Somos a bola do quê?

 

Lideranças municipais e estaduais anunciaram triunfalmente, não fazem dois meses, que Tubarão é a “bola da vez”. Faziam referência aos grandes investimentos que para cá virão.
 
Infelizmente, vão demorar. A recusa da empresa Cimolai, depois da alta expectativa, escancara esta realidade e deixa lições. Avançou-se bastante com as obras da duplicação da BR-101 e do Aeroporto Regional, mas não estão concluídas e faltam outras.
 
Dificilmente, um grande empreendimento se instalará numa região que, para percorrer 30 quilômetros, de carro, são consumidos duas horas, como é o trecho Tubarão-Laguna, no verão. Para agravar, se tais empresas não são suspensas, com os Jardins da Babilônia, é preciso terreno adequado, que não temos, como mostrou o episódio Cimolai.
 
Estamos num paraíso natural – pela proximidade com o mar, serra, águas termais, etc – mas de difícil acesso por terra, mar e ar.  
 
Por que não aprendemos com a região norte? Que já é a mais rica do estado, e vai receber, no trecho entre Garuva e Itajaí, duas fábricas da GM, uma da BMW, R$ 250 milhões na Tupy, campus da Ufsc, polos tecnológicos, entre outros. Claudio loetz, colunista de economia do Jornal A Notícia, explica as razões: “Dotada de infraestrutura portuária invejável, fácil acesso à BR-101 duplicada, e no centro geoeconômico que vai de São Paulo a Buenos Aires, Joinville e vizinhos serão alvos de investimentos crescentes”. 
 
Não basta ao governador do estado e ao vice reconhecerem que as suas regiões de origem, respectivamente, a serrana e a sul, são as mais pobres. É preciso que atuem firmemente, também, junto ao governo federal, para que as citadas obras, bem como as dos Portos de Laguna e de Imbituba e da Ferrovia, sejam concluídas rapidamente.
 
É preciso também que a bancada federal emende as emendas, para, juntos da administração local, melhorarem a educação, saúde, urbanização e, principalmente, a segurança. Do contrário, de bola da vez, mesmo com os investimentos, seremos a “dor de cabeça” da vez.