Reportagem nacional gera repercussão

Foto:Divulgação/Notisul
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Alice Goulart Estevão
Tubarão

Na lista das dez pessoas mais procuradas no Brasil pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), presente em 190 países, estão dois catarinenses. O tema foi abordado em uma reportagem especial – produzida ao longo de dois meses – e exibida no programa Fantástico da Rede Globo, no último domingo. 

Os criminosos foram escolhidos a partir de 44 mil pessoas consideradas foragidas e fazem parte do quadro devido ao risco de terem ido embora do país. A análise realizada para compor a lista considerou o tempo da pena a que a pessoa foi condenada, o tipo de delito cometido e o tempo de prescrição do crime, segundo o chefe da Interpol no Brasil, Valdecy Urquiza Júnior. Também é considerado o risco que os procurados representam à sociedade.

Entre os dois catarinenses uma é Silvana Seidler, 49 anos, acusada pelo homicídio de sua própria filha Carol Seidler Calegari, de 7 anos, no dia 22 dezembro de 2014, no bairro Monte Castelo, em Tubarão. Ela está foragida desde o dia do crime, quando foi registrar um boletim de ocorrência de desaparecimento com o pai de Carol, Gilmar Botega Calegari. 

A solicitação feita por ele, na reportagem que foi ao ar, é para que qualquer pessoa que possua informações sobre o paradeiro de Silvana não tenha medo de realizar a denúncia. “Quero que ela pague por isso”, enfatizou. 

O delegado da Divisão de Investigação Criminal (DIC) da Cidade Azul, Rubem Antônio Teston da Silva, entrevistado pela equipe da Globo na matéria, revelou que até ontem não tinham surgido novas informações ou pistas sobre a localização de Silvana. 

“Ainda assim julgo a entrevista como uma repercussão bem favorável, pois o objetivo era destacar os crimes no Brasil e no mundo, e isso foi feito”, valoriza o delegado. 

Após prisão, Silvana voltará para Tubarão
Quando ocorrer a prisão, Silvana deve ser interrogada e encaminhada ao Presídio Feminino de Tubarão, conforme o delegado Rubem. “Este não seria um dos casos mais difíceis do ponto de vista de elucidação, desde o primeiro momento as provas apontaram para ela. O que torna diferente é envolver mãe e filha, ficou esse mistério e gerou uma teoria de conspiração”, avalia. 
Uma dessas teorias seria sobre o envolvimento do próprio delegado. “Já li muitos ataques falsos contra minha pessoa. Nunca tive contato com essa mulher na minha vida, nem a vi”, esclarece. 
A confusão foi gerada porque Silvana chegou a ir à Delegacia da Criança, do Adolescente, e de Proteção à Mulher e ao Idoso (Dpcapmi) para registrar o desaparecimento. Porém, ela não chegou a ser interrogada, pois naquele momento ainda não se tinha conhecimento sobre a morte de Carol. 

Relembre o caso
Duas horas depois de os pais registrarem o boletim de desaparecimento, o corpo da menina foi encontrado em um quarto nos fundos da casa da família, em uma caixa de papelão coberta por roupas e brinquedos com um bilhete escrito: “Esse é teu presente de Natal”. A suspeita é que tenha sido direcionado ao pai da criança. O inquérito policial foi concluído três meses depois do homicídio pelo delegado Rubem. Silvana foi indiciada por homicídio pela asfixia por esganadura e meio cruel de ocultação de cadáver. 

Como denunciar
A Polícia Federal possui um aplicativo para smartphones e tablets, onde o usuário pode realizar denúncias. O CheckPol oferece informações dos procurados pela Interpol e pode ser baixado pela loja de aplicativos da Google Play. Em breve estará disponível na Apple Store. Quem tiver informações também pode enviar pelo WhatsApp (61) 99262-8532 e no e-mail procurados@dpf.gov.br. Em Tubarão, é possível ligar para o Disque Denúncia Eletrônico 197.