Táticas policiais: PM em ocorrências de risco

Maycon Vianna
Tubarão

Preparar, apontar, fogo! São três palavras que podem muito bem servir para os integrantes do Pelotão de Patrulhamento Tático (PPT) da Polícia Militar de Tubarão. O grupo possui um dos melhores armamentos de Santa Catarina e dispõe de fuzis utilizados até mesmo no exército americano. “Estamos preparados para qualquer tipo de gerenciamento de crise. Toda ocorrência de vulto necessita de uma postura mais concreta dos soldados do PPT”, relata o tenente Dante da Costa Chierighini (foto), da Polícia Militar de Tubarão.

Entre os equipamentos bélicos da PM, estão os fuzis Imbel MD-97, 556, além de um tipo de fuzil snipe, arma com mais características que incluem até infravermelho. “Pode-se dizer que pode efetuar até mil disparos por minuto. É uma arma muito boa e que põe respeito em qualquer ação policial”, enaltece Chierighini.
Antes de utilizar armas de fogo, em casos de extremo perigo, como em sequestros, o negociador especializado é quem toma a frente da ocorrência. “A intenção é dominar a situação. Vencer o suspeito do cansaço. O que é importante ressaltar é a preservação da vida de qualquer pessoa. O trabalho do PPT, por exemplo, é aplicar a lei”, ressalta.

Quando em última instância, não há qualquer possibilidade de troca de confiança entre o criminoso e o negociador da PM, aí utiliza-se o recurso do tiro de comprometimento. “Não se pode abusar do poder policial nestas horas. Tudo depende do condutor da operação de risco. É necessário tomar outro tipo de postura diferente das ações rotineiras”, pondera.

Tiro de comprometimento:
somente em último caso

Se um caso de sequestro com refém em cárcere privado ocorresse em Tubarão (semelhante ao caso Lindemberg e Eloá, veja no quadro abaixo, à esquerda), a PM não teria uma pessoa especializada em dar um tiro de comprometimento.

“Acionaríamos o Bope (Batalhão de Operações Especiais) de Florianópolis. Isso em situações de risco. Enquanto isso, o PPT daria o primeiro tipo de combate. Tudo depende da compreensão de tempo, de quantas horas a vítima está em poder do refém. O Bope tem um atirador de elite treinado para isso, mas se não for possível para eles agirem e o comando da PM de Santa Catarina autorizar, agimos com toda a precisão”, destaca o comandante do Pelotão de Patrulhamento Tático (PPT) da Polícia Militar de Tubarão, tenente Dante da Costa Chierighini.

Para este tipo de ocorrência com vítima sob a ação de criminosos, ou invasão de residências com reféns, o PPT sempre estará a postos para dar o combate. “Os integrantes do grupo recebem todo o treinamento necessário para as táticas policiais. É um curso que prepara os soldados para agir em situações complexas e ocorrências de riscos”, enfatiza.

Caso Lindemberg e Eloá
Mantida em cárcere privado pelo ex-namorado Lindemberg Fernandes Alves, 22 anos, por mais de 100 horas, Eloá Pimentel, 15, foi morta em outubro de 2008 em meio à invasão do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) ao apartamento de sua família, em Santo André, no interior de São Paulo. A amiga dela, Nayara Rodrigues da Silva, que havia sido libertada dias antes e retornou ao cativeiro a pedido dos PMs, foi baleada na boca, e sobreviveu. Em depoimento, a adolescente afirmou que Lindemberg só efetuou os disparos contra ela e a amiga após perceber a movimentação do Gate. O juiz José Carlos de França Carvalho Neto, da Vara do Júri e Execuções Criminais de Santo André, decidiu que Lindemberg vai a júri popular.

Armas da Polícia Militar
• Fuzil 5.56: Arma automática, 30 munições por carregador, 900 a mil tiros por minuto, alcance de 150 a 250 metros, peso de 3,8 quilos.
• Fuzil 7.62: Arma de repetição, capacidade para cinco munições, um tiro por vez, alcance de 600 metros, peso de 4,5 quilos.

PPT de Tubarão
• Fuzis;
• Sub-metralhadora;
• Escudos;
• Colete nível 3;
• Carabinas;
• Calibre 12 – tiros de boracha;
• Espingardas.