Advocacia 4.0: valorização das competências comportamentais

Foto: Divulgação/Notisul
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O que esperar do futuro do trabalho (e do trabalhador) na era da revolução tecnológica? Progressos futuros em nanotecnologia, biotecnologia, robótica, inteligência artificial, impressão 3D, dentre as mais variadas áreas, começaram a interagir e introduziram mudanças em diversas esferas profissionais, o que também refletiu profundamente na esfera jurídica. Vivemos imersos em um processo atual, universal e irreversível, onde as novidades tecnológicas alavancam uma evolução disruptiva do mercado de trabalho.

O Fórum Econômico Mundial se referiu a esse processo como a quarta revolução industrial, que também é conhecida como indústria 4.0, e a define como “uma revolução mais ampla e abrangente do que qualquer coisa que já tenhamos visto”.

Na Advocacia 4.0, os escritórios e departamentos jurídicos que mais se destacam são aqueles que apostaram na combinação de pessoas e tecnologia, e que souberam como implementar essa combinação no seu dia a dia, e neste aspecto a tecnologia é utilizada para realizar as tarefas repetitivas, e as pessoas altamente capacitadas utilizam seu tempo para pensar estrategicamente nas principais frentes de atuação do negócio. Contudo, não se trata exclusivamente de incorporar novas ferramentas digitais ao trabalho do advogado, mas sim o próprio trabalho do advogado é modificado pela existência dessas ferramentas.

Assim, as mudanças da Advocacia 4.0 não partem da tecnologia, mas das pessoas.

Outras apostas consistem na constituição de equipes multidisciplinares, onde o diferencial das pessoas reside em habilidades cruciais como inciativa, criatividade, colaboração, capacidade de transmitir ideias e tomar decisões, humanismo, confiabilidade, equilíbrio emocional, flexibilidade, persistência, empatia, gestão e resiliência, que são importantes ao longo de toda vida, tal qual exercitar o autodidatismo.

Portanto, os componentes interpessoais, como as competências comportamentais, são tão importantes quanto as competência técnicas (adquiridas desde cedo) e merecem nossa atenção. Essas competências estão relacionadas a características úteis para o crescimento pessoal e profissional. Conhecimentos que integram a sabedoria da vida humana, traços da personalidade como: evolução consciente, conhecimento de si mesmo, a integração do espírito, a busca permanente pelo desenvolvimento, o domínio profundo das funções de estudar, de aprender, de ensinar, de pensar e realizar. O que, por sua vez não são ensinados em salas de aulas tradicionais.

Sabedores de que precisamos estar atento às mudanças, este cenário nos causa certo desconforto, principalmente para os profissionais que estão na facha etária dos 40 anos, em plena capacidade produtiva, que tiveram que se adaptar de forma muito brusca aos dois mundos o que, em meio a um dilúvio diário de informações, pode ser uma tarefa desafiadora e intimidante. Mas há um caminho; o da determinação e da coragem!

Diante do cenário socioeconômico desenhado na história da humanidade, a velocidade da mudança nunca foi tão rápida (nem a educação tão acessível) – é nesse aspecto que entra em cena a noção de lifelong learling, ou aprendizado contínuo, que representa a nova maneira de encaixar a educação na vida das pessoas. O foco passa a ser nas habilidades comprovadas e conquistas.

Na era da inovação, a lista de competências comportamentais valorizadas é imensa, dentre as principais podemos citar: criatividade, equilíbrio emocional, relacionamento interpessoal, liderança, flexibilidade e adaptabilidade, pensamento estratégico, aptidão para negociações, persistência, etc..

Precisamos nos reeducar e retreinar para lidar com as transformações do mercado da melhor maneira possível, de forma equilibrada e com sanidade, jamais nos esquecendo de nossa essência humana. Equilíbrio e elegância são, e sempre serão, atributos imprescindíveis das pessoas que se diferenciam na multidão.

De todo modo, precisamos estar preparados para um mundo automatizado, aptos e sintonizados com as oportunidades, encontrando e desenvolvendo as habilidades que precisamos, e, acima de tudo, consciente do inesperado.


Você sabia?

A Fapesc recebe, até o próximo dia 31, projetos de eventos científicos, tecnológicos e/ou de inovação (com previsão de realização entre 1º de agosto de 2019 a 31 de outubro deste ano, coordenados por pesquisadores vinculados a Instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação, Ictis, de Santa Catarina, contribuindo para a difusão e divulgação da Ciência, Tecnologia e Inovação – CTI, deste Estado. Cada projeto poderá prever recursos financeiros de acordo com a categoria do evento: Estadual (R$ 15 mil; Nacional (R$ 20 mil); e Internacional (R$ 30 mil). Outras informações no link: http://www.fapesc.sc.gov.br/edital-de-chamada-publica-fapesc-no-012019-proeventos-20192020/.


Fique atento!

Estão abertas, até o próximo dia 31, as inscrições para a 2ª edição do Programa de Mentoria da Incubadora Crie, da Unisul. O programa possibilita ao mentor a oportunidade de conhecer diferentes profissionais e negócios estabelecidos na universidade, aumentando sua rede de contatos e disseminando experiências. Neste programa, alunos formados na Unisul e demais instituições nos cursos de Administração, Processos Gerenciais, Sistemas de Informação, Publicidade e Propaganda, Economia, Ciências Contábeis, Psicologia, Ciência da Computação, Jornalismo, Engenharia Elétrica, Medicina Veterinária, Fisioterapia, Arquitetura e Engenharia Civil, atuam como mentores de startups residentes e não residentes da Incubadora de Empresas Crie, contribuindo para o desenvolvimento de novos negócios na região. O programa inicia em maio e vai até outubro deste ano. Outras informações no link: http://www.unisul.br/wps/portal/home/pesquisa-e-inovacao/agetec/incubadora-crie/selecao-incubadora-crie.