Violência deve ser denunciada

 A presidenta do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Tubarão, Vera Regina, reforçou que os crimes precisam ser denunciados
A presidenta do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Tubarão, Vera Regina, reforçou que os crimes precisam ser denunciados

Silvana Lucas
Tubarão

Somente no mês passado quase 30 requerimentos de medida protetiva de urgência foram encaminhados ao fórum da comarca de Tubarão pela Delegacia da Criança, do Adolescente, e de Proteção à Mulher e ao Idoso da Cidade Azul (Dpcapmi). 

“Em média, três mulheres procuram a delegacia por dia”, informou uma oficial da Dpcapmi. Este número ainda não representa a totalidade de casos porque muitas não chegam a denunciar o crime.

“Isso ocorre em função da própria discriminação que a mulher acha que sofrerá na delegacia, pela própria vergonha de procurar ajuda, pelo fato de ter sido agredida ou também, infelizmente, algumas considerarem este fato como algo ‘normal’. Ressaltamos que a violência sofrida pelas mulheres precisa ser efetivamente combatida”, alerta o juiz Maurício Fabiano Mortari, do juizado especial criminal e de violência doméstica e familiar de Tubarão.

Conforme o magistrado, muitas campanhas educativas são realizadas para diminuir esta situação. “Conscientização é o ponto inicial para combater este tipo de violência. Temos a constatação que apesar de todo trabalho realizado neste sentido e pela aplicação da Lei Maria da Penha, os crimes não tão graves, como lesões corporais leves, ameaças e violências psicológicas têm aumentado em nossa região. Felizmente, o que notamos é uma redução nos crimes mais graves, como os estupros e homicídios. Mesmo assim, a realidade é preocupante”, informa Maurício.

Para a presidenta do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Tubarão, Vera Regina Rodrigues, a mulher tem que denunciar o agressor. “A primeira porta é a da delegacia. Existem vários serviços disponíveis nas cidades para auxiliarem as mulheres, mas primeiro ela tem que denunciar, sem isto os crimes continuarão”,  orienta Vera.

Nova legislação
No início do mês, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei do senado que classifica o ‘feminicídio’ como um crime hediondo e o incluiu como homicídio qualificado. O novo texto modifica o Código Penal atual para incluir o crime de assassinato de uma mulher por razões de gênero, entre os tipos de homicídio qualificado. O projeto agora irá para aprovação presidencial.