Superlotação no presídio: Duas fogem e ‘ajudam’ a desafogar

Rafael Andrade
Tubarão

Começa a diminuir a superlotação no Presídio Regional de Tubarão. No fim da noite de segunda-feira, duas detentas, de 23 e 32 anos, deixaram o local, mas não pela porta da frente. Elas fugiram sem deixar pistas após quebrar duas telhas brasilits da ala feminina e pular o muro lateral da instituição.

Agora, a unidade carcerária estava com 306 detentos até ontem à noite. Dois presos participaram de audiência ontem à tarde nos fóruns de Capivari de Baixo e Tubarão e também deixaram o local, só que pela porta da frente. As fugitivas ainda não foram localizadas pela polícia.

“É um entra e sai todos os dias. Um dia entram três, saem quatro. Outro dia entram oito, saem dois. Este processo é natural. Infelizmente, chegamos nesta situação de mais de 300 presos. As fugas são inevitáveis em algumas situações”, lamenta o chefe de segurança da unidade carcerária, Vamerson Wiggers.

O diretor Décio Paquelin acredita a situação só normalizará com a conclusão do prédio novo do presídio no bairro Bom Pastor. “Acompanho o avanço das obras semanalmente e, quando nos mudarmos para lá, é que vamos ter melhores condições para trabalharmos”, ressalta Paquelin.

Após a fuga das detentas, os agentes, de imediato, iniciaram a troca das telhas e a construção de um muro em cima da laje de uma parte do alojamento feminino. “Construímos um pequeno muro de seis metros de comprimento por meio metro de altura. Assim, se outras presas tentarem fugi, conseguimos retardar o processo e alcançá-las”, informa Vamerson.

Ficha criminal das ‘fujonas’

Noemi Teixeira Conceição (foto), 32 anos, natural de São Paulo, já foi presa várias vezes por furtos e participação em roubos. É condenada por tráfico e associação ao tráfico de drogas em Florianópolis. Ela já passou pela penitenciária da capital, pelo presídio de Tijucas e pela unidade carcerária Santa Augusta, em Criciúma.

Esta presa chegou a Tubarão há um mês. Ela foi trocada por uma que estava com nove meses de gestação. O presídio de Criciúma tem espaço mais adequado para receber a presidiária e o seu filho pelos próximos seis meses.

A outra fugitiva, de 23 anos, é de Florianópolis. Ela foi detida recentemente por tráfico de drogas em Tubarão, aguardava julgamento nos próximos dias e tinha tudo para ser solta por falta de provas.