente das prefeituras, estados e nação Brasileira, o certo é que nosso país tem transparência e divulga os casos conforme eles tem surgido. Contudo, muitos acabam tendo como sua principal fonte de informação os mensageiros instantâneos e as mídias sociais. (em outras palavras: whatsapp e facebook)

Cuidado com os áudios que você recebe e muito mais com os que você se dispõe a compartilhar. Inegavelmente o mundo já vive uma pandemia com consequências nunca antes registradas na história, então não precisamos tornar o clima ainda mais tenso.

 

Coronavírus – comunicação oficial

Antes de mais nada: “Nada de pânico! A situação já é crítica por si só e irá exigir muito de todos nós. Assim, devemos seguir na totalidade as orientações repassada pelos órgãos oficiais. Começando pela quarentena e cuidados básicos de higiene pessoal para mitigar sua transmissão. Assim sendo, busque as informações nos canais oficiais dos governos e entidades de saúde, além dos veículos de imprensa que agem com responsabilidade, assim como aqui no Portal Notisul.

 

Estatística Oficial pelo Ministério da Saúde

Notificação de casos de doença pelo coronavírus 2019 (COVID-19)

 

Coronavírus – teoria da conspiração

Sempre que não é possível ter uma explicação lógica, ou pelo menos compreensível, surgem as mais esdruxulas teorias. Assim ocorre há milênios. Somente nos últimos séculos com o avanço da tecnologia foi possível desmistificar muitos mitos e apresentar as devidas provas científicas. Mas mesmo assim, ainda há quem acredite que a terra é plana, dentre muitas outras crendices. E por mais que praticamente nesta semana só se fale no coronavírus (Covid-19) em todos os meios e rodas de conversas, muitas “teorias da conspiração” surgem também neste campo da ciência.

Talvez a principal delas seja em relação ao número de casos confirmados, pois enquanto o governo divulga os números oficiais, há quem afirme que na verdade esta contabilidade está errada e subdimensionada.  Isto é, eles afirmam que o número de casos é muito maior do que o divulgado, e de certa forma isso é verdade. Mas não por má fé e nem para “esconder” casos.

O que acontece é que a contabilidade oficial só ocorre quando o exame é realizado por laboratórios oficiais. Já  os casos confirmados, mas feitos em laboratórios particulares,  carecem de contra-prova oficial para então serem contabilizados. Ou seja, só uma questão de metodologia e não de conspiração.

Outra teoria tão forte quanto é a origem do vírus, que “afirmam” ter sido criado em laboratório. Outro mito!

Em uma publicação em 17 de Março de 2020 (The proximal origin of SARS-CoV-2), na revista Nature Medicine , foi divulgado que o Covid-19 é uma evolução natural  e oriundo da mutação de outros tipos de vírus da mesma família, e os seres humanos passaram a ser seu hospedeiro depois de uma “seleção natural”. Ainda, o mesmo estudo descreve os pangolins malaios como sendo o possível hospedeiro animal que transmitiu para o homem.

 

Coronavírus – mapeamento genético

Talvez esta seja uma das doenças em que “as vacinas” estejam sendo desenvolvidas quase tão rapidamente quanto a identificação do vírus em humanos. Isso está sendo possível novamente graças ao avanço tecnológico.

Um primeiro passo é o sequenciamento genético do vírus, o que se tornou fácil e rápido. O que hoje consome poucos dólares e é feito em um tempo muito reduzido, no início consumiu investimentos na casa dos bilhões e décadas de estudos.  No caso do coronavírus, o seu sequenciamento genético foi realizado aqui no Brasil em apenas 48 horas pelas cientistas brasileiras  Ester Sabino e Jaqueline Goes de Jesus. Graças a estes estudos e sequenciamento do vírus, enquanto escrevo este texto leio notícias que a China já autorizou o teste em humanos de uma nova vacina contra o Covid-19. Agora é aguardar e esperar o sucesso destes testes.

 

Coronavírus – o mundo parou

Embora o coronavírus apresente uma reduzida taxa de letalidade, possui uma elevada taxa de transmissão. Desta forma, em menos de 3 meses desde que o primeiro caso foi diagnosticado na China, ele já se espalhou para todo o planeta contagiando na casa das centenas de milhares de pessoas e levanto a óbito na casa da dezena de milhar.

Por este motivo, estamos presenciando respostas dos governos mundiais que nunca haviam ocorrido na história do planeta terra, nem mesmo durante a grandes guerras. Entre estas ações, já está vigorando em muitos países e de forma simultânea, a suspensão das aulas, fechamento das fronteiras, isolamento de cidades inteiras, fechamento de lojas e fábricas, cancelamento de transporte de passageiros (aéreo, terrestre e marítimo), dentre muitas outras ações. O mundo inteiro está parando com o intuito de conter a disseminação, ou pelo menos torná-la mais lenta.

Há quem dirá que o Pai do Rock Brasileiro, o Maluco Beleza Raul Seixas estava certo,  pois em 1977 ele lançou a canção: O Dia em que a Terra Parou.

O Dia Em Que a Terra Parou

(Raul Seixas)

Essa noite eu tive um sonho

De sonhador

Maluco que sou, eu sonhei

Com o dia em que a Terra parou

Com o dia em que a Terra parou

Foi assim

No dia em que todas as pessoas

Do planeta inteiro

Resolveram que ninguém ia sair de casa

Como que se fosse combinado em todo

O planeta

Naquele dia, ninguém saiu de casa, ninguém ninguém

continua […]

 

Coronavírus – e o home office

Forçosamente bilhões de pessoas estão reclusas em suas próprias casas sem poder sair nem mesmo para trabalhar. Tudo isso para frear a disseminação do Covid-19. Uma ação drástica que os governantes afirmam ser necessária. Independente de concordarmos ou não com ela, é a realidade do momento. Deste modo, muitas empresas estão se organizando e proporcionando que seus funcionários trabalhem em home office, ou seja, a partir de suas casas.

Talvez esse não seja o melhor modelo a ser adotado por todas corporações, mas certamente após cessar a pandemia muitos acabarão adotando ela como regra. Não é uma tarefa fácil, pois há necessidade de ter um ambiente preparado (com internet, combinado familiar, entre outros fatores), respeitar a rotina, e acima de tudo manter o foco no trabalho uma vez que série preferida pode estar a um clique de distância.

Todavia, também apresenta grandes vantagens, entre elas, o menor fluxo de pessoas entre suas residências e locais de trabalho com um melhor aproveitamento do seu dia, e ainda menos trânsito e por consequência menos poluição nas cidades. Só para citar alguns pontos positivos.

Mas lembre-se, home office é trabalho em casa, e não descanso do trabalho.

 

Coronavírus – o que fazer em casa?

Segundo a Unesco, já passou de 850 milhões de alunos privados de suas aulas presenciais. Possivelmente você ou alguém da sua família se encontra nesta situação.  Fora os trabalhadores que também estão em quarentena em suas casas.

Por mais que as escolas estejam se esforçando para disponibilizar os conteúdos nos meios digitais, sempre haverá uma ociosidade. E o que faze neste tempo livre? Nem pense em ir para a praia ou para locais de entretenimento, pois ou estarão fechados ou você estará correndo riscos desnecessários.

Então que tal dedicar um tempo para atualizar aquelas leituras atrasadas? Selecionar bons filmes e documentários nos seus serviços de streaming, além de fazer aquela limpeza nas gavetas que você vem protelando a anos? Mas pelo que tudo indica ainda sobrará muito tempo livre até que a situação se normalize, então, outra dica é aproveitar este tempo para se qualificar por meio das plataformas digitais, tanto as gratuitas quanto as pagas.

 

Cuide tanto de sua saúde física quanto mental, e aproveite bem sua quarentena.

Mulheres na tecnologia? Sim, é claro! Por que não?

No último domingo, 8 de março, foi comemorado o Dia Internacional da Mulher, uma data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975. Contudo, algumas versões apontam a origem desta comemoração como sendo do início do século XX, quando manifestações começaram a ser organizadas pela igualdade dos direitos civis e pelo voto feminino, dentre outras revindicações. 

Outras já citam incêndios à fábricas, também no início do século passado, onde morreram na sua maioria mulheres. Um exemplo real é o incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist, Nova York, em 25 de março de 1911, onde mais de uma centena de mulheres foram carbonizadas. Há algumas referências inclusive, do século XIX ou até antes. Contudo, não existe uma concordância exata da origem desta. Todavia, em pleno século XXI a origem tem menos importância do que a pautas reais e contemporâneas.

Antes de mais nada, independente de haver ou não um fato real que deu origem a esta data, o que importa é que ela é carregada de um simbolismo muito forte que deve ser respeitado e evidenciado 365 dias por ano.

 

Revindicações 

São muitas as revindicações apontadas desde que a data oficialmente passou a ser comemorada. Nem me atrevo a tentar enumerá-las aqui pois com certeza deixarei muitas lacunas não preenchidas. Ademais, o que para alguns pode ser uma reivindicação pura e legítima, para outros pode soar como superficialidade. Contudo, quero destacar apenas uma (adaptada) que surge em todos os momentos: “lugar de mulher é onde ela quiser […], inclusive na tecnologia”!

Presença das mulheres nas Universidades e Escolas Técnicas

Segundo o MEC as mulheres já são a maioria nos cursos de graduação, profissionalizantes, além dos cursos de formação inicial e continuada. Segundo Censo 2017 elas já são a maioria tanto no ingresso, quanto nas matrículas e concluintes.  Contudo, o que se observa é uma predominância expressiva das mulheres em cursos de licenciatura, onde elas ultrapassam os 70% de matrículas.

Ainda segundo o MEC, não apenas elas são a maioria nas faculdades como também apresentam uma trajetória educacional mais exitosa na educação básica (fundamental e médio), mesmo com o ingresso nas séries iniciais apresentando um equilíbrio de acesso entre meninos e meninas, segundo dados do Censo da Educação Básica 2019.

 

Mulheres na Tecnologia

Embora historicamente sempre houveram áreas e profissões estigmatizadas como sendo masculinas, gradativamente tem-se observado movimentos para “quebrar” esta regra. Assim tem sido com o ingresso cada vez maior de mulheres em cursos das áreas de exatas e também de mulheres em áreas tecnológicas no geral. Embora, muito menos que se poderia ser.

Ainda que quando se fala em “tecnologia” o que primeiro vem na mente sejam computadores e Smartphones, ela é muito mais ampla do que isso. Não só programação de computadores, como também pesquisas científicas e muito mais.

 

Mudanças lentas, mas gradativas

Por mais que ao longo dos milênios a mulher já tivera mais ou menos participação, e inclusive em algumas culturas até mesmo mais status do que os homens, a partir da idade média isso mudou significativamente em quase todas as partes do planeta. Só bem recentemente nas últimas décadas muitas nações “voltaram permitir” a igualdade de gênero, mas não sem lutas. Embora a igualdade esteja nas leis civis de muitos países, infelizmente na prática ainda não é o que se observa em muitas regiões, inclusive aqui no Brasil.

Uma vez que este texto não tem pretensão de estressar o assunto, tenho ciência que que muitos leitores irão afirmar que ainda há muito por fazer, o que estarão corretos. Por outro lado, haverão outros que dirão que há muito exagero e até mesmo “forçação de barra” em alguns momento, o que também terão razão.

Assim, não trago respostas e muito menos uma revisão histórica sobre o assunto. Mas sim, uma única provocação: “lugar de mulher é onde ela quiser, inclusive na tecnologia”. E para que isso seja possível cabe a nós Pais de meninas fornecer condições para que elas construam suas carreiras, sejam elas quais forem, com base em suas aptidões pessoais e que lhes traga maior satisfação pessoal e profissional. Ou seja, mulheres na tecnologia, nas áreas humanas, nas ciências em geral, ou até mesmo em casa, onde elas quiserem.

Vivemos em um país livre (ou pelo menos pensamos). E assim deve continuar sendo.

PIX – Pagamento Instantâneo Brasileiro

PIX – Pagamentos instantâneos com dinheiro na conta do credor em até 10 segundos, 24 horas por dia / 7 dias por semana? E ainda de graça ou com tarifas superbaixas? Isso será possível a partir de 16 de novembro de 2020 quando o PIX entrar em operação.

O que é o PIX?

É o novo sistema de pagamento instantâneo que o Banco Central do Brasil anunciou recentemente e que irá revolucionar os meios de pagamentos em todo o território nacional. Muito provavelmente também irá promover a inclusão bancária de milhões de brasileiros que hoje vivem as margens deste sistema.

Primeiramente é importante entender como as transações ocorrem hoje. Em suma, atualmente a aquisição de bens ou serviços se faz com dinheiro vivo, cartões de débito e de crédito, além do cheque (já em desuso no Brasil). O pagamento de contas se dá por meio de boletos bancários (aqueles com códigos de barras) ou débito automático. Já as transferências entre contas de diferentes bancos são efetuadas por TED (Transferência eletrônica digital) ou DOC (Documento de Ordem de Crédito).

O sistema de pagamentos Brasileiro está entre os mais seguros e ágeis do mundo. No entanto, estas operações  geralmente envolvem a cobrança de taxas, sejam elas fixas ou percentuais sobre o montante negociado. Além disso, muitas delas só podem ser executadas em dias úteis e em horários pré-determinados, e o dinheiro pode levar alguns dias para ser creditado na conta do destinatário.

Com o PIX isto tudo poderá ser feito instantaneamente e de um modo muito mais fácil.

Como vai funcionar o PIX?

24/7/365!  Ou seja, 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano é quando será possível fazer transações monetárias com o novo sistema de pagamentos e crédito em conta em até 10 segundos. Não só o recebimento será facilitado, como também a experiência do usuário irá melhorar muito.

Enquanto hoje é necessário saber o código do banco, número da agência, número e tipo de conta, além do nome completo e CPF ou CNPJ do destinatário de um TED ou DOC, no momento que o PIX começar a operar bastará saber: o CPF ou CNPJ, ou ainda o telefone ou e-mail. Bastará uma chave. Além disso ainda será possível fazer o pagamento ou transferência por meio de um QR code estático ou dinâmico ou por NFC (tecnologia de pagamento por aproximação). E não só entre pessoas físicas e jurídicas será possível as transações, mas também o recolhimento de taxas federais quando do início da operação do PIX. Em outras palavras, o dinheiro sairá da conta do pagador para o recebedor instantaneamente, com custos reduzidos de operação e sem intermediários.

Entretanto, é bom que se diga que este sistema não eliminará os meios convencionais utilizados hoje, apenas será mais uma opção para os correntistas e lojistas.  Fique tranquilo, se for de sua preferência você poderá continuar comprando com dinheiro vivo ou cartão de crédito por muito tempo ainda.

 

Isso tudo será possível graças ao desenvolvimento tecnológico em que nos encontramos atualmente, e a adoção de tecnologia que permite o compartilhamento das informações de cada correntista entre os bancos participantes do sistema. Estes bancos podem ser tanto instituições tradicionais centenárias quanto as mais recentes fintechs (como os bancos digitais). Todos com mais de  500 mil correntistas ativos deverão ingressar no sistema de pagamento instantâneo.

O segredo para que haja esta integração? Open Banking!

 

O que é o Open Banking?

O Open Banking ou sistema bancário aberto, parte do princípio que o dono dos dados pessoais são das pessoas e não das instituições financeiras. Como resultado, terceiros podem ter acesso as informações (desde que autorizados) e oferecer serviços relevantes e customizados para cada cliente. Por exemplo, um aplicativo de controle de gastos pode ter acesso a sua movimentação bancária e gastos com cartão, para então lhe ajudar a chegar “no azul” no final do mês.

O acesso a estas informações se dá por meio de API (Application Programming Interface, ou em português: Interface de Programação de Aplicações). Em resumo, uma API é um conjunto de rotinas  e padrões de programação que dão acesso a determinadas funcionalidades ou informações, tanto em aplicativos e softwares quanto em plataformas web (internet).

Quando uma empresa como o Banco Central do Brasil (Bacen) cria uma API e a disponibiliza, como recentemente foi feito no GitHub com a API do DICT (Diretório de Identificadores de Contas Transacionais) um dos braços do PIX,  ela pretende facilitar e acelerar a adesão dos Provedores de Serviços de Pagamentos (PSP) e tornar operacional este novo sistema de pagamento.

 

Custos mais baixos

Segundo declarações do Banco Central, este não irá intervir no que tange a cobrança de taxas sobre as movimentações com o PIX, mas acredita que estas serão muito baixas ou até mesmo gratuitas uma vez que as movimentações se darão sobre plataformas tecnológicas e com a eliminação de intermediários. Há alguns anos já se observa este movimento com a popularização dos bancos digitais e demais fintechs. Inegavelmente um ganho para os correntistas e toda a Nação Brasileira, além da democratização do sistema bancário.

Por causa das fintechs, nos últimos anos observa-se uma gradativa oferta de produtos financeiros gratuitos e muito mais ágeis. Cartão de crédito sem anuidades e ainda com “milhagem”. Abertura de conta bancária sem cobrança de taxas e ainda com movimentações ilimitadas, feita tudo pelo celular e em menos de 5 minutos. Transferência de recursos via mensageiros instantâneos (já existe em outros países). É só o começo.

 

Quem ganha? Quem perde? com o PIX

Sem dúvida os maiores beneficiados com o PIX serão todos os Brasileiros além dos pequenos negócios. Uma vez que além de poderem receber o dinheiro instantaneamente, ainda poderão pagar menos taxas bancárias.

Só para exemplificar, no TED a transferência ocorre no mesmo dia, porém só em horário bancário e o custo da operação pode ultrapassar os R$20. Similarmente o DOC que também tem cobrança de taxas, só credita o valor no dia útil seguinte da operação. Ao mesmo tempo compras com cartão de débito levam de 1 a 3 dias para disponibilizar o valor para o lojista. Analogamente as compras com cartão de crédito, que podem cobrar até 5% sobre o valor da transação, só liberam o valor da compra 30 dias depois. Ou seja, sempre haverá alguém pagando caro pela transação financeira.

Em contrapartida os bancos tradicionais não parecem muito felizes com o PIX, pois segundo um estudo da Moody´s publicado em uma  reportagem de 21 de Fevereiro o Jornal  Valor Econômico , estes poderão ter uma perda significativa de até R$4,6 bilhões anuais oriundos das receitas provenientes destas tarifas e taxas cobradas atualmente.

 

Novas Profissões

Por fim, é importante destacar que este movimento, como tantos outros, não trazem o desemprego para população, nem mesmo são as máquinas ocupando lugar dos homens, mas a transferência destes postos de trabalho de setores tradicionais para os tecnológicos. Os mais novos bancos digitais, por exemplo, hoje empregam mais engenheiros de softwares, programadores, matemáticos, webdesigns, dentre outros profissionais da área da tecnologia. O que menos se vê em um banco digital são bancários.

Analogamente outros setores também tem gradativamente migrado para a tecnologia, e a revolução que vivemos hoje é só o começo. Inegavelmente o mercado de trabalho tem se modificado na mesma velocidade que e as novas tecnologias são adotadas pelos mais diversos setores, como o que está acontecendo no bancário.

E você, com isso tudo acontecendo vai ficar ai na “praça”  “dando milho aos pombos” ? (Milho aos pombos de Zé Geraldo) ou vai partir para a ação e manter suas competências técnicas atualizadas.

Quer mandar suas contribuições, sugestões ou críticas? 

Então escreva para fernando@fernandopitt.com.br 

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