Feromônios e seu emprego na agricultura

O termo feromônio advém do grego pherein, que significa carregar e hormon, excitar. São substâncias excretadas por organismos vivos e detectadas por outros indivíduos da mesma espécie, produzindo mudanças de comportamento específicas. Os feromônios são elementos fundamentais na comunicação dos insetos e, partindo desta informação, afirma-se que estas substâncias são uma alternativa eficaz para o manejo de insetos-praga.

A primeira identificação química destas substâncias foi em 1959, resultado de vinte anos de pesquisas, com a espécie Bombyx mori L. 1758 (Lepidoptera: Bombycidae), conhecido popularmente como bicho da seda. De lá pra cá, várias substâncias foram identificadas e hoje algumas delas já são comercializadas. No Brasil, as pesquisas tiveram início apenas em 1985, e o registro de viabilidade e emprego na agricultura brasileira se deu apenas em 1997.

De acordo com sua função ou efeito sobre o organismo alvo, os feromônios são classificados em quatro tipos: marcação, alarme, agregação e sexual. O mais empregado no meio agrícola é o feromônio sexual. Os feromônios sexuais são produzidos por um sexo para atração do outro, com propósitos de reprodução. A percepção é feita por meio dos sensilos olfativos antenais presentes nos insetos. Mais de seis mil feromônios já foram identificados, produzidos por fêmeas e machos de diversas espécies.

Na aplicação do feromônio, deve-se considerar o inseto alvo, a cultura e as características químicas e físicas dos compostos envolvidos. A utilização de feromônios vai desde como um simples implemento no manejo do inseto-praga até o controle propriamente dito do mesmo. O emprego dos feromônios sexuais na agricultura se dá principalmente por dois métodos, o primeiro refere-se à liberação na cultura, de modo a provocar o confundimento entre os sexos. Neste caso, macho e fêmea não conseguirão encontrar-se e, consequentemente, não deixarão descendentes.

E o outro método é por meio de armadilhas dotadas de superfícies adesivas e septos com o feromônio, caso em que os insetos serão atraídos como se fossem para o sexo oposto, porém, ficarão retidos na superfície adesiva. A aplicação dos feromônios em geral é direcionada ao monitoramento populacional, a coleta massal e a confusão sexual dos espécimes de insetos-praga.

As vantagens na aplicação de feromônios no ambiente agrícola são inúmeras. Destaca-se a contribuição direta na redução de produtos fitossanitários utilizados nas culturas, minimizando os riscos ambientais envolvidos na aplicação de inseticidas, tanto para o produtor como para o meio. Entretanto, uma desvantagem a ser ressaltada é a questão do alto custo para a identificação e sintetização destas substâncias. Enfim, a utilização de feromônios seja no monitoramento ou no controle propriamente dito dos insetos-praga presentes em diferentes culturas torna-se a base para manejo integrado de pragas.