SC e Amurel registram aumento na taxa

Tubarão

De acordo com um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), lançado essa semana, apesar de Santa Catarina ter a menor taxa de homicídio do Brasil, houve um aumento de 40,6% na última década. 

O Atlas da Violência, realizado em 2014, revelou que a taxa no estado é de 12,7 a cada 100 mil habitantes. Outra revelação é que 10% de todos os assassinatos do mundo ocorrem no Brasil, sendo que os maiores afetados são os negros e os jovens. 

No país, foi um total de 60 mil assassinatos naquele ano, 641 em Santa Catarina. Na mesma época, houve 30 homicídios na região da Amurel. Cerca de 76% são em decorrência do uso de armas de fogo, segundo a pesquisa. 

Somente neste ano já houve 13 assassinatos na região. De acordo com o comandante do 5º Batalhão de Polícia Militar em Tubarão, Giovani Silveira do Livramento, em Laguna, cidade que lidera o número de homicídios junto com Imbituba, a principal motivação é por guerra de espaço pelo tráfico de droga ou dívidas. 

“Esses casos são complicados de controlar, eles matam entre si. Até chegar à elucidação de cada crime, é um trabalho de investigação que envolve vários órgãos”, explica.Conforme o comandante, falta auxílio do governo por meio de punições mais rigorosas e o acompanhamento de assistentes sociais. Também existe a falta do controle de armas, já que há quatro milhões sem registro. 

“A lei de desarmamento não atinge o bandido porque ele não vai entregar espontaneamente. Só pessoas idôneas participam”, esclarece. No ano passado, a Polícia Militar da Cidade Azul realizou um trabalho preventivo, quando foram apreendidas 31 armas de fogo. Aproximadamente 51% das pessoas detidas possuem entre 12 e 24 anos. 

Homicídios por gênero
A taxa de homicídio entre as mulheres também teve um aumento de 38% no estado. É estimado que 13 mulheres são mortas por dia no país. Em Tubarão, elas são mais afetadas já que os crimes costumam ser passionais, segundo Livramento. “Mesmo com a Lei Maria da Penha ainda tem muito a fazer. O estado falha na proteção, pois há muita demora para sair as ordens judiciais. Até conseguir a proteção, ela é morta”, destaca. Quando a ação judicial é realizada, não tem como fiscalizar o cumprimento da ordem.