Protesto por melhores condições…

Os alunos do ensino médio integral não estão nada satisfeitos com a estrutura oferecida
Os alunos do ensino médio integral não estão nada satisfeitos com a estrutura oferecida

 

Priscila Loch
Tubarão
 
Os alunos e professores da Escola João 23, no bairro Passagem, em Tubarão, organizaram um protesto ontem. Munidos de cartazes e com gritos de guerra na ponta da língua, eles reclamavam das condições precárias oferecidas no ensino médio integral. Laboratórios, climatização, quadra e bicicletário cobertos, e até água e comida de qualidade são as principais reivindicações.
 
“Pedimos mais atendimento e atenção à escola. Mandamos vários ofícios à secretaria regional, mas não recebemos nada de resposta. Para ver como a situação está precária, ontem (segunda-feira), os alunos precisaram ir para casa para almoçar, quando na verdade eles deveriam comer na escola”, lamenta a supervisora escolar, Dinamar Bressan Lemos.
 
A João 23 é a única escola de Tubarão a oferecer o ensino médio integral, implantado este ano. Quase 30 alunos são atendidos entre 7h30min e 17h10min. O projeto do governo do estado prevê revitalização da instituição, adaptação e instalação de novos equipamentos para que tenha laboratórios de informática e ciências, biblioteca, sala para empreendedorismo, espaços esportivos, espaços de convivência, auditório e refeitório. Mas a realidade da escola está bem longe disso.
 
“Participei de todo o processo de implantação e várias promessas nos foram feitas. Falamos em currículo ampliado, mas não tem estrutura alguma. Não temos laboratórios ou sala ambiente. E o refeitório é aberto, então, ao mesmo tempo que os alunos alimentam-se, também comem areia que vem com o vento”, reclama Dinamar.
 
Secretário regional foi contra a implantação
“Fui contra o ensino médio integral na João 23, justamente porque a escola não tem estrutura para isso. Por mais que a comunidade precise”, desabafa o secretário de desenvolvimento regional em Tubarão, Haroldo Silva, o Dura. Segundo ele, a implantação foi feita diretamente pela secretaria estadual de educação (SED). Por isso, não tem como dar uma resposta aos problemas reclamados por professores e alunos.
Dura admite que recebeu algumas correspondências com solicitações da unidade de ensino, mas questões isoladas. “A primeira delas, por exemplo, pedia para revisar a parte elétrica. Mas existe uma fila para resolver este problema, já que outras escolas receberam aparelhos de ar-condicionado do MEC antes da Escola João 23 e os equipamentos ainda não foram instalados”, explica.
O secretário também ressalta que nenhuma reunião foi solicitada por parte de professores ou pais de alunos para discutir as dificuldades enfrentadas. Ninguém da secretaria de educação foi encontrado para falar sobre o assunto, assim como a pessoa responsável pela distribuição da merenda às instituições de ensino, que não se encontrava na sede da gerência regional de educação (Gered) de Tubarão na tarde de ontem.
 
Outras reivindicações

• Estrutura comprometida na quadra de esportes, que não tem cobertura e pintura.
• Manutenção da limpeza da caixa d’água.
• A água utilizada para a alimentação não é filtrada.
• A rede elétrica não comporta a necessidade da escola.
• Salas de aulas ocupadas como depósito de carteiras.
• Refeitório precário.
• Faltam trincos e portas nos banheiros femininos e masculinos.
• Não há chuveiros para uso dos alunos que fica o dia todo na escola.
• Faltam laboratórios, auditório, espaços para convivência com sofás, TV e DVD, entre outras salas.