Não à violência

Finalmente, a importante pergunta para todos nós. Afinal, podemos ou não erradicar com a criminalidade de nosso meio? Caro amigo, erradicar de vez com a violência, além de estar fora do nosso alcance, torna-se sem sombra de dúvida uma utopia. Pois teríamos que voltar ao túnel do tempo, ao princípio de todas as coisas. Mas minimizar é possível. Esta tarefa parece, em primeiro plano, quase impossível. Mas caberá a nós, homens, tirar a civilização do atoladouro em que a metemos. E não devemos esquecer que adiar uma tomada de posição significará corrermos o risco de frustrarmos definitivamente todos os nossos sonhos de justiça e paz para todos nós.

Mas devem indagar: será que as lideranças políticas querem fazer isso? Estão elas realmente interessadas em fazer justiça ou em combater a violência? O que podemos fazer para impedir que nossa vida futura, ou a dos nossos filhos, torne-se mais problemática e atribulada do que já é? Como devemos agir para ficarmos em paz com a nossa consciência? Ou devemos admitir que, segundo Alberto Villamarim, escritor, sociólogo e juiz, não existe interesse algum. Ainda afirma ele: Se observarmos a realidade corretamente, comprovaremos que estamos vivendo num mundo falso.

Nossa sociedade é hipócrita. Nossa democracia é um engodo. Nossa moral é fingida. Nosso direito é ficção. Nossas leis são feitas para serem violadas. Nossa justiça é um escárnio contra o povo humilde. Pois todos sabem que será impossível combatermos a criminalidade, de maneira racional e adequada, sem estudarmos previamente, de forma séria e exaustiva, as suas causas. Trata-se de uma investigação que requer a opinião de especialistas de diversas áreas.

Criminólogos, psicólogos, juristas, sociólogos, políticos, etc., devem participar no trabalho de identificar e avaliar essas causas, bem como de descobrir as estratégias mais eficazes para modificar a situação atual. Se fizer este estudo, comprovar-se-á sem a menor margem de dúvida que a forma mais eficiente de combater a criminalidade consiste em garantir a todas as crianças, na medida do possível, um lar feliz e uma educação exemplar.

Sabemos que as teorias e os métodos até agora empregados pelas autoridades para combater a violência e a criminalidade não têm produzido os efeitos desejados. Não faz sentido insistirmos em manter sistemas que, sabidamente, não funcionam e que nunca funcionarão como esperamos. Estou mais uma vez me reportando sobre os presídios já existentes, e aqueles que já se encontram nas mesas da engenharia política, na expectativa de se gastar somas vultosas contra o patrimônio publico.

Até o presente momento, não possuímos nenhuma informação concreta que alguns destes centros de detenção tenham recuperado 5% da população carcerária em todo o Brasil. A sociedade acaba gastando uma fortuna em inúteis aparatos de repressão e de combate ao crime e à violência em órgãos judiciais ineficazes, em presídios que só servem para aumentar os males e a proliferação de todos os tipos de doenças. E, já que estamos dando um prognóstico da população carcerária, então, observe com muita atenção a este quadro. Atualmente, a superpopulação carcerária em todo o território nacional está próximo dos 500 mil detentos. Somente em Santa Catarina, esta população chega perto dos 100 mil.

Diante destes dados, podemos imaginar a gravidade e a seriedade do gigante problema que está diante de nós. Imagina-se os focos de doenças infecto-contagiosas como hepatite A, B, C e D e outras como a Aids, diabetes, doenças respiratórias. Enfim, temos uma espécie de modelo da Raccoon City do filme de terror Residente Evil. Assim sendo, parece aconselhável descobrir e rápido as causas deste fracasso social, para depois buscarmos as possíveis soluções inteligentes para um problema cuja tendência é aumentar muito; ao invés de diminuir se alguns ainda persistirem nas mesmas ideias antigas e ultrapassadas.

Portanto, está diante de nós um grande desafio real. E não há lugar nesta guerra para super-heróis como Batmam, Homem-Aranha, etc. Esta convocação social é unicamente para os bravos e os valorosos guardiões da honra e da justiça. Colaboração: só merece o título de sábio quem manifestar estas três qualidades: respeitar os pequenos, não temer os grandes, e tratar da mesma maneira os pobres e os ricos. (Ai Akd Ai Farid).