Então, vamos continuar a história de Josué

Independentemente da situação ao seu redor, sua fé em Deus foi suficiente para lhe garantir a sanidade mental e a força emocional para atravessar os próximos 45 anos de espera. Deixe-me repetir: quarenta e cinco anos! Não foram quarenta e cinco horas, dias ou semanas… mas anos! Nem vou perguntar o que faríamos ao receber de Deus uma resposta assim: “tudo bem, meu filho…vou conceder o que me pedes, mas somente daqui há quarenta e cinco anos…” Sobre isso, quero deixar aqui uma das pérolas preciosas encontradas nas Escrituras: 

“Buscai no livro do Senhor e lede; nenhuma dessas coisas falhará, nem uma nem outra faltará; porque a sua própria boca ordenou, e o seu Espírito mesmo as ajuntará”, (Is 34.16) 

O segundo aspecto a destacar encontramos no versículo seguinte de Josué: “Da idade de quarenta anos era eu, quando Moisés, servo do Senhor, me enviou a Cades Barnéia a espiar a terra; e eu lhe trouxe resposta, como sentia no meu coração”, (Js14.7) 

Onde ele guardou as promessas? Onde ele creu na Palavra? No coração. Não é à toa que Jesus nos ensina a viver, em certos aspectos, como crianças para herdar o Reino. Creio este ser um deles. Experimente fazer uma promessa a uma criança pequena… ela normalmente não relativizará, não duvidará ou pedirá garantias… apenas crerá! Diga a seu filho de 4, 5 anos que vai comprar um brinquedo e ele não ficará preocupado com os rumos da economia na Espanha! 

Lembre-se de, acima de tudo, guardar seu coração, pois é dele que saem as fontes de vida. Não do dinheiro, das posses ou de outros (Pv 4.23). Veja: um coração cheio de ira, amargura e desconfiança não irá esperar pelo tempo da promessa…ele sempre procurará a independência, o velho fazer as coisas do meu jeito mesmo. Bom, já sabemos onde isso vai dar, não é? 

O terceiro aspecto a destacar vemos aqui: “Mas meus irmãos, que subiram comigo, fizeram derreter o coração do povo; eu, porém, perseverei em seguir o Senhor, meu Deus”, (Js 14.8) 

Como falamos acima, Calebe foi perseverante e manteve sua fé, mesmo no meio de uma geração incrédula. Ao contrário da maioria, não foi na “onda” do povão. Não o vemos murmurando, reclamando, apontando o dedo para tudo e todos nem depressivo por ter tido seu sonho adiado. Ele apenas perseverou.  

E nós, estamos dispostos ao mesmo para receber a promessa? Outros em seu lugar falharam… Abraão tentou dar um jeito e arrumou uma inimizade com Seu filho Isaque que perdura até os dias de hoje… Moisés tentou ajudar um hebreu matando um egípcio e fugiu para o deserto por quarenta anos… Rebeca foi ajudar seu filho Jacó a receber a primogenitura no lugar de Esaú e nunca mais viu seu filho… 

O preço a se pagar, às vezes, é alto demais. Não tente ajudar a Deus… confiar em Suas promessas, trabalhar com o que temos em nossas mãos é o melhor que podemos fazer. E esperar, claro… o mais difícil. Os três exemplos bíblicos acima tem um ponto em comum: tentaram adiantar o plano de Deus. Definitivamente isso não dá certo… 

Por fim, é importante ressaltar os benefícios práticos em esperar em Deus e crer em Suas promessas. Vejamos o que aconteceu com Calebe: 

1) Deus renovará as nossas forças: mesmo após tanto tempo, seu ânimo e força estavam intactos. Aqueles que ousam crer são surpreendidos pela graça divina, que nos sustenta e leva sempre adiante… 

“E, ainda hoje, estou tão forte como no dia em que Moisés me enviou; qual a minha força então era, tal é agora a minha força, para a guerra, para sair e para entrar”, (Js 14.11) 

2) A companhia majestosa do Pai: não apenas nos dias de culto ou em momentos esparsos, mas ter Ele sempre conosco. São momentos de alegria? Ali está o Pai regozijando com você. Tristeza e dor? Ali está o Supremo Pastor, com Sua mão nos guiando em meio ao vale da sombra da morte. Sede de esperança? Pois Ele faz brotar de nosso interior um rio de águas vivas… afinal, o que você precisa hoje? 

“Agora, pois, dá-me este monte de que o Senhor falou naquele dia; pois, naquele dia, tu ouviste que os anaquins estão ali, grandes e fortes cidades há ali; porventura, o Senhor será comigo, para os derrotar, como o Senhor disse”, (Js14.12)

Impressionante! Veja que Calebe sabe da presença de dificuldades, mesmo naquilo prometido pelo Senhor. Sim, há inimigos. Sim, eles são fortes. Sim, as muralhas são imensas… e sim, o Senhor é comigo e Ele me prometeu a vitória. Simples e poderoso.