Televisão, para que te quero?

Diariamente, depois de um longo e árduo dia de trabalho, as pessoas procuram um bom motivo para relaxar, esquecer o estresse e os problemas e, por algumas horas, desligar-se do mundo e de todos à volta. E é neste momento, em que se desliga do mundo, que o ser humano liga a televisão.
Assistir aos programas favoritos, às novelas, aos filmes é uma diversão para alguns. Para outros, uma maneira do dormir rapidinho – em frente à TV. Infelizmente, ainda há muita coisa imprópria, que deveria ser analisada antes de ir ao ar.

Um exemplo são os desenhos animados. O que ensinam para as crianças que assistem à TV aberta é a serem pessoas egoístas, que passam por cima de outras para conseguir o que querem, além de mostrarem lutas, brigas e disputas entre o bem e o mal. Mas, afinal, quem é o bem ou o mal na vida real? Discordo totalmente de certos ‘ensinamentos’ transmitidos aos pequenos.
Os filmes transmitidos nas sessões da tarde, em horário livre para qualquer idade, mostram os bandidos com suas armas, tentando de todas as formas ‘acabar’ com o mocinho… Em tempo de desarmamento, acredito ser meio contraditório. E não para por aí: as novelas também, geralmente, mostram pessoas acima do bem e do mal que fazem de tudo para alcançar seus mais insanos desejos. Que traem a confiança do amigo, são falsos com familiares, mentem descaradamente… Seria a ficção baseada na realidade? Ou a nossa realidade, a nossa vida real, baseia-se no fictício? É difícil responder…

Por não se contentar, as emissoras apelam para o reality show, para o confinamento, tanto de pessoas normais quanto artistas, para ganhar mais audiência. Não julgo quem está lá, afinal, é uma briga, um jogo, em busca de R$ 1 milhão e fama. Muita fama. Mas será que se expor em frente a uma massa (população) vale realmente a pena? Tire as suas próprias conclusões. Porém, o que muda na minha, na sua vida?
Os programas chamados educativos, que trazem algo de bom – para um maior conhecimento -, passam na TV aberta durante a madrugada (5 ou 6 horas). Pouquíssimos acordam neste horário apenas para assistir. Ou então, é necessário assinar um canal a cabo para apreciar as melhores programações de história, ciência, cultura e educação.
Que a TV aberta é manipuladora, nisso concordo. Foi assim durante o debate entre os então candidatos à presidência Fernando Collor de Melo e Luiz Inácio Lula da Silva. Ou mesmo, na invasão dos Estados Unidos ao Iraque – quando a TV mostrou quem era o ‘bandido’ e quem era o ‘mocinho’.

Tudo bem que a televisão traz as notícias do planeta inteiro, em poucos instantes. Mas é preciso também, em uma época em que as informações são divulgadas tão rapidamente, assimilar e analisar o que realmente vale a pena saber. Escolher o que deve ser ‘assimilado’ para conhecimento e crescimento pessoal e o que deve ser jogado no ‘lixo’ mental, para não ser mais lembrado.
Enfim, creio que a TV deveria ser melhor aproveitada para disseminar o conhecimento, o aprendizado e a formação de opinião dos milhões que a assistem. Não adianta apenas jogar a mensagem ao povo. É preciso fazer com que aprenda a criticar, a pensar e apreender o que é importante… Sem monopólios, sem manipulação, sem apelação.