Mutirão carcerário: “É uma radiografia dos presos”

Rafael Andrade
Tubarão

O trabalho pioneiro no sistema prisional do Brasil, o mutirão carcerário, iniciou ontem no Presídio Regional de Tubarão. A cidade é a quinta de Santa Catarina a ser beneficiada com o procedimento. O mutirão segue até o fim desta semana.

“Faremos uma espécie de radiografia de todos os 321 presos. A meta é tentar agilizar os processos para desafogar a instituição”, detalha o juiz Elleston Lissandro Canali, coordenador do mutirão e corregedor da unidade prisional tubaronense.
Cinco juízes participam da tomada de depoimentos dos mais de 320 detentos que ocupam as incômodas instalações do prédio com capacidade para 60 reclusos.

Além dos juízes, mais dez técnicos judiciários colhem os depoimentos dos presos e analisam seus processos. A garagem do presídio foi transformada em uma “extensão do fórum” para receber o mutirão. “Este tipo de ação é de interesse dos presos. Alguns podem até deixar o presídio por meio de uma progressão de regime. Não adianta querermos cobrar dos detentos sem dar a assistência necessária. E o mutirão propicia justamente isso”, considera o diretor do presídio, Deiveison Querino Batista.

Seis advogados criminais acompanharam a tomada de depoimentos. O grupo retornar ao local hoje para continuar com o trabalho. “Auxiliamos os trabalhos do poder judiciário no que for preciso. É essencial este tipo de ação”, pontua o advogado Marcelo Bruschi.

Mutirão deve minimizar a superlotação

Todas as 41 detentas que estão reclusas no Presídio Regional de Tubarão já foram ouvidas pelos juízes. Uma delas tem direito a liberdade e deve ser solta hoje. A mesma situação pode ocorrer com outros presidiários. “Caso apareça outro preso que tenha direito a progressão de regime ou a liberdade, este mutirão identificará”, explica Elleston Lissandro Canali, coordenador do mutirão e corregedor do Presídio Regional de Tubarão.