Uma questão de ética

Nossa cidade foi manchete nacional no último fim de semana, infelizmente estampando uma notícia negativa, que atingiu, pela ampla repercussão do fato noticiado, de forma violenta cada um dos homens e mulheres de bem que vivem na cidade de Tubarão.
Sem adentrar ao mérito da questão, até porque os desdobramentos do caso exigiram imediata atuação das autoridades competentes, e a resposta à sociedade sobre o desfecho do caso acreditamos será breve, o que podemos garantir é que a OAB estará atenta, acompanhando de perto o cumprimento dos preceitos legais pertinentes para que a justiça seja feita.

De toda a forma, essa situação serviu para que todos na cidade comentassem o caso, aprovando ou desaprovando a conduta perpetrada, discutindo valores e acima de tudo, avaliando o que é agir ou ser ético, o que serve de despertar para uma nova consciência.
Desde criança somos orientados a discernir entre o certo e o errado, primeiramente pelos pais, pela escola, pela religião, depois pelo local de trabalho, enfim pelos exemplos de virtude e pelos valores que nos são apresentados na sociedade em que nos inserimos.

Agir com ética, é respeitar esses valores agindo sobretudo com respeito ao direito do outro. Não é necessário praticar atitudes dignas de um Prêmio Nobel da Paz para valorizar a ética. São as pequenas ações do dia-a-dia na prática do bem que enaltecem o ser humano e tornam esse mundo um lugar bom de se viver.
Chegar no horário em um compromisso, cumprir com o pagamento de impostos, não prejudicar o meio-ambiente, respeitar o patrimônio público, ser cortês, ouvir os problemas de um amigo sem julgá-lo, ajudar uma pessoa desconhecida, respeitar os mais velhos são hábitos saudáveis e que representam o bom caráter de uma pessoa de bem.

É verdade que diariamente somos tentados pelo egoísmo, que nos induz a pratica de atitudes em que nos satisfaçam em detrimento do direito do outro. O príncipe Hamlet, personagem de Willian Shakespeare, na célebre passagem da peça teatral em que demonstra dúvida em vingar, ou não, a morte do seu pai, serve de reflexão para quando enfrentamos um conflito de consciência, dilemas existenciais e reflexões éticas.

“Ser ou não ser, eis a questão: será mais nobre em nosso espírito sofrer pedras e setas com que a Fortuna, enfurecida, nos alveja, ou insurgir-nos contra um mar de provações e em luta pôr-lhes fim?
Ser ou não ser ético? Agir ou não agir de maneira ética? Eis as questões que todos os membros de nossa sociedade, especialmente aqueles que detém poder político e econômico devem responder todos os dias através de suas ações. A prática do bem reflete numa sociedade mais fraterna e mais justa, conseguida com o esforço de todos nós.