sexta-feira, 10 maio , 2024
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Amazonas vai transferir 235 pacientes de Covid-19 para outros estados, RS se colocou à disposição

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Amazonas vai transferir 235 pacientes de Covid-19 para outros estados, RS se colocou à disposição
Foto: Paciente sendo transferido de hospital na cidade de Manaus/ Mathias Dantas/AFP/Divulgação

Os governos do Amazonas e Federal lançaram, nesta quinta-feira (14/01), um Plano de Cooperação, com o apoio de outros cinco estados brasileiros, para o transporte aéreo e tratamento, num primeiro momento, de 235 pacientes acometidos pela Covid-19 em Manaus, cujos quadros clínicos são considerados moderados.

A medida, anunciada pelo governador do Amazonas, Wilson Lima, em pronunciamento à frente do Comitê de Resposta Rápida nas redes oficiais do Governo do Estado, foi tomada com base na escassez de oxigênio para suprir a demanda gerada com o aumento de hospitalizações decorrentes da pandemia na rede pública estadual de saúde.

“Estamos no momento mais crítico da pandemia. Algo sem precedentes no estado do Amazonas, em que enfrentamos muitas dificuldades em conseguir insumos. A principal dificuldade atualmente tem sido a aquisição de oxigênio”, destacou o governador do Amazonas, Wilson Lima.

Cem pacientes serão transferidos para hospitais da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), no Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Goiás e Distrito Federal, além de mais 100 para a rede estadual de saúde de Goiás.

O Estado do Rio Grande do Sul foi procurado pelo Governo do Amazonas para ver se há disponibilidade de fazer transferências para o Estado Gaúcho. “Coloquei o RS à disposição para o que puder ser feito no sentido de ajudar os nossos irmãos do Amazonas. Estamos numa outra ponta do país, mas a solidariedade que o momento exige supera qualquer distância. Se for necessário, o RS está a postos”, postou no Facebook o governador gaúcho Eduardo Leite.

Pacientes estão sem oxigênio para tratamento

O secretário de Estado da Saúde, Marcellus Campêlo, destacou que, na noite da última quarta-feira (13/01), a empresa fornecedora da maior parte dos gases medicinais à rede pública estadual oficializou “dificuldades em relação à execução do plano logístico para a entrega de insumos e a alta demanda que vinha ocorrendo” na rede pública de saúde. O Governo do Amazonas executa nesta quinta-feira a fase 5 do Plano de Contingência que visa frear a pandemia no estado.

Diante disso, uma estratégia foi desenvolvida para a transferência dos pacientes. “Os governos e as Forças Armadas começaram a trabalhar para o apoio logístico e a entrega de oxigênio. Mas, tivemos um pico e um aumento da demanda acima do esperado”, explicou. O aumento expressivo ocorreu entre os dias 1º e 12 deste mês.

De acordo com o secretário, entre os meses de março e maio, foi registrado um consumo máximo de 30 mil metros cúbicos/dia. Hoje, são mais de 76 mil metros cúbicos diários, um acréscimo de 160%.

Marcellus explicou que a falta do insumo também prejudicará a abertura de leitos já prontos para serem habilitados em unidades como o Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV) e no Hospital Nilton Lins, cuja estrutura está pronta para entrar em funcionamento. “Não conseguiram ativar leitos em virtude da contingência de oxigênio, que ocorre sem precedentes (no estado). É necessário que a população compreenda e apoie (as medidas)”, frisou.

O secretário de Atenção Especializada do MS, coronel Luiz Otávio Franco Duarte, destacou que o transporte dos pacientes será feito de forma coordenada, com apoio assistencial de pelo menos duas equipes de saúde. Em um primeiro momento, a empresa Gol Linhas Aéreas dará o suporte, mas outras empresas poderão ser contratadas no decorrer do plano. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também está auxiliando no fornecimento de material a ser utilizado no transporte.

“São pacientes que ainda continuam dependente do oxigênio, mas eles têm toda a segurança para serem aerotransportados. É muito importante entender que o paciente do Amazonas que subir na aeronave terá toda a segurança e assistência, com cobertura até de assistentes psicossociais para que não haja falha nenhuma”, garantiu.

Segundo Franco Duarte, uma cooperação técnica junto ao Hospital Sírio-Libanês tem sido desenvolvida para otimizar o uso de oxigênio, uma vez que pacientes em estágio moderado da doença consomem, em média, 15 mil litros do insumo por minuto, em função da dispneia.

Mais de 3 mil novos casos por dia


O Amazonas voltou a registrar números altos de novos casos por dia de Covid-19. Nesta quinta-feira foram 3.816 novos registros, totalizando 223.360 casos da doença no Estado.

Segundo o boletim, foram confirmados 51 óbitos por Covid-19, sendo 44 nas últimas 24 horas e 7 óbitos foram encerrados por critérios clínicos, de imagem, clínico-epidemiológico ou laboratorial, elevando para 5.930 o total de mortes.

Rede de Assistência – Entre os casos confirmados de Covid-19 no Amazonas, há 1581 pacientes internados, sendo 1.034 em leitos (454 na rede privada e 580 na rede pública), 518 em UTI (216 na rede privada e 302 na rede pública) e 29 em sala vermelha, estrutura voltada à assistência temporária para estabilização de pacientes críticos/graves para posterior encaminhamento a outros pontos da rede de atenção à saúde.

Há ainda outros 624 pacientes internados considerados suspeitos e que aguardam a confirmação do diagnóstico. Desses, 499 estão em leitos clínicos (153 na rede privada e 346 na rede pública), 90 estão em UTI (65 na rede privada e 25 na rede pública) e 35 em sala vermelha.

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