sexta-feira, 13 dezembro , 2024
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EU AINDA LEMBRO DAQUELE NATAL

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Prof. Dr. Marcos Marcelino Mazzucco,
Coordenador dos cursos de Engenharia Química, Química bacharelado, Química licenciatura, Engenharia de Controle e Automação e Engenharia do Petróleo na UNISUL

 

Peço licença de minha temática recorrente sobre engenharia e empreendedorismo para falar um pouco do Natal e da festa que ele faz em nós, porque se há uma coisa que as famílias brasileiras prezam é uma boa festa de Natal e neste ano temos o complicador da COVID-19. O Natal é o dia, possivelmente, da maior reunião de família do ano.

Para muitos grupos familiares, o local costumeiramente escolhido é próximo das pessoas mais experientes (mais velhas) do grupo; é uma espécie de retorno ao ninho. Um ano inteiro de histórias para contar aos que vem de longe e um monte de boas estórias para arrancar as gargalhadas dos mais expansivos, dos mais efusivos ou daqueles embriagados com as alegrias da data.

Não há diferenças religiosas, ou mesmo a ausência de crenças, que impeçam aquele abraço e os desejos de felicidades. É um momento em que as lembranças, escondidas ou esquecidas, da infância fazem o coração alegrar-se ou ainda deixam aquele aperto saudoso no peito que chega a doer. No momento que vivemos, muitas recordações e saudades sujem.

Em 2017 eu fui incumbido pela grande família Mazzucco para escrever o texto e fazer a dedicatória na noite de Natal. Nos reunimos numa casa de madeira que foi construída há mais de 100 anos pelo meu bisavô e ainda está na forma original. Dada a extensão do texto original (6 páginas), com lembranças de episódios da vida da minha família, reproduzo apenas uma parte daquela redação e adianto meu pedido de desculpas, a você leitor, pela extensão que ainda remanesce e pela ingenuidade das palavras, mas acredito que muitas pessoas se encontrarão nelas.

Naquele Natal, o texto foi embalado pela música “In My Life”, composição de John Lennon e Paul McCartney, na versão em língua portuguesa de Rita Lee. Vamos lá!
[…]

 

Carta ao Menino Jesus

Tem lugares que me lembram minha vida, por onde andei…
As histórias, os caminhos…

Eu era pequeno e me lembro que o Menino Jesus nascia todo ano. Lembro que repetiam a história dele como se nunca a tivéssemos ouvido. Para a chegada dele montávamos uma árvore toda decorada na posição de maior destaque da casa, a sala. A sala era o local reservado para visitas. Não era usada durante a maior parte do ano e era mantida limpa e lustrosa para a possível chegada de alguém, parente ou não, que nos visitasse com pouca frequência. Como não há visita mais ilustre que o Menino Jesus, então era necessário reservar o melhor lugar para Ele. Nas salas compartilhávamos a ansiedade pela chegada Dele. Sentei muitas vezes olhando a árvore de natal, o brilho das bolas e espirais, espelhadas pela fraca e amarela luz da lâmpada incandescente, imaginando o que Ele traria para mim. Nas salas compartilhávamos nossa vontade de que todas as coisas que Ele ensinou, acontecessem. E, para isso, fazíamos nossa família ficar maior por alguns dias, o nome disso é Novena de Natal. […] As novenas aconteciam nas casas dos vizinhos, nossos amigos e alguns moravam bem longe para as medidas de hoje, mas queríamos estar com eles! […] Nas novenas, sentávamos no chão da sala, no degrau da porta e na rua mesmo. Rezávamos, cantávamos “Noite feliz” e “Bate o sino” e depois conversávamos e ríamos um pouco, como se nunca encontrássemos aquelas pessoas. E repetíamos aquilo tudo 9 dias.[…] Cada dia era um aperto maior no coração, na espera do Natal, o dia da Vinda do Menino Jesus. Até chegar o dia 24/12, este era o dia mais longo do ano. Levantávamos bem cedo para adiantar os trabalhos e sobrar um tempo à tarde, para os últimos preparativos do grande dia. […]

Enfim o Natal chegou! Acordar mais cedo do que nos dias de trabalho não era um problema! Levantar apressado, correr para a árvore e abrir os pacotes. […] E o que havia!? Um pequeno brinquedo, alguns doces e ROUPAS. Sim, o Natal era o dia de usar roupa nova. Calça, calção, camisa, chinelo, sapato. Usar calça comprida e camisa de manga longa para ir à missa naquele dia, um dia de verão, era aceitável para estrear uma “roupa nova”[…]. E a igreja ficava cheia de pessoas assim, adultos e crianças. Os brinquedos eram bastante singelos e eram os únicos ganhos no ano. Os doces eram deliciosíssimos, comíamos tão devagar que duravam mais de um mês. O cheiro do chocolate era melhor até que o sabor. As balas de açúcar eram estrategicamente acomodadas no céu da boca para aproveitarmos o sabor por mais tempo.

O almoço de natal era sem dúvida o melhor do ano, “Churrasco”. Na estufa do nono era montada uma churrasqueira de tijolos e a mesa de amarrar fumo se transformava em mesa de almoço, numa autêntica transmutação de suor e trabalho em confraternização e comida boa. […] Era um dia tão longo e festejado, como merecia o Menino Jesus. E ainda haviam as visitas nas casas dos tios para ganhar um doce ou um presente. Este dia realmente valia o ano inteiro de espera. Era um dos poucos dias em que cantávamos juntos, que saudades da nona, ela adorava cantar. O nono era nosso contador de histórias, sempre tinha uma nova. […] E os anos passaram, melhor dizendo, VOARAM, sai a infância e entra a longa adolescência. As lembranças ficam e as coisas acontecem.

 

O destino que eu mudei…
Cenas do meu filme em branco e preto que o vento levou e o tempo traz

O ventania da vida levou muitas pessoas queridas que estão na lembrança de cada um agora. As crianças que corriam suadas ficaram adultas e não correm mais do mesmo jeito. Mas, a ventania, que assusta nas noites escuras, se espalha e se transforma na brisa refrescante que torna os verões difíceis, superáveis. […] Ela trouxe nossos amores e nossos filhos. […] Estes filhos são nossas “novas vidas”, a nova geração de corredores. E para eles estamos dando tudo o que não tivemos, mas nunca poderemos dar-lhes nossas aventuras. Que eles sejam inteligentes o suficiente para viver suas aventuras de forma sadia para poder contá-las sem arrependimento.

Entre todos os amores e amigos, de você me lembro mais…
Tem pessoas que a gente não esquece, nem se esquecer…

[…] Desejos são pretensões que gostamos de acreditar que possam ser verdade ou se tornar realidade. Então, nos imaginemos agora, todos juntos, com 15 anos: faces jovens, com todo o vigor físico e as possibilidades financeiras que temos hoje. Será que seríamos parecidos? Roupas parecidas, mesmos cortes de cabelo […], como seríamos hoje com esta idade? Uma coisa é certa, todos gostariam de ser fortes como o tio Bepi (o tio Bepi, José Mazzucco, faleceu no dia 09/12/2020, aos 97 anos, por insuficiência renal, era o último membro vivo da força expedicionária brasileira da segunda guerra mundial e foi uma inspiração do que é viver com alegria). Somos o resultado das dificuldades, dos esforços e das oportunidades e nossos laços se fizeram a partir disto. Se tivéssemos 15 anos eu iria querer estar com vocês, para ter muitas histórias para rir e contar quando ficasse adulto.

Personagens do meu livro de memórias, que um dia rasguei do meu cartaz
Entre todas as novelas e romances, de você me lembro mais
Desenhos que a vida vai fazendo, desbotam alguns, uns ficam iguais
[…]

Muito em nós mudou, mas o Natal continua acontecendo. Quantas lembranças e saudades:
-Feche os olhos e aperte-os bem forte e verás as estrelas do céu de tua infância.
-Feche os olhos, respire fundo e gire bem rápido e ouvirás teu pai e tua mãe te chamando pelo nome.
-Recoste tua cabeça no travesseiro, recolha a lágrima, e ouça teus pais rezando contigo:
“Menino Jesus, vem para mim,
faça uma boa criança de mim,
meu coração é tão pequenino,
cabe somente Jesus Menino”
[…]

Menino Jesus, hoje o dia passa muito mais rápido do que quando Eu era criança e já encontro mais preocupações do que as lindas ansiedades natalinas. Hoje sei porque a história do Teu nascimento é recontada: para que renasçam seus ensinamentos e que possamos acreditar que cada Novo Natal é uma oportunidade de lembrarmos quão bom é estarmos juntos e que cada um que a Ventania levou, foi uma oportunidade concedida para vivermos JUNTOS a vida que nos foi dada.

Menino Jesus, nos ajude a sermos mais justos e reconhecer tantas coisas boas que temos. Nos ajude a trazer as melhores lembranças dos natais de nossas infâncias, que possamos ser um pouco crianças novamente e amanse as saudades das pessoas que não podemos mais abraçar[…]. Nos ajude a sermos tolerantes e nos permita continuar juntos mais um pouquinho, para que não sobre em nós um pouco de carinho que não possa ser depositado no olhar triste ou no sorriso do outro. Que, a cada dia que acontecer com cada um de nós o milagre de acordar e tivermos ao lado nossas esposas ou maridos amados, que a cada bronca que nossos pais nos derem ou que tivermos que dar a nossos filhos, que cada sorriso com os quais nossas tias e tios nos presentearem e que cada abraço que nossos primos e amigos nos emprestarem, sejam o motivo maior para acreditarmos que muitos Natais estão acontecendo sem percebermos.
[…]

Desenhos que a vida vai fazendo, desbotam alguns, uns ficam iguais…
Entre corações que tenho tatuados, de você me lembro mais…
De você, não esqueço jamais!
[…]FELIZ ANIVERSÁRIO MENINO JESUS!

Que, nenhum momento difícil ou pandemia seja, maior que o Natal que está dentro de nós. Feliz Natal querido leitor!

 

Você sabia?
Neste ano acontece, no período do Natal, acontece o alinhamento de Júpiter e Saturno. Desde 1623 não temos esta visão, pois esta ocorrência que se dá a cada 397 anos. O conhecimento astronômico permite determinar com grande precisão órbitas e comportamentos dos astros, de maneira que, se não reservares um momento destes dias, para contemplar a imensidão do céu e presenciar este fenômeno, não será nesta vida que o farás novamente. Na previsão deste evento, estão conhecimentos da física e aplicações da matemática tão fantásticos que devem encher de orgulho a humanidade por tanta inspiração.

 

Fique atento!
A UNISUL possui os novos cursos de engenharia da computação, engenharia da produção e engenharia mecânica, além de outras engenharias, de química, de agronomia, de física e de matemática que irão aproximar-te do universo da ciência e levar-te a construir uma ciência ampla e sólida para a nova humanidade. Conheça em http://www.unisul.br/cursos-de-graduacao/.

EXPERIÊNCIAS DE INOVAÇÃO, VIDA & CARREIRA

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Prof. Dra. Luciana Flor Correa Felipe

Em um passado não muito distante, era comum as empresas formarem seus “times de sucesso” a partir das competências profissionais técnicas e acadêmicas (hard skills), e da experiência de trabalho de seus empregados, que tinham como atribuição, executar um “plano” pré-definido.

No entanto, as rápidas mudanças tecnológicas vivenciadas nos últimos anos, assim como os seus desdobramentos, têm mostrado que no novo mundo do trabalho, as soft skills (habilidades socioemocionais) são igualmente importantes para a sustentabilidade, a competitividade e o sucesso de qualquer negócio e/ou profissional.

Por isso, uma grande quantidade de empresas está chegando à conclusão de que um bom profissional, independentemente da sua área de trabalho, deve acumular conhecimentos técnicos, mas também habilidades pessoais/socioemocionais como: capacidade de gerenciar e controlar as emoções, habilidades de comunicação, liderança, adaptabilidade, solução de problemas, resiliência, interagir com o entorno, etc.

E, embora, a maioria dessas qualidades pareça intrínseca ao ser humano, da mesma forma que as hard skills (habilidades técnicas), esse mindset é passível de desenvolvimento. Ciente disso, a Unisul/Ânima possui o Programa Vida & Carreira que tem como um dos seus projetos a oferta, no semestre de ingresso no curso, de um componente curricular de mesmo nome.

O objetivo é apoiar os estudantes ao autoconhecimento assim como, facilitar a compreensão sobre o seu papel no mundo, além de ser mais um elemento de conexão com o mercado de trabalho. Estruturado a partir de 5 pilares: Eu comigo; Eu e meu universo acadêmico; Eu com os outros; Eu no mundo; e Eu e minha carreira, este Componente Curricular, estimula o protagonismo dos alunos, em seu processo de autogestão e planejamento de carreira.

Outro foco do Vida & Carreira é o engajamento social, por isso, durante o semestre o estudante é desafiado a desenvolver um projeto de inovação social, voltado à comunidade.
Segundo a Prof. Vânia Leite, uma das idealizadoras do V&C na Ânima Educação “O Projeto de Inovação Social é um meio de mobilização de competências socioemocionais, conferindo sentido à ideia de um profissional cidadão, consciente do seu papel no mundo”.

E, sob percepção do Prof. João Paulo Campos, coordenador do projeto, “trata-se de um processo de intensa produção de conhecimento, marcada pela transversalidade, onde pesquisa, ensino e extensão dialogam e edificam um marco no início da trajetória acadêmica do estudante”.

Em 2020/B, tive a oportunidade de trabalhar no grupo de professores do Componente Curricular Vida & Carreira e foi uma experiência incrível sob muitos aspectos, pela: a) diversidade (minha turma tinha alunos de 17 a 71 anos); b) multidisciplinaridade (os estudantes eram de duas áreas do conhecimento: Pedagogia e Psicologia); c) cumplicidade (vivemos desafios, principalmente relacionados ao distanciamento social e ao uso da tecnologia, mas também muitas superações e vitórias); d) aproximação de pessoas sensíveis, guerreiras, com histórias de vida nem sempre fáceis, mas com muita obstinação; e) construção e fortalecimento de amizades com outros professores de V&C de outras IES/Ânima e da Unisul Fpolis e Tubarão (sobretudo com as professoras Ivana Marcomim, Valdirene Campos, Maricelma Simiano Jung, Sidenir Niehuns e Simony Davet); f) vivência da cooperação e do compartilhamento: professor-professor, aluno-professor; aluno-comunidade; g) orientação de projetos brilhantes, que passaram por algumas incertezas, pivotagens, mas que ao final mostraram-se viáveis e totalmente comprometidos e aplicáveis ao entorno social local.

Além disso, os acadêmicos também relataram ótimo aproveitamento do V&C. Segundo a estudante Maria dos Anjos Domingues, que já é formada em Serviço Social e Direito e que no auge de seus 71 anos está realizando o sonho de cursar Pedagogia: “Tudo que foi apresentado revelou um futuro muito promissor. Um currículo inovador, voltado para uma realidade em transformação!!! Foi emocionante!!!”.

Assim como ela, a aluna Denise da Silva Ramos Mendes, ainda complementa: “Tivemos um grande aprendizado, com muitas vitórias, inovando dia a dia. Gratidão por tudo”. E, sob a percepção da acadêmica de Psicologia, Maria Luiza Buss Saturno, o V&C, “foi uma experiência com desafios e oportunidades novas, os quais me proporcionaram sair da zona de conforto, principalmente o projeto de engajamento social e o preenchimento de currículos. Aprendi muito! Além disso, é importante mencionar que o contato com pessoas de outros cursos foi muito construtivo”.

Os projetos de engajamento social que Maria Luiza se refere, foram desenvolvidos em grupos pela turma e, de forma alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). São eles:

1.Série de Podcasts para tornar a rotina dos estudantes do Ensino Médio mais saudável e produtiva, mostrando ainda a importância das Ciências Humanas, sobretudo a Filosofia e a Sociologia.

2.Série de postagens no Instagram @conexaomaterna e IGTV, com base em conhecimentos científicos, principalmente da Psicologia, sobre temas como maternidade, parentalidade e desenvolvimento infantil.

3.Tutorias em forma de vídeos no Instagram @ArtePetdaPsico ensinando passo a passo a produção de artesanato com materiais recicláveis.

4.Folders eletrônicos informativos, com dados científicos, alertando para os impactos do descarte irregular, no meio ambiente, de máscaras utilizadas para o combate ao COVID-19.

5.Doação de materiais de limpeza, máscaras e cartinhas personalizadas para os idosos do Asilo dos Velhinhos de Tubarão/SC.

6.Jogo de tabuleiro que visa promover a inclusão social de crianças com deficiências por meio da brincadeira e a conscientização.

7.Série de posts no Instagran @juntosvamosvencer visando a valorização e a troca de experiências entre profissionais da área de enfermagem em tempos de pandemia.

8.Tutorial eletrônico para professores, com dicas de ferramentas on line que tornem as aulas do ensino fundamental mais interativas.

9.Série de posts em redes sociais para ajudar as pessoas a melhorarem sua qualidade de vida, principalmente em relação aos desafios enfrentados durante o ensino remoto.

10.Site voltado às dificuldades enfrentadas pelas mães com seus filhos, diante da sobrecarga causada pelo fechamento de creches e escolas na pandemia: https://sites.google.com/view/cardapiodebrincar/página-inicial.

Ao todo, no conjunto da Ânima Educação, foram mais de 800 projetos produzidos no Componente Curricular Vida & Carreira. Só na Unisul foram aproximadamente 200 projetos, de várias áreas do conhecimento; alguns já implantados, como o dispenser de álcool gel com sensor de movimento, que elimina a necessidade de toque e que foi doado para hospitais de Tubarão e Imbituba. Outros projetos podem ser conhecidos nos links: https://youtu.be/nzAZ_pCNDG4 e https://youtu.be/LlIcpvi_rNg.

Ainda sobre os projetos de engajamento social, a estudante Daiane Ribeiro do Prado acrescenta: “para mim, foi um grande desenvolvimento emocional, social e principalmente sociocultural no que diz respeito a nossa superação, com ênfase no mundo profissional. Porque nós tomamos consciência do potencial que já temos e aprendemos a desenvolvê-lo ainda mais esse semestre. Isso gerou resultados fantásticos. Aprendemos a observar e desenvolver nossas potencialidades. Foi muito edificador!”

Corroborando com a colega de turma, a acadêmica Elba Cleane dos Santos Maia, complementa: “Para mim foi fantástico, eu não tinha noção da proporção que o projeto tomaria. Foi uma experiência que me abriu perspectivas de futuro com relação a minha vida profissional e me mostrou como somos capazes de fazer coisas incríveis. Fiquei muito impactada”. E, por fim, o estudante, Luiz Henrique Cardoso, conclui: “Aprendizado e consolidação de conhecimentos, foi isso que o Vida & Carreira representou para mim”.

Eu como professora, só tenho a agradecer e parabenizar a todos pelos esforços e resultados!

 

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O QUE JÁ SABEMOS DA VACINA CONTRA A COVID-19?

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Fabiana Schuelter Trevisol
Coordenadora Adjunta PPGCS, professora e pesquisadora da UNISUL
Coordenadora do Centro de Pesquisas Clínicas HNSC/UNISUL

 

Durante o ano de 2020, cientistas do mundo todo estão debruçados para tentar solucionar a pandemia da COVID-19, que já ceifou mais de 1 milhão e meio de vidas e teve mais de 66 milhões de infectados ao redor do globo.

Entre a busca para entender o vírus e combater sua transmissão, encontrar algum medicamento que mude o curso da doença ou uma vacina que impeça a infecção são alguns dos principais objetivos da ciência nos últimos 12 meses.

Após diversos estudos feitos, agora estamos mais perto de termos vacinas eficazes, mas que ainda requerem tempo para que todos tenham acesso e ver se elas irão funcionar, sem causar malefícios. Então, aí vai um resumo dos dados disponíveis até o momento.

Até 12 de novembro havia 164 vacinas candidatas a prevenção da COVID-19, sendo que 48 estavam em fase de testes em seres humanos. O objetivo é criar uma imunidade adaptativa e de memória que seja capaz de proteger contra a infecção pelo SARS-CoV-2 e, consequentemente, evitar a doença (COVID-19).

Cada vacina é diferente, e todas apresentam vantagens e desvantagens. A maior parte das empresas que estão desenvolvendo as vacinas em fases mais avançadas encontram-se no Estados Unidos, China e Europa, embora países da América Latina, como o Brasil, estejam participando no seu desenvolvimento e como voluntários da testagem.

O surto de SARS-Cov-2 levou a rápida expansão de diversas tecnologias, incluindo vacinas de DNA e RNA, nunca testadas clinicamente em seres humanos. Em vez de produzir uma proteína viral em laboratório, algumas vacinas irão ser produzidas com DNA ou RNA que direciona as nossas células a fazer partes de proteínas componentes do novo coronavírus, para então o nosso sistema imune produzir anticorpos contra o SARS-CoV-2.

As vacinas de RNA e DNA não têm um histórico que nos permita saber por quanto tempo durariam no interior das nossas células, se podem sofrer mutações e provocar tumores. Outras vacinas são feitas de proteínas virais ou partículas virais inativadas para a produção de anticorpos diretamente.

Até a presente data, 4 vacinas completaram os estudos de fase III (eficácia e segurança) e buscam o registro para poderem ser distribuídas.

Oxford/AstraZeneca: utiliza um vetor viral e é similar a tecnologia usada para as vacinas contra o Ebola, Zika e Dengue; funcionam como uma vacina de vírus vivo atenuado, que carrega o antígeno de interesse – neste caso, a proteína S do coronavírus. Quando esse vírus infecta as nossas células, ele se apresenta na superfície celular o antígeno, estimulando a produção de anticorpos.

São necessárias duas doses com intervalo de 28 dias entre a primeira e a segunda dose. É uma tecnologia nova e complexa, e que pode não funcionar para pessoas imunocomprometidas ou que tenham anticorpos contra o vetor viral.

O vetor viral é considerado um agente geneticamente modificado, o que pode interferir negativamente no meio ambiente. No dia 8 de dezembro, o estudo publicado no Lancet, mostrou que esta vacina apresentou eficácia de 70%

Gamaleya-Sputnik: também utiliza um vetor viral, são duas doses com intervalo de 21 dias entre a primeira e a segunda dose.

BioNTech/Pfizer: vacina que utiliza o RNAm (informação genética do vírus) para produzir a proteína S do vírus, sendo inserido dentro de uma nanopartícula lipídica, para posteriormente produzir os anticorpos. São necessárias duas doses com intervalo de 28 dias entre a primeira e a segunda dose.

Moderna: vacina que utiliza a mesma tecnologia da Pfizer, e com necessidade de duas doses em intervalo de 28 dias.

A vacina Coronavac, que já está sendo inspecionada pela ANVISA para registro, utiliza o vírus vivo inativado. É considerada uma vacina mais segura, pois tem menos efeitos adversos.

O estoque não requer grandes aparatos de refrigeração e congelamento, o que facilita sua distribuição. Contudo, leva mais tempo para promover a imunidade e pode não ser efetiva para cepas mutantes. Precisa de duas doses com intervalo de 14 dias entre elas.

 

Você sabia?

Que o Governo Federal tem negociado com as farmacêuticas para adquirir as doses das vacinas que forem registradas pela ANVISA? Esse registro é fundamental para nos dar mais garantias que elas funcionam e são seguras, e evitar falsificações.

 

Fique atento!

Nem todos terão acesso em um primeiro momento. A vacina será prioritária para profissionais de saúde, idosos e pessoas com comorbidades, que são mais vulneráveis à COVID-19. Portanto, por ora, apesar do otimismo, precisamos focar naquilo que nos dará resultado imediato: distanciamento social, uso de máscaras e higienização das mãos.

 

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MULTITASKING E A FALSA PRODUTIVIDADE

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Prof. Dra. Luciana Flor Correa Felipe

Quem já não fez (ou tem como rotina), a execução de várias tarefas ao mesmo tempo? Na atual realidade “super conectada”, isto vem se tornando cada vez mais comum, pois além da execução das atividades laborais em si, ainda recebemos enxurradas de perguntas, demandas, informações, notícias… pelos aplicativos de mensagens (WhatsApp, Telegran pessoal e/ou institucional), no(s) e-mail(s), nas redes sociais (Instagran, Facebook, Twiter, Linkedin…) e, paralelamente, ainda alternamos inúmeras vezes durante o dia, a(s) aba(s) do(s) navegador(es). Isto sem falar, mas lives e reuniões.

Essa é a rotina do multitasker; o profissional multitarefas que executa, por exigência do empregador ou por iniciativa própria, distintas atividades dentro de um mesmo espaço de tempo.

À primeira vista, olhando para o conceito de multitasking, somos induzidos a pensar que este trabalhador é bem qualificado, que possui conhecimento sobre vários setores e assuntos, que é dinâmico e produtivo. Entretanto, na prática, isto pode ser totalmente diferente. Com exceção dos comportamentos automáticos, como andar e respirar, os seres humanos conseguem no máximo, “alternar a atenção” entre várias atividades, mas como a mudança de foco acontece muito rapidamente, cria-se a ilusão de simultaneidade.

O Doutor em Psicologia Jim Taylor, ainda reitera que só se chega perto de atingir o multitasking, em algumas condições muito específicas. Ou seja, quando uma das duas tarefas é tão rotineira que consegue ser automatizada, como dirigir e ouvir música. Ou quando as atividades usam áreas diferentes do cérebro.

No entanto, como essas condições em geral não fazem parte das atividades de trabalho, a conclusão é que na verdade, não somos capazes de ser “multitarefas” em nossas ações profissionais. No máximo, conseguimos alternar entre várias tarefas em intervalos curtos de tempo; o que gera uma falsa sensação de produtividade e envolvimento e, certamente, muito cansaço.

Assim, ao “tentar” ser um multitasker o profissional pode parecer eficiente e, na verdade não ser; pois ao mudar drasticamente a atividade que está sendo executada, levará alguns minutos para voltar a ter atenção. Portanto, a soma desse tempo de “desconcentração”, causada pela alternância de responsabilidades, mostra que o trabalhador passa um tempo considerável sem produzir e mais suscetível a erros.

Além disso, existem inúmeros estudos que mostram que o multitasking, não afeta negativamente apenas o desempenho no trabalho, mas também a saúde física e mental do trabalhador. Essa prática gera grande estresse, ansiedade, tensão e insatisfação – afinal, não são raros os casos onde os multitaskers ao fim dia, têm o sentimento de que não fizeram efetivamente nada (ou pelo menos nada concreto e completo).

Portanto, se sua rotina de trabalho envolve listas intermináveis de pendências, se durante o seu dia você “pula de galho em galho” para atender às suas demandas, se tem a sensação de que tudo é importante e “para ontem” e, se tenta agradar a todos sincronicamente (gestores, equipes, amigos, familiares, grupos…) talvez seja a hora de avaliar os resultados reais que está obtendo e experimentar o single tasking – uma prática onde o indivíduo também se ocupa de muitas coisas, mas uma de cada vez.

Manter o foco, ajuda a refletir sobre problemas complexos, diminui o estresse, estimula a criatividade, fomenta a inovação e gera satisfação. É isso que você deseja ou o contrário?

 

Você sabia?

A Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC) e a Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural do Estado de Santa Catarina (SAR), estão convidando startups da área agropecuária de direito privado, com sede no Estado de Santa Catarina, para participarem do chamamento que irá compor o mapeamento de startups de Agritechs e Foodtechs de Santa Catarina, via Programa #Fapesc@Gov+Pesquisa&Inovação. O prazo de cadastramento vai até o dia 09/12/2020.

Mais informações: http://www.fapesc.sc.gov.br/edital-de-chamada-publica-fapesc-sar-no-30-2020-mapeamento-de-startups-da-area-agropecuaria-agritechs-e-foodtechs-de-santa-catarina-para-compor-o-programa-de-agro-inovacao-de-santa-catarina-agroi/.

 

Fique atento!

Na Unisul, você tem acesso a um Componente Curricular denominado Vida & Carreira, que vai guiar sua trajetória acadêmica desde o seu 1º semestre. Ela é essencial para o seu autoconhecimento e para facilitar a compreensão do seu papel no mundo, além de ser mais um elemento de conexão com o mundo do trabalho. Será por meio deste C.C. que você vai se tornar o protagonista da sua vida profissional; orientado por tutores e mentores, irá desenvolver mecanismos para autogestão e planejamento da sua carreira com base em suas habilidades, interesses, competências comportamentais, técnicas, talentos e personalidade.

Você ainda contará com trilhas de aprendizagem, mentorias, dicas de profissionais de mercado, cursos de curta-duração, chamados de nanodegrees e muito mais. Mais informações: http://sites.unisul.br/nossocurriculo/vida-e-carreira.html

 

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O que fazer em 10 minutos? Que tal salvar vidas!*

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Professora Dra. Josiane Somariva Prophiro

Pesquisadora e docente do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde e Programa de Pós-graduação em Ciências Ambientais da Universidade do Sul de Santa Catarina.

*Este texto foi elaborado na disciplina de Determinantes Ambientais e Arboviroses ministrada no Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da UNISUL. Alunos participantes e autores: Joice Guilherme de Oliveira, Paula Fassicolo Variza, Millena Fernandes e com colaboração de Edenilson Osinski Franscisco.

 Atualmente o Brasil, além de estar enfrentando a epidemia de COVID-19, vem vivenciando as epidemias sazonais de DENGUE. E como Santa Catarina está neste cenário? Segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE-SC), no período de 29 de dezembro de 2019 a 07 de novembro de 2020 foram confirmados 11.298 casos de dengue só no estado de Santa Catarina, desse total 10.858 são autóctones (transmissão dentro do estado). Já no período de 30 de dezembro de 2018 a 28 de dezembro de 2019 foram confirmados 1.911 casos. Houve um aumento, preocupante, no número de casos de dengue de 591%!

 

E COMO PODEMOS AJUDAR?!

Precisamos de esforços em conjunto de setores públicos, privados, não governamentais, da comunidade científica e da população em geral (isso mesmo, VOCÊ!) para o controle da proliferação dos transmissores, os MOSQUITOS.

Imagine que você ao caminhar por sua cidade depara-se com um cartaz com as seguintes frases: “10 minutos contra a dengue” e “uma semana tem mais de 10 minutos. Que tal usar 10 para combater o Aedes?”. Parece um tanto instigante, certo? Essa proposta é uma iniciativa idealizada com base no conhecimento científico de pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) que foi aplicada no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, e você também pode aplicar em sua casa esse projeto, semanalmente, por apenas 10 minutos. Isso mesmo, em 10 minutos VOCÊ pode salvar vidas humanas!

O mosquito Aedes aegypti vive e se reproduz dentro e ao redor das nossas casas, utilizando de criadouros (pneus, garrafas, vasos de planta, bebedouros de animais, caixa d’água abertas, dentre outros) com água parada para suas fases iniciais do ciclo de vida, que levam cerca de 7 a 10 dias, até chegar ao mosquito adulto. Fazendo a limpeza de criadouros, uma vez por semana, você interfere no desenvolvimento do mosquito e na transmissão de diversos patógenos causadores de doenças como dengue, febre Zika e febre chikungunya. Estas doenças levam a morte milhões de pessoas todos os anos!

Aproveite o #fiqueemcasa para contribuir com a prevenção da COVID-19 e dedique 10 minutos semanais para retirar possíveis criadouros de mosquitos da sua casa. Lembre-se que cuidar do ambiente que você vive é sua responsabilidade!

 

Você sabia?

Que o combate ao Aedes aegypti e as doenças transmitidas por ele é um dos compromissos que o Brasil assumiu, junto com outros países, no encontro da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Agenda do Desenvolvimento Sustentável. Nesta agenda são demonstrados 17 objetivos (17 ODS) e 169 metas que devem ser implementadas até 2030. Entre os objetivos da agenda podemos citar: erradicação da pobreza, educação de qualidade, igualdade de gênero, ação contra a mudança global do clima, saúde e bem estar, entre outros.

Para saber mais acesse:

Agenda 2030: http://www.agenda2030.org.br/ods/17/

IPEA: https://www.ipea.gov.br/ods/ods3.html

 

Fique atento!

O Programa de Pós-Graduação em Ciência da Saúde está com inscrições abertas para mestrado e doutorado. Interessados acessar o link: http://www.unisul.br/presencial/mestrado/mestrado-em-ciencias-da-saude/ e http://www.unisul.br/presencial/doutorado/doutorado-em-ciencias-da-saude/.

O Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais está com inscrições abertas para mestrado. Interessados acessar o link: http://www.unisul.br/presencial/mestrado/mestrado-em-ciencias-ambientais/

 

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A arte como cura da realidade!

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Rafael Mariano de Bitencourt,
Neurocientista, Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde – PPGCS – UNISUL

 

“A arte existe para que a realidade não nos destrua”, escreveu certo dia o filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900). Em tempos de pandemia, com uma realidade muitas vezes assustadora batendo à nossa porta, a arte realmente pode ser uma ótima alternativa de fortalecimento da resiliência. E, embora Nietzsche já apontasse para isso, quem nos confirma essa possibilidade é a neurociência. Explico!

Nos últimos anos, alguns estudos têm se empenhado em mostrar o impacto que a arte causa em nossos cérebros e, consequentemente, em nossos comportamentos e saúde mental. Um desenho, uma música, um prato feito com carinho, um poema, uma dança, enfim, um momento no seu dia que você tire para se conectar com você mesmo/a através de alguma arte, segundo a ciência, já é o suficiente para promover mudanças importantes.

E nem precisa ser um/a profissional, um/a expert na arte escolhida para que os benefícios sejam sentidos na mente e no corpo. Basta que seja um momento sincero, um daqueles momentos em que o mundo externo deixe de existir e, com ele, também todos os problemas.

Um estudo publicado por pesquisadores da Universidade Drexel, na Filadélfia, mostrou que 45 minutos de produção artística foi capaz de reduzir significativamente os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, nos 39 participantes da pesquisa. Estes dados, publicados na revista científica Art Theray (2016), mostraram ainda que não importava o nível de experiência anterior que os participantes tinham com a prática artística.

Ou seja, tanto os praticantes mais experientes como os iniciantes, ambos se beneficiaram da prática e tiveram o estresse reduzido. Já um outro estudo conduzido por um grupo de pesquisadores alemães e publicado no periódico científico Plos One (2014), mostrou que um grupo de idosos, o qual foi exposto a uma experiência de 10 semanas de práticas artísticas, obteve melhores níveis de conectividade funcional no cérebro e, consequentemente, uma melhora considerável na resiliência psicológica.

Resumindo, o cérebro dos participantes desta pesquisa estava, ao fim da experiência, mais “preparado” para enfrentar as situações desafiadoras da vida. Nada mal para um momento de pandemia, não é mesmo?

E você, qual a sua arte? O que te faz, mesmo que por uns poucos instantes, desconectar dos problemas e da realidade nem sempre gentil que está à nossa volta? A minha arte é escrever! Sejam poemas ou textos como este, o momento da escrita me leva para um universo que me fortalece perante tudo aquilo que me cerca e que, segundo a própria ciência, faz bem para minha saúde.

Em tempos como este que estamos vivendo, faz-se fundamental encontrar o/a artista que existe em cada um de nós. E há um artista dentro de cada um e cada uma, não tenha dúvidas! Se você ainda não o/a encontrou, é porque talvez você não se permitiu o suficiente, o que não significa que não exista.

Vai “lá”, presta um pouco mais de atenção, depois se permita. Não e só uma questão de autoconhecimento, é também uma questão de saúde. O/A artista que há em você agradecerá; e você também!

 

Você sabia?

O hormônio do estresse citado no texto, o cortisol, está diretamente relacionado à resposta imune. Quando o estresse é contínuo e, assim, a liberação deste hormônio no nosso corpo também, temos como consequência o enfraquecimento da nossa imunidade. Ao nos estressarmos demais, damos sinal verde para que doenças nos afetem com maior facilidade. Neste sentido, a conexão com a arte pode não apenas nos deixar menos estressados e mais resilientes, como pode também, de forma indireta, favorecer nossa imunidade. Em tempos de pandemia com um vírus batendo à porta do nosso sistema imune, está aí mais um motivo para encontrar o/a artista que há em você. Está esperando o quê?

 

Fique atento!

O Laboratório de Neurociência Comportamental (LabNeC), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS) da UNISUL, desenvolve pesquisas referente à arte e outros temas relacionados à saúde física e mental. Se você tem interesse em ser um pesquisador desta área, fique atento aos editais de mestrado e doutorado do PPGCS acessando a página da UNISUL (www.unisul.br), no link “Mestrado e Doutorado”. Confere lá!

CUIDADO COM A NORMOSE

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Prof. Dra. Luciana Flor Correa Felipe

Comecei a refletir sobre a normose a partir da observação e reflexão sobre alguns fatos e comportamentos que fazem parte de nossa vida cotidiana e, por consequência, de uma suposta “normalidade”.

Por exemplo, o nosso apego e atenção aos celulares e dispositivos eletrônicos – estamos o tempo todo conectados, geralmente com quem não está por perto e, mas muitas vezes deixamos de olhar para quem está ao nosso lado. Ou seja, sabemos mais sobre o que acontece com quem está longe, do que sobre quem está fisicamente conosco. Nesta mesma linha podemos citar outros exemplos, como o corre-corre de fim de ano, o grande volume de lives (em tempos de pandemia), o estresse, a falta de tempo… tudo é normal.

No entanto, essa visão de que está tudo bem, certo, dentro dos “conformes” e do normal, é algo que nos anestesia, que não nos permite fazer escolhas livres, porque estamos baseados em estados normais ou “normóticos”.  Nesta perspectiva, a normose ocorre quando o contexto social que nos envolve caracteriza-se por um desequilíbrio crônico e predominante.

O conceito foi cunhado pelo psicólogo e antropólogo brasileiro Roberto Crema e pelo filósofo, psicólogo e teólogo francês Jean-Ives Leloup, na década de 1980. Eles foram apresentados pelo francês Pierre Weil e, os três juntos organizaram um simpósio sobre o tema que gerou o livro “Normose: A patologia da normalidade”.

Crema afirma que uma pessoa normótica é aquela que se adapta a um contexto e a um sistema doente (muitas vezes consciente disso), e age como a maioria. Leloup, complementa que a normose é uma busca de aprovação que impede o encaminhamento do desejo existente no interior de cada um, interrompendo o fluxo evolutivo e gerando estagnação.

Segundo os autores, as pessoas que se submetem a primazia da conformidade em geral, tornam-se inexoravelmente impessoalistas, formalistas, ritualistas e avessos a riscos e a mudanças. Tornam-se normóticos, preferindo, uma vida sem significado, sem relevância, sem substância inovadora, porém segura.

Neste sentido, a normose obstrui a criatividade, a iniciativa, o senso crítico e a inovação, pois inovar, criar, empreender, fugir ao normal, caminhar rumo ao desconhecido, perder os referenciais habituais, pode ser perigoso e, o mais seguro é fazer “mais do mesmo” e, ser normótico. Mas, segundo Crema, quando temos a necessidade de a todo custo, ser como os outros, não escutamos nossa própria vocação.

Assim, enquanto a maioria se adapta a um ambiente social doente, quem resiste à normose acaba considerado desajustado, por não obedecer ao estado “normal” das coisas. Afinal, não é fácil olhar para nosso próprio umbigo e entender que aquela sensação de perda, de cansaço, de apatia e até a vontade de não fazer, de não agradar, de não presentear e mudar, é uma informação da nossa própria essência pedindo uma evolução, uma quebra de paradigma, uma transcendência para uma vida livre ou menos normal.

Afinal, segundo Crema, cada um de nós tem talentos diversos, mas o normótico padece de falta de empenho em fazer florescer seus dons e enterra seus talentos com medo da própria grandeza, fugindo da sua missão individual e intransferível.
Cuidado com a normose!

 

Você sabia?

A Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), torna público o lançamento do Edital de Chamada Pública Fapesc nº 18/2020 – Prêmio Inovação Catarinense Professor Caspar Erich Stemmer – Edição 2020 e convida estudantes, professores, pesquisadores, instituições, empresas e inventores independentes para se candidatarem ao Prêmio Inovação Catarinense – Professor Caspar Erich Stemmer – Edição 2020. Período de submissão: 29/08/2020 a 03/11/2020. Edital completo: http://www.fapesc.sc.gov.br/edital-de-chamada-publica-fapesc-no-18-2020-premio-inovacao-catarinense-professor-caspar-erich-stemmer-edicao-2020/

 

Fique atento!

A Unisul está com inscrições abertas para o Vestibular de Medicina no campus Pedra Branca (Palhoça), para ingresso no primeiro semestre de 2021. Os candidatos poderão se inscrever até o dia 12 de novembro pelo site medicina.unisul.br. A prova será realizada presencialmente, no dia 6 de dezembro, das 13h às 18h, e respeitará todos os protocolos de saúde contra a COVID-19, como uso obrigatório de máscaras, salas de aula higienizadas e disposição de candidatos em carteiras com distanciamento mínimo entre elas, evitando aglomerações.

‘…a força… você’

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Prof. Dr. Marcos Marcelino Mazzucco, Coordenador dos cursos de Engenharia Química, Química bacharelado, Química licenciatura, Engenharia de Controle e Automação e Engenharia do Petróleo na UNISUL)

Nunca foi tão oportuna a frase “que a força esteja com você”. As dificuldades econômicas impactam o Brasil por anos sucessivos e, a cada ano, transfere-se para o subsequente a possibilidade de retomada do crescimento. No cenário em evolução, o ano 2021 pode, até, configurar-se como de estabilidade (estável na condição atual), mas de difícil crescimento.

Todos os países foram impactados pela pandemia da COVID-19, mas o Brasil está entre os países em que o dólar americano sofreu maior valorização. Por que isso? Para além da especulação financeira, nosso grau de industrialização é um dos maiores pesos nesta balança. Somos vulneráveis: dependemos de tecnologias, produtos e matérias-primas que fazem o esforço de nosso trabalho migrar para outros países para pagarem nossas compras. Chegamos num ponto em que, até a joia do “impávido colosso”, a agricultura em grande escala, está nos deixando. A grandes produções agrícola e pecuária brasileira fluem na direção do melhor pagamento e faltam, soja, carne, álcool e arroz, aumentando o custo de vida dos brasileiros. Em reação, reduzem-se alíquotas de importação para que seja mais atrativo comprar produtos agropecuários estrangeiros. Ainda assim, lidamos com o crescimento visível dos preços dos alimentos desde o mês de março de 2020.

Enquanto isso, os setores da indústria e do comércio encolhem, também, por culpa da redução da circulação promovida por conta do SARS-CoV-2. Parece que o setor dos serviços foi menos impactado e nas áreas das tecnologias da informação houve um importante crescimento. O resultado geral não é dos mais amenos e a indústria pede uma atenção especial: é preciso que haja algum crescimento para que a depreciação não sufoque o setor. Oportunizar o crescimento industrial não é, necessariamente, facilitar que indústrias se instalem no país, mas também que novas empresas nasçam para que possam florescer e, grandes ou pequenas, oportunizem trabalho e satisfaçam as necessidades da população. Certas atividades exigem grandes empresas, não podemos imaginar uma refinaria de petróleo que seja instalada em um ano, mas é interessante observar que muitas empresas estimulam seus funcionários a empreenderem, para que forneçam insumos para elas ou para utilizarem seus produtos em outros processos e que, em curto espaço de tempo, se constituam em novas empresas. Nesta percepção, a pergunta que formulo é: Como empresas e grandes produtores do agronegócio (agricultura industrial) podem envolver-se no ciclo de desenvolvimento industrial e preencher este espaço, tão necessário ao país? É sabido que os governos federal, estadual e até, municipal, tem reservado recursos para o financiamento de projetos de pesquisa. Mas também é visível a lentidão da evolução que isto tem proporcionado. E ainda, há a face de que muitos projetos de pesquisa, financiados com recursos públicos, não resultam em produtos ou processos ou na melhoria destes. Isto não é uma crítica ao modelo de pesquisa, pois a contribuição para o crescimento da ciência, está assim justificada.

Mas é uma observação de que há mais vias para serem exploradas. O desenvolvimento de produtos e processos, com ligação direta com as necessidades do agronegócio e de indústrias encurta o período para a consolidação de uma solução e também para a geração de novos negócios. Não seria uma boa estratégia se os governos estimulassem, com redução de taxas, aquelas empresas, de todos os tamanhos, que promovessem a criação de novos negócios? Felizmente, existem empresas que investem em novos negócios, não como contrapartida social, mas como estratégia de mercado, como uma forma de tornarem-se parte de um esquema de produção mais harmonioso e sustentável, alinhando princípios, necessidades e oportunidades. Na célebre música Tom Sawyer da banda canadense Rush, um verso, traduzido, diz: “O que você diz sobre a empresa dele é o que você diz sobre a sociedade”. Esta é a ideia de uma empresa que apresenta possibilidades de trabalho para outras, pois, para que a sociedade se sustente, demanda-se muito trabalho. E, parte deste trabalho passa ou passará a ser visto como o “trabalho 4.0”, requisito para a nova revolução industrial. A nova face deste trabalho, assunto que já discuti, em parte, num artigo anterior e discutirei com mais detalhes futuramente se mostrará interessante e um tanto “perversa”. Assunto para outra oportunidade, mas agora, mesmo sem o aprofundamento do tema, é palpável que o nascimento de novas empresas, no círculo das necessidades das existentes, é uma opção que poderá fazer o ano 2021 mais animador. E o que podemos ensejar da agricultura industrial e das indústrias em geral no próximo ano? Estejam conosco e que a força esteja com vocês!

 

Você sabia?

Segundo https://www.cnabrasil.org.br/cna/panorama-do-agro, “o Brasil é hoje o maior exportador de açúcar, café, suco de laranja, soja em grãos e carnes bovina e de frango; o terceiro maior de milho, e o quarto de carne suína. É também o maior produtor mundial de café e suco de laranja; o segundo na produção de açúcar, soja em grãos e de carnes bovina e de frango; e o terceiro na produção mundial de milho… Atualmente, o Brasil é o quarto maior exportador mundial de produtos agropecuários, aproximadamente USD 96,9 bilhões, atrás apenas da União Europeia, EUA e China… Além disso, no primeiro quadrimestre de 2020 -comparativamente ao mesmo período do ano anterior-, o volume das exportações do agronegócio cresceu 11% e suas receitas em dólar 5,9%. Só para a China, o crescimento foi de 28% em volume, e 26% em receita”.

 

Fique atento!

A Unisul lançou um curso gratuito de Gestão do Tempo, para auxiliar estudantes universitários a melhor gerenciarem seus afazeres. As inscrições vão até o dia 26/10/2020 e o curso é todo digital. Dividido em cinco unidades, o curso é organizado em formato auto instrucional de modo a apresentar informações e atividades práticas sobre os aspectos relacionados ao gerenciamento de tempo. O sistema de avaliação prevê a realização de atividades de auto avaliação ao longo dos tópicos de estudo, com feedback automa-tizado. O período de realização do curso é de 4/11 a 16/12/2020 e o estudante que completar o curso re-cebe certificado. Mais informações: http://www.unisul.br/ead/extensao/gestao-do-tempo/

 

Fique muito atento!

De acordo com a CNI (https://noticias.portaldaindustria.com.br/posicionamentos/queda-do-pib-anuncia-encolhimento-recorde-da-economia-brasileira/), “…A Sondagem Industrial da CNI de abril mostrou que os impactos da pandemia da covid-19 sobre a atividade industrial e o emprego se disseminaram ainda mais entre as empresas, depois de uma queda sem precedentes em março. A pesquisa registra que metade da indústria ficou ociosa no mês de abril…”. Por isso, várias associações industriais têm promovido seminários e discutido dificuldades, necessidades e oportunidades. Em Santa Catarina a FIESC possui o Programa Travessia, com 4 objetivos estratégicos pretensos a balizar projetos na indústria tendo a ciência “ dos desafios e ameaças, mas também oportunidades e possibilidades associadas à pandemia do Coronavírus… a construção de um movimento para articular o setor empresarial, visando atravessar esse período difícil e, ao mesmo tempo, construir uma visão de futuro inspiradora, diferente e adequada à nova realidade gerada pela crise.” Em https://fiesc.com.br/travessia é possível conhecer e motivar-se com a visão da indústria catarinense.

A história da Aids: uma pandemia com 40 anos de existência

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Fabiana Schuelter Trevisol/ Coordenadora Adjunta PPGCS, professora e pesquisadora da UNISUL/Coordenadora do Centro de Pesquisas Clínicas HNSC/UNISUL

No início dos anos de 1980, no Estados Unidos, começaram a aparecer casos de homens jovens, previamente saudáveis e com boas condições sociais, em hospitais de São Francisco e Nova Iorque que apresentavam sarcoma de Kaposi, pneumonia por Pneumocystis carinii e comprometimento do sistema imune.

Ao se tentar evidenciar os que esses casos tinham em comum, percebeu-se que eram homens que faziam sexo com homens ou usuários de drogas ilícitas injetáveis. Todos estes fatos convergiram para a inferência de que se tratava de uma nova doença, ainda não classificada, de etiologia provavelmente infecciosa e transmissível.

Em 1983 o agente etiológico foi identificado: tratava-se de um retrovírus humano, atualmente denominado vírus da imunodeficiência humana (HIV). Logo, um comitê internacional batizou a doença como síndrome da imunodeficiência adquirada (aids). Devido às características dos doentes, houve um grande preconceito em relação a doença, denominada popularmente de “peste gay”.

O HIV é um vírus proveniente do macaco verde africano ou chipanzés, devido a sua proximidade genética com o vírus da imunodeficiência símia (SIV), que infecta esses animais. É provável que a transmissão para o ser humano tenha acontecido em tribos da África Central que caçavam ou domesticavam chimpanzés e macacos-verdes, sendo esta a “teoria do caçador”, a mais aceita para explicar a origem do vírus, graças aos estudos genéticos realizados.

Não há consenso sobre a data das primeiras transmissões. O mais provável, porém, é que tenham acontecido por volta de 1930. Nas décadas seguintes, a doença teria permanecido restrita a pequenos grupos e tribos da África Central, na região ao sul do deserto do Saara. Nas décadas de 1960 e 1970, durante as guerras de independência, a entrada de mercenários no continente começou a espalhar a aids pelo mundo. Haitianos levados para trabalhar no antigo Congo Belga (hoje República Democrática do Congo) também ajudaram a levar a doença para outros países.

O primeiro caso comprovado de morte provocada pela aids é de um homem que morava em Kinshasa, no antigo Congo Belga (hoje Congo) em 1959. Isso, porém, só foi descoberto décadas depois, com um teste feito em seu sangue, que foi armazenado congelado.

Contudo, o mundo só teve conhecimento da aids a partir da década de 1980, e com a melhora dos testes diagnósticos, foi possível esclarecer a epidemiologia da doença e suas formas de transmissão – por via sexual, sanguínea, acidental e de mãe para filho (vertical). Em 1996, com o surgimento da terapia antirretroviral potente, houve uma mudança considerável nas taxas de morbidade e mortalidade decorrentes da infecção pelo HIV. Hoje as pessoas tratadas interrompem a cadeia de transmissão, com uma boa qualidade de vida e expectativa de vida similar a pessoas não infectadas, desde que tenham o diagnóstico precoce e adesão ao tratamento farmacológico.

Embora com muitos avanços e contínuas pesquisas nos últimos 40 anos, a aids ainda não tem cura definitiva, tampouco vacina, pois o HIV é um vírus que sofre inúmeras mutações. Portanto, embora muito se sabia hoje sobre a infecção pelo HIV e suas manifestações, ela continua sendo uma pandemia mundial, grave e, por vezes, fatal.

Segundo dados do Programa das Nações Unidas para HIV/aids (UNAIDS), em 2019, 38 milhões de pessoas viviam com HIV/aids, sendo 1.7 milhão de novos casos e 690 mil mortes decorrentes da doença somente naquele ano. No Brasil, de 1980 a junho de 2019, foram identificados 966.058 casos de aids. O país tem registrado, anualmente, uma média de 39 mil novos casos de aids nos últimos cinco anos. O predomínio é entre adultos jovens de 20-39 anos, homens e que adquiriam o vírus por transmissão sexual.

Assim, a prevenção continua ser a melhor alternativa. A utilização de medidas preventivas comportamentais como o uso de preservativo em todas as relações sexuais, uso de equipamentos de proteção individual na manipulação de materiais biológicos, não compartilhamento de seringas e agulhas e testagem anti-HIV são formas de se evitar a propagação viral. Também existem as intervenções biomédicas como o uso de antirretrovirais. Atualmente há duas modalidades: 1) a profilaxia pré-exposição (PreP) e a profilaxia pós-exposição (PEP). No caso da primeira ela é indicada a alguns grupos mais vulneráveis à infecção como homens que fazem sexo com homens e profissionais do sexo.

Consiste em tomar um comprimido ao dia para impedir a infecção viral. No caso da PEP, trata-se do uso de antirretrovirais por 28 dias após uma possível exposição ao vírus, como em um acidente com perfurocortantes, violência sexual ou relação sexual desprotegida.

A meta atual global para a pandemia do HIV/aids é atingir três zeros: zero novas infecções pelo HIV, zero mortes relacionadas à aids e zero discriminação. Dia 1 de dezembro é o dia mundial de combate à aids. Faça sua parte!

 

Você sabia?

Que o Brasil é modelo de referência internacional no combate a aids, garantindo o acesso e assistência a todas as pessoas para prevenção, diagnóstico e tratamento. Maiores informações www.aids.gov.br

 

Fique atento!

O Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da UNISUL tem a linha de pesquisa de Investigação de Agravos de Origem Infecciosa com forte produção científica em HIV/aids. Inscrições abertas (fluxo contínuo) www.unisul.br/ppgcs

 

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QUEM É O ENGENHEIRO CIVIL?

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Professor Rennan Medeiros
Coordenador do Curso de especialização em Patologia das Construção
Professor do Curso de Engenharia Civil – UNISUL

Muitas pessoas pensam que o engenheiro civil é um profissional que faz projetos. Especificamente na região sul do estado, é culturalmente entendido que esse profissional faz projetos de residências de simples ou múltiplos pavimentos.

Por que este rótulo foi desenvolvimento e esta definição é aceita e largamente difundida? Quando meus alunos dos primeiros semestres da graduação me perguntam se eu trabalho com projetos e respondo que não costumo, e sempre que o faço estou compondo uma equipe por um motivo técnico específico, eles replicam, “mas um engenheiro não trabalho com projetos”?

Eu busco explicar para eles que nós, engenheiros civis, podemos atuar em diversas áreas, e em algumas delas há a necessidade de desenvolver projetos. Porém, um engenheiro civil, assim como profissionais em outras profissões, deve procurar se especializar em algo de forma um pouco mais específica. E uso o exemplo: um médico faz residência para se especializar em áreas específicas, certo? E você o procura porque ele tem conhecimento que poucos têm, ou porque ele se tornou uma referência nessa área específica. Os engenheiros civis deveriam buscar seguir a mesma linha de raciocínio.

Um engenheiro civil pode atuar em diversas áreas, e o aluno de graduação acaba sendo direcionado a escolher uma área para se especializar porque surgiu um estágio naquela área, seguiu na empresa e acabou desenvolvendo sua especialidade por esse caminho. De forma muito semelhante, porém um pouco mais tardia, isso ocorre na primeira oportunidade de emprego.

Dificilmente isso acontece de outra forma, e lembro de poder contar nos dedos de uma das mãos os alunos que tive que me diziam, ainda nas disciplinas iniciais ou no terço médio do curso, “professor, eu serei engenheiro estrutural”, ou “professor, eu quero trabalhar com pavimentação”, ou outra das inúmeras áreas que um engenheiro civil pode atuar. O que mais escuto é, “professor, quando eu me formar vou montar um escritório e fazer projetos. O problema é que projeto rende pouco”.

A conclusão que chego é que o rótulo foi criado por nós mesmos, profissionais de Engenheira Civil. Saturamos o mercado com escritórios de profissionais genéricos, que topam qualquer serviço, e acabam dizendo que fazem projeto porque isto já está difundido. Para virarmos essa chave e buscar valorização para a nossa classe, precisamos atuar de forma mais específica e especializada, e uma especialização pode ser obtida através de curso de especialização, até um mestrado, ou mesmo na atuação conjunta com profissionais reconhecidos no mercado.

Caminhos existem muitos, mas devemos lembrar que eles podem precisar ser pavimentados. Assim, gostaria de concluir exemplificando, de forma sucinta, quatro áreas em que um profissional de engenharia civil pode atuar.

1) Tecnologia de concreto – desenvolver concretos (o material mais consumido no mundo depois da água) para as mais diversas aplicações, barragens, arranha-céus, torres de aerogeradores, e muitas outras aplicações. Isto deve ser feito de forma a garantir que não ocorreram problemas durante a concretagem, e que a estrutura atenderá ao desempenho requerido para a sua vida útil.

2) Engenharia geotécnica – definir soluções de fundações para os mais diversos tipos de obras, estabilidade de encostas, construção de túneis, soluções construtivas para estradas que resolvemos construir nos locais mais improváveis e de expressiva instabilidade.

3) Engenharia estrutural – dimensionamento de elementos estruturais para os mais diversos tipos de obras, podendo ser destacados, aqui, os arranha-céus, as barragens, aerogeradores, novamente. O Engenheiro geotécnico deve garantir o funcionamento da obra de segura por todo seu período de vida útil. Nesse dimensionamento, o engenheiro estrutural deve garantir a estabilidade da construção por toda a sua vida útil.

4) Engenharia de saneamento – atuação na gestão do abastecimento de água e saneamento das cidades.

Desta forma, acredito ser possível compreender que um engenheiro pode atuar em campos diversos, mas listei apenas alguns, pois esse texto ficaria extenso. Espero que possamos começar a repensar as definições simplificadas que colocamos nas profissões, e mais importante, lembrar que um engenheiro civil é um profissional capaz de propor resoluções ou melhorias para a sociedade como um todo.

 

Você sabia?

O curso de Engenharia Civil da UNISUL prepara seus alunos para analisar problemas e propor soluções para as mais diversas situações atuando nas mais diversas áreas. Aqui você encontra também, curso de especialização para direcionar sua especialidade de atuação.

 

Fique atento!

Unisul Soluções é uma estratégia de negócios concebida pela Unisul, para solucionar demandas da sociedade, resolvendo problemas do setor privado, público e organizações sociais, desenvolvendo soluções inovadoras e escaláveis. Também oferecemos produtos customizados ao mercado, soluções simples ou complexas, disponibilizados por provedores de soluções da Universidade, laboratórios, centros de pesquisa e parceiros estratégicos. Para saber mais, consulte: http://solucoes.unisul.br/ 

 

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