Você já agradeceu pela crise de hoje?

Crise.

Uma palavra que tem se tornado comum no vocabulário de muita gente, certamente mais do que gostariam. É crise na política, nos casamentos, na economia, entre outras esferas da vida. De fato, acabamos de certo modo nos acostumando com o termo, ainda que sentindo na pele seus efeitos. Interessante perceber nos telejornais da vida a dinâmica da redação. Começa-se com a crise, as notícias políticas, policiais (infelizmente estas duas andam muito juntas nesses dias turbulentos), e para aliviar o telespectador, termina-se o jornal com o noticiário esportivo.

É. Isso não ajuda muito. Ainda temos muita dificuldade em lidar com o assunto.

Mas o que fazemos quando a crise vem sobre nós? Geralmente temos duas opções: ou ficamos apáticos e afundamos na mediocridade, ou as usamos como um trampolim para galgar novos degraus, sonhos e projetos. José do Egito enfrentou uma série delas, e a cada uma, sua atitude era de seguir em frente, não voltando para trás.

O filho mais novo de Jacó enfrentou períodos sucessivos de crise, e sua atitude tem muito a nos ensinar.

Ele foi rejeitado no lar, vendido por seus irmãos, e finalmente chegou em uma terra estranha – a seus hábitos, modo de viver, sua espiritualidade. Ele tinha um relacionamento com o Deus único, e agora estava cercado pela idolatria. Seus amigos, sua terra natal…nada mais eram do que lembranças guardadas em seu coração.

O que fazer?
Após algum tempo, ele estava já administrando a casa de Potifar, um homem rico no Egito. Certamente haviam recursos mais do que necessários para que ele voltasse para casa. Mas ele não o fez…

O tempo passa, e depois de uma série de eventos extraordinários, o filho de Jacó se torna vice-governador do Egito. Novamente, em nenhum momento o vemos procurando retornar à casa de seu pai. Podemos imaginar que, antes, sua perspectiva de futuro estava em seguir os negócios da família, e cuidar de ovelhas, entre outros afazeres. Porém, Deus já começara a sinalizar que havia um futuro diferente para ele, longe dali. E José foi sábio em extrair das crises a força necessária para o próximo passo. Ele soube plantar em cada circunstância a semente certa, que deu seu fruto no futuro. Fé em Deus, humildade, perseverança, não olhar para trás…
Possivelmente muitos de nós agiríamos de outra forma. Ou buscaríamos voltar para a terra natal, ou vingar-se dos irmãos, não perdoar, dar as costas a Deus…a lista de “pequenas vinganças pessoais” pode ser longa.

Mas José não. Ele nunca mais quis a vida antiga, e a cada crise, a cada superação, ele estava mais próximo de seu destino – e o que nós temos feito quando enfrentamos as crises?
Não podemos esperar superar as crises da vida se agimos sempre da mesma forma. Por isso, de cero modo, a crise pode ser uma aliada. Ela nos faz agir, progredir. Da angústia de uma noite escura pode nascer a criatividade que faz mudar tudo.

Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais aos problemas do que às soluções.  O inconveniente das pessoas é a esperança de encontrar as saídas e soluções fáceis. Sem crise não há desafios, sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um. Falar de crise é promovê-la, e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la.

Acima de tudo, temos em Jesus a capacidade de recomeçar.

Que tal agora?
“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.” (2 Coríntios 5:17 NAA ).