Polícia Federal de SC e SP deflagram operação “Line Up” contra lavagem de dinheiro

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (28) a Operação “Line Up”, contra uma corretora de  câmbio que atuava como organização criminosa no Sistema Financeiro Nacional, com prática de crimes financeiros e lavagem de dinheiro.

A 1ª Vara Federal de Florianópolis (SC) expediu mandados de prisão preventiva contra os diretores da instituição, além de 14 mandados de busca e apreensão que são cumpridos em SC e SP.

As investigações começaram em 2013, durante a investigação de possível evasão de divisas realizadas por meio de pagamentos a DJs de renome internacional, que atuavam em Santa Catarina, com contratos subfaturados.

De acordo com a PF, se chegou a uma corretora de câmbio que fazia parte do mesmo grupo econômico da empresa de eventos, sendo possível identificar indícios de gestão fraudulenta de instituição financeira nos seguintes atos:

receber e realizar depósitos em espécie, vedado para operações de câmbio;

burlar os limites da posição cambial;

movimentar moeda estrangeira de forma paralela e, após apreensão de valores, maquiar as operações;

fracionar operações de câmbio para burlar os limites de valores a serem negociados;

registrar operações sem a documentação suporte, fraudando a fiscalização;

transferir moeda entre unidades sem identificar corretamente o destinatário;

atuar no mercado paralelo de câmbio, fraudando as autorizações impostas pelo Bacen;

deixar de analisar e/ou identificar os clientes para fraudar os controles de prevenção à lavagem de dinheiro;

usar documentos ideologicamente falsos para recuperar valores apreendidos.

Ainda segundo as investigações, foram realizadas 155 operações de câmbio com utilização dos nomes de 111 pessoas que já estavam mortas no momento do negócio, bem como pagamentos de terceiros no exterior que não eram os reais exportadores das mercadorias, inclusive mediante contratações feitas por empresas investigadas na Operação Lava Jato e ligadas a doleiro já condenado na referida operação.

Tais atividades foram identificadas e registradas pelo COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) em 07 relatórios, em que apontado um total de mais de R$ 2 bilhões em movimentações atípicas. De acordo com a PF, há indícios de que  representantes da corretora de câmbio tentaram obstruir as investigações mediante contato com um servidor público, a fim de serem instruídos sobre como reaver os valores apreendidos na investigação.

As condutas criminais apuradas até o momento são gestão fraudulenta de instituição financeira, fraude contábil em instituição financeira, fraude cambial, lavagem de dinheiro, formação de organização criminosa e obstrução de investigação contra o crime organizado.