Qualificação: a chave do sucesso em tempos adversos

Zahyra Mattar
Tubarão

Em tempos de incerteza econômica, a qualificação aparece como um grande diferencial. Com o corte de pessoal em muitos setores, sobrevivem os profissionais mais preparados, capazes de trazer mais resultados para as organizações.

O mercado de trabalho sempre foi feroz e hoje está mais exigente do que nunca. A qualificação do trabalhador é essencial, seja no aspecto técnico da atividade que desenvolve, seja nas relações interpessoais que sua função demanda.

Buscar novas formas de crescimento é válido, essencial, tanto para quem está empregado como para quem busca uma oportunidade. Do outro lado da mesa, alguém bem treinado é muito mais vantajoso para a empresa.

Não existe, na verdade, muito sentido em investir pesado em tecnologia e novas soluções se não existe alguém capacitado para fazer as implementações necessárias. Correto?

“Acredito muito que as pessoas são importantes. Aliás, são imprescindíveis. As empresas precisam de pessoas qualificadas porque elas terão melhor desempenho. E pessoas com desempenho superior irão garantir desempenho superior à empresa. É um ganho que se retroalimenta sempre”, ensina Fabiano Goldacker, da Effecta Coaching.

As empresas buscam cada vez mais a produtividade e a qualidade em seus produtos e serviços. E as pessoas são peças-chave para garantir que isso ocorra.

“Mesmo que o aumento da tecnologia favoreça o alcance de níveis mais elevados de produtividade e qualidade, é importante lembrar que sempre haverá gente atrás da máquina. E as pessoas têm enxergado que precisam adaptar-se a essa nova realidade”, observa o executive coach.

Isso corrobora a lacuna cada vez maior no atual mercado de trabalho: ao mesmo tempo em que há pessoas desempregadas e/ou com dificuldades para se recolocar no mercado, há empresas que não conseguem completar seu quadro funcional porque na maioria dos casos são necessários alguns conhecimentos e habilidades específicas.

E as pessoas que detêm esses conhecimentos e habilidades específicos geralmente estão empregadas. “Na verdade, temos grande oferta de mão de obra, mas boa parte sem qualificação suficiente para atender à demanda das vagas em aberto”, confere Fabiano.


Destaque-se: Para o executive coach Fabiano Goldacker, investir em qualificação técnica e pessoal é a saída para o trabalhador se destacar no atual cenário econômico. – Foto: Effecta Coaching/Divulgação/TudoN.

A visão de cada olhar
Do ponto de vista do trabalhador, a qualificação é a chave para que ele se mantenha competitivo, tenha uma condição de empregabilidade cada vez maior.

Há – e sempre houve – uma competição no mercado de trabalho pelos melhores postos, melhores salários, melhores oportunidades. E estará nessas posições aquele que tiver sempre uma vantagem competitiva em relação aos demais.

Já do ponto de vista da empresa, é fundamental que ela também invista nas pessoas ou as estimule a buscarem qualificação contínua.

E o motivo é muito simples: à medida que as pessoas qualificam-se, a tendência é que o desempenho geral da empresa aumente. E assim aumenta sua condição de competitividade: entregar melhores produtos e serviços com custos menores.

Qualificação =  + produtividade – rotatividade
O funcionário qualificado terá, certamente, um aumento no seu desempenho em termos de qualidade e produtividade.

Além disso, o investimento em treinamento assegura que este colaborador aumente a sua própria condição de competitividade no mercado de trabalho. Em especial em momento como o vivido agora no país, de clara crise econômica.

“Naturalmente, as empresas tendem a se beneficiar desse aumento da qualificação e as evidências disso estarão nos aumentos dos próprios níveis de produtividade e competitividade”, atenta Fabiano Goldacker, da Effecta Coaching.

Há outro fator muito importante que diz respeito à atração e retenção de pessoas. Quando há investimentos em qualificação profissional de ambas as partes – da empresa e dos funcionários, sobretudo nas questões comportamentais -, a tendência é que os índices de rotatividade caiam bastante.

“Isso é ressaltado porque os funcionários observam o interesse da organização em desenvolver pessoas. Essa questão é valorizada e faz diferença positiva para a vontade do colaborador permanecer na empresa e contribuir cada vez mais com ela”, destaca a master coach Janaina Manfredini.

Muito além da técnica
A qualificação essencialmente técnica é extremamente importante para o trabalhador manter-se atualizado e necessário dentro da nova ordem corporativa.

Tanto é que essa ainda é a base para a maioria dos programas de treinamento. Algo bastante natural (e até óbvio), já que o treinamento das habilidades técnicas atende diretamente às demandas operacionais das empresas.

Contudo, sob uma visão mais profunda do assunto, destaca a master coach Janaina Manfredini, é necessário observar que existe também uma relação interpessoal que afetará de forma perceptível o desempenho das pessoas e, consequentemente, da instituição.

Somente isso já embasa a necessidade e o crescente investimento em treinamentos que lidam com atitudes e comportamentos das pessoas nos ambientes de trabalho.

“A maneira como as pessoas relacionam-se com elas mesmas e umas com as outras tem influenciado cada vez mais no desempenho pessoal”, afirma a especialista.

Isso se deve principalmente ao equilíbrio emocional necessário a cada indivíduo, algo cada vez mais difícil de obter em função das crescentes demandas que a vida impõe no dia a dia.

Ficar mais tempo no trânsito, estar excessivamente conectado ao mundo virtual, ser (literalmente) bombardeado por tudo o que a mídia nos apresenta…

São questões nada familiares às gerações anteriores, mas que têm moldado o comportamento das pessoas para o novo modelo de ‘vida em sociedade’ estabelecido no mundo a partir do avanço tecnológico.


Molde-se: A busca por melhorias das atitudes e comportamentos no ambiente de trabalho é essencial para o novo modelo de mercado que se desenha no país. – Foto: Effecta Coaching/Divulgação/TudoN.