Mobilizar para moralizar – parte 2

 

O nosso país é marcado por inúmeras e grandes mobilizações que ficaram historicamente marcadas em seus anais. Para mim, uma das mais relevantes foi a da Inconfidência Mineira, no século 18, quando o minerador Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, começou um movimento  em 1789, que pretendia transformar o Brasil numa república, independente de Portugal. 
 
Outra grande mobilização, já no século 20, que ficou muito marcada foi a Diretas Já, que pedia o fim das eleições indiretas para presidente da república no Brasil em 1984. Mas que só ocorreu em 1989, após ser estabelecida na Constituição de 1988. Ainda no século 20, o país participou com mais uma grande mobilização: o Impeachment de Fernando Collor de Mello, em 1992, com a participação dos caras pintadas. 
 
Poderíamos ficar enumerando outras mobilizações que ocorreram no Brasil, inclusive no presente século. Para não deixar passar em branco, vou citar esta que dias atrás aconteceu aqui bem no seio do centro de Tubarão, no dia de 15 de outubro de 2011, onde uma marcha de protesto contra a corrupção teve como intuito chamar a atenção da população tubaronense. Eu quero aproveitar para parabenizar pela iniciativa cívica desta manifestação em prol da volta da ética e da moral, principalmente no que se diz respeito à política corrupta que está sendo colocada em prática. Pois, todos já sabemos: estamos vivenciando momentos angustiantes. 
 
Em menos de um ano, cinco ministros do governo Dilma caíram em consequência dos escândalos por roubo do dinheiro público, causando mais uma vez no povo uma grande indignação e revolta. Aí então reacende no coração já palpitante aquelas perguntas de sempre: eles não têm dinheiro para dar sequer um aumento justo para os aposentados? Eles não podem construir um megahospital? Eles não querem pagar um bom salário para os professores e investir em salas de aulas, porque educação não interessa para eles. Mas, quando se trata de desviar o erário público, os cofres da nação são encontrados sempre superabarrotados. 
 
E agora, o que fazer? Como lutar contra esta praga conhecida como corrupção, que está infectando o país e roubando o sonho de milhões de brasileiros? Estamos sem saída então? A saída está na mobilização. Mobilizar para moralizar é o código de honra e de conduta para aqueles que querem ver mudança neste país. E podemos começar aqui mesmo em nossa cidade. 
 
Estamos vivendo sobre o regime da democracia, portanto, nada nos impede de maneira ordeira e civilizada ir avante, marchar contra os políticos corruptos que querem atrapalhar nosso desenvolvimento e crescimento. Políticos estes que desejam talvez deixar como herança para os seus filhos um legado marcado por tirania e injustiça, permitindo assim que eles continuem fazendo da política o que os seus pais faziam. 
 
Mas nós, que estamos do outro lado da ponta, é isso que nos queremos também para os nossos filhos? Não há garantia se possuímos aqui em nossa cidade partido ou partidos de oposição. Possuímos ou não! Onde estão eles estão? Que espécie de oposição é essa? E onde estão todos aqueles (pequenos) partidos registrados no cartório eleitoral de Tubarão? Sim, há aqueles que estão governando atualmente. Refiro-me àqueles que não estão na base governista e que poderiam muito bem estar fazendo o papel da oposição, democraticamente. 
 
Despertai! Despertai! Ó partidos, defender e defender, pois para este fim vieste. Combatemos o bom combate. Ide, levantai-vos das trincheiras com sabedoria e responsabilidade, erguemo-nos diante do maior símbolo nacional, que é a nossa majestosa bandeira pela quais muitos dos nossos imortais e valorosos soldados já derramaram sangue, enquanto outros tombaram por amor a ela. E quanto a nós. O que podemos fazer? Qual é a nossa luta? Possuímos um ideal? Qual?
 
Esconder-se nas trincheiras? Fugindo dos ideais e compromissos. Possuímos razões o suficiente para hastear a bandeira contra a corrupção. Motivos há de sobra para este grande embate político. Observe: faltam hospitais, remédios, médicos, etc. Falta água potável. O dinheiro público é gasto em obras superfaturadas e há promessas eleitoreiras. Quem se dispõe? Dizia o saudoso congressista Ulysses Guimarães: “Navegar é preciso”. Eu, porém vos digo, mobilizar para moralizar é preciso também.