ADOLESCENTES, PANDEMIA E DISTANCIAMENTO SOCIAL: O QUE ELES TÊM A NOS DIZER?

Prof. Dra. Luciana Flor Correa Felipe
Rafaela de Figueiredo

Em tempos de pandemia, pessoas de todas as faixas etárias precisam estar atentas aos cuidados de higiene e proteção, bem como as regras de distanciamento social para controlar a covid-19. Se essa não é uma tarefa fácil para os adultos, imaginem para os que estão sob o efeito de um turbilhão hormonal e emocional próprio da faixa etária, ou seja, os adolescentes…

Além de todas as dúvidas e preocupações naturais da idade, eles tiveram que mudar bruscamente as formas de interação e sociabilidade com seus familiares, amigos, amores, professores… Com o fechamento das escolas e cancelamento dos eventos, os adolescentes passaram a não ter a possibilidade de participar de encontros presenciais, conversar pessoalmente com amigos, praticar esportes coletivos, assistir à aulas presenciais, entre outras atividades fundamentais para o seu desenvolvimento e bem-estar.

Mas será que o isolamento tem interferido nas amizades e relacionamentos dos adolescentes? Como tem sido para eles a experiência de estudar a partir da mediação de tecnologias? O que eles pensam sobre a covid-19: é real, uma invenção da TV ou uma estratégia de alguns grupos com interesses específicos? Bem, nada melhor fazer essas perguntas diretamente para uma adolescente. Nossa convidada é Rafaela de Figueiredo, de 15 anos, estudante do 2º ano do Ensino Médio do Colégio Dehon.

Segundo Rafaela, como toda mudança, “a pandemia inicialmente me deixou confusa, temerosa e sem saber o que vem pela frente. Mas com o tempo, percebi que mais do que nunca, o caminho que desejo trilhar depende de minhas próprias escolhas e força de vontade. Pois, mesmo nesta situação, os estudos devem continuar, afinal, essa pode ser a primeira de muitas outras transformações que vamos passar ao longo da vida e adaptar-nos as circunstâncias, por piores que sejam, é o melhor a se fazer”.

Quanto ao distanciamento dos amigos, Rafaela nos conta que perdeu um pouco o contato com colegas que antes via todos dias na sala de aula. Agora acaba conversando apenas com os mais próximos. Segundo ela, “as vídeo-chamadas, ajudam um pouco a matar a saudade, mas a falta de uma conversa “olho no olho”, percebendo e sentindo as emoções e expressões ao vivo, é imensa”.

Referente a reconstrução da rotina, Rafaela revela que é de fato desafiador. “É muito tenso ter que criar a nossa própria rotina, lidar com barulhos que nem sabíamos que existiam (há uma construção ao lado do prédio que moro e muito barulho durante o dia), quedas da internet… Apesar da oportunidade de ter material, equipamentos e espaço para meus estudos, vejo que o dia é menos produtivo, pois o cansaço de ficar o tempo todo nos mesmos ambientes, as vezes nos esgota e a procrastinação vem, naturalmente”.

Com relação a veracidade e gravidade da pandemia, a convidada afirma com ênfase que “é algo real. Nenhum país acreditava que ia passar por isso. Crer que é uma conspiração ou que há algum interesse específico, além de ser algo que beira a estupidez, não tem coerência nenhuma com os fatos da atualidade. Nenhum país está obtendo vantagem com essa pandemia”.

Quanto ao futuro a adolescente acredita que pode ser visto com “normalidade, uma nova normalidade, inclusive com a possibilidade de outras pandemias. Porém, não será uma situação totalmente nova e estaremos de alguma forma, mais preparados e aptos para enfrenta-la a partir dos erros e acertos do que estamos vivendo hoje”.

A jovem que está no 2º ano do Ensino Médio ainda revela que a pandemia só veio fortalecer sua admiração pelos profissionais da área da saúde, principalmente da Medicina. “Percebo cada vez mais, o quanto os médicos atualmente estão arriscando suas vidas e de seus familiares em prol da saúde de outras pessoas. É uma verdadeira entrega de amor à profissão”, finaliza.

Bom, para finalizar só nos resta manifestar imensa gratidão à Rafaela e a todos os adolescentes que como ela, acreditam no futuro e em dias melhores. Como temos dito reiteradamente “não podemos passar por tudo isso sem aprender nada”. Que cada um observe e busque os ensinamentos.

 

Você sabia?

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