Nenhum lugar é seguro

 

Os três seminários ocorridos, anualmente, em cumprimento da lei nº 3289/09, sobre a enchente de 1974 em Tubarão, tem sido por excelência, lugar onde se veiculam as informações e providências sobre memória, prevenção e reação eficiente a outros possíveis desastres naturais.
 
Neste último, que aconteceu também no dia 24 de março, aniversário daquela tragédia, autoridades, técnicos e pesquisadores informaram que os eventos climáticos estão se agravando, e com frequência cada vez maior, não havendo mais lugar seguro.
 
Em Tubarão, pensou-se que o morro seria lugar seguro, até chegar a informação de que pessoas morreram soterradas no Caruru e em 13 de maio, e que se chovesse mais algumas horas, outros morros também desmanchariam, como ocorreu no Morro do Baú (SC) e recentemente no Rio de Janeiro.
 
O ciclone Catarina, em 2004, e outros eventos de menor intensidade, demonstraram que estamos, também, numa  rota de furacões. No plano internacional, o relatório alemão, Munich Re, informa que o ano de 2010 foi o mais mortífero (295 mil óbitos) e oneroso (R$ 213 bilhões), devido a 950 desastres naturais, com destaque para os terremotos do Haiti (222.570 mortos) e da China (2.700 mortos), pelas ondas de calor e incêndio na Rússia (56mil mortos) e pela erupção do vulcão islandês que paralisou o tráfego aéreo europeu, por semanas, causando danos milionários às companhias aéreas. Neste ano, os destaques foram as enchentes e deslizamentos no Rio de Janeiro e na Austrália e o terremoto seguido de tsunami no Japão, o que recomenda preparação constante para fazer frente aos impactos. Informou-se também:
 
1) Que Tubarão está próxima de concretizar, com a parceria da Unisul, o mapa de estabilidade das encostas, com base no modelo Shalstab, aceito mundialmente;
2) A liberação de quase R$ 5 milhões pela Caixa Econômica Federal  para a realização da macrodrenagem da margem esquerda e construção de duas  estações elevatórias;
3) Que um sistema de monitoramento das águas do rio Tubarão custa, segundo a Area-TB, R$ 500 mil e a manutenção em torno de R$ 100 mil mensais;
4) Que Tubarão  foi escolhido para participar do  programa das Nações Unidas sobre cidades resilientes (que se recuperaram de adversidades), tendo recebido em março a certificação.
5) A Estrutura, Plano de Contigência, capacitação de 1.200 alunos da rede municipal de ensino e estudos para implantação de dez núcleos da Defesa  Civil de Tubarão;
6) As 13 providências para que possam ser aproveitados os Projetos de Prevenção de Enchentes do rio Tubarão, incluindo a construção de barragens, elaborados  pelo extinto DNOS, em 1978; 
7) Que a União liberou, durante o ano de 2010 e o início de 2011, mais de R$ 4 bilhões para reação aos desastres naturais, sem instrumentos de fiscalização. A quinta parte deste montante seria suficiente para a prevenção que evita perdas materiais e de vidas.
8) Os aspectos institucionais e a legislação estadual  e federal para Gestão de Bacias Hidrográficas, fundamental para a nossa região.
9) A Experiência da Prevenção na Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí, que adequado, serve para a bacia do Rio Tubarão. 
Aumentar a resiliência de uma cidade significa, no mínimo,  pessoas participando junto com os governos locais. Participe!