Início Colunistas De hoje em diante - Daniel De Luca Você já agradeceu pela crise de hoje?

Você já agradeceu pela crise de hoje?

Crise.

Uma palavra que tem se tornado comum no vocabulário de muita gente, certamente mais do que gostariam. É crise na política, nos casamentos, na economia, entre outras esferas da vida. De fato, acabamos de certo modo nos acostumando com o termo, ainda que sentindo na pele seus efeitos. Interessante perceber nos telejornais da vida a dinâmica da redação. Começa-se com a crise, as notícias políticas, policiais (infelizmente estas duas andam muito juntas nesses dias turbulentos), e para aliviar o telespectador, termina-se o jornal com o noticiário esportivo.

É. Isso não ajuda muito. Ainda temos muita dificuldade em lidar com o assunto.

Mas o que fazemos quando a crise vem sobre nós? Geralmente temos duas opções: ou ficamos apáticos e afundamos na mediocridade, ou as usamos como um trampolim para galgar novos degraus, sonhos e projetos. José do Egito enfrentou uma série delas, e a cada uma, sua atitude era de seguir em frente, não voltando para trás.

O filho mais novo de Jacó enfrentou períodos sucessivos de crise, e sua atitude tem muito a nos ensinar.

Ele foi rejeitado no lar, vendido por seus irmãos, e finalmente chegou em uma terra estranha – a seus hábitos, modo de viver, sua espiritualidade. Ele tinha um relacionamento com o Deus único, e agora estava cercado pela idolatria. Seus amigos, sua terra natal…nada mais eram do que lembranças guardadas em seu coração.

O que fazer?
Após algum tempo, ele estava já administrando a casa de Potifar, um homem rico no Egito. Certamente haviam recursos mais do que necessários para que ele voltasse para casa. Mas ele não o fez…

O tempo passa, e depois de uma série de eventos extraordinários, o filho de Jacó se torna vice-governador do Egito. Novamente, em nenhum momento o vemos procurando retornar à casa de seu pai. Podemos imaginar que, antes, sua perspectiva de futuro estava em seguir os negócios da família, e cuidar de ovelhas, entre outros afazeres. Porém, Deus já começara a sinalizar que havia um futuro diferente para ele, longe dali. E José foi sábio em extrair das crises a força necessária para o próximo passo. Ele soube plantar em cada circunstância a semente certa, que deu seu fruto no futuro. Fé em Deus, humildade, perseverança, não olhar para trás…
Possivelmente muitos de nós agiríamos de outra forma. Ou buscaríamos voltar para a terra natal, ou vingar-se dos irmãos, não perdoar, dar as costas a Deus…a lista de “pequenas vinganças pessoais” pode ser longa.

Mas José não. Ele nunca mais quis a vida antiga, e a cada crise, a cada superação, ele estava mais próximo de seu destino – e o que nós temos feito quando enfrentamos as crises?
Não podemos esperar superar as crises da vida se agimos sempre da mesma forma. Por isso, de cero modo, a crise pode ser uma aliada. Ela nos faz agir, progredir. Da angústia de uma noite escura pode nascer a criatividade que faz mudar tudo.

Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais aos problemas do que às soluções.  O inconveniente das pessoas é a esperança de encontrar as saídas e soluções fáceis. Sem crise não há desafios, sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um. Falar de crise é promovê-la, e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la.

Acima de tudo, temos em Jesus a capacidade de recomeçar.

Que tal agora?
“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.” (2 Coríntios 5:17 NAA ).

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