Trinta e oito anos da enchente de 1974

 

No cumprimento da lei nº 3289/09, de minha autoria, ocorrerá, na próxima sexta-feira, no auditório da Amurel, das 8h30min às 12h30min, o 4º Seminário – 38 Anos da Enchente de 1974, que destruiu Tubarão, deixando 199 mortos e 65 mil desabrigados. 
 
Os objetivos são mantê-la viva na memória da comunidade, estudar e cobrar providências para que outra não ocorra e, se ocorrer, que os efeitos sejam minimizados.
 
Assim fazem os japoneses nos dias 6 de agosto e 11 de março, os judeus no dia 21 de abril e os americanos no dia 11 de setembro, para lembrarem e envidarem esforços para que não mais ocorram os horrores como os da bomba de Hiroxima e Nagasaki, do terremoto seguido de tsunami, do holocausto e do atentado às Torres Gêmeas, respectivamente.  
 
No dia 24 de março – aniversário da tragédia de 1974 -, às 15 horas, momento em que o maior volume de águas invadiu a cidade, serão emitidos, durante um minuto, sons compassados de sinos ou outros meios que recordem o evento.
 
Todos estão convocados a interromper as suas atividades neste momento, desde que não coloquem em risco atividades essenciais. As igrejas, independentemente do credo religioso, são convidadas a promover reflexão sobre a temática. 
 
As escolas do município de Tubarão, tanto públicas, municipais, estaduais ou particulares, não importando o grau de ensino que ministram, também devem sensibilizar os estudantes, ampliando ao máximo possível os atos que relembrem aquela catástrofe e as formas de prevenir e reagir com eficiência a outros possíveis desastres naturais.
 
Entende-se por desastre natural: inundações, vendavais e outras intempéries a que estamos sujeitos, devido à localização geográfica, mudanças climáticas e ações humanas sem planejamento ou sem ética…
 
Desde o primeiro seminário, em 2009, que salvou a data de passar em branco, muito se caminhou nos quesitos “prevenção” e “rápida resposta”, mas muito precisa ser feito. A câmara de vereadores criou a lei nº 3289/09, que determina a obrigatoriedade dos eventos citados. A Unisul criou o Núcleo de Pesquisas Sobre Desastres Naturais (elaboração do mapa de risco geotécnico de Tubarão). A Defesa Civil Municipal conquistou status de secretaria, equipou-se melhor e realiza capacitação nas escolas. Tubarão recebeu certificado das Nações Unidas para participar do programa “Cidades Resilientes” (que se recuperam de adversidades). Cidasc e Deinfra realizaram a batimetria do nosso rio (condição para que se elaborasse o projeto de redragagem). Deputados e senadores alocaram emendas no orçamento da União, no valor de R$ 90 milhões, para a referida redragagem, embora ainda falte o projeto.     
Se não pressionarmos os nossos representantes, seremos atendidos, ou melhor, socorridos tardiamente, após a tragédia, como vem ocorrendo Brasil afora.