Domingo: um convite pessoal do Senhor

Celebrar o domingo não como um dia a mais, ou como um dia de descanso é um desafio muito grande, quando são oferecidas a todos oportunidades diversas de distração. Distrair-se unicamente com passeios e divertimento seria um subterfúgio para “correr” de Deus? Esqueceu-se da consciência do preceito dominical? Talvez falte um pouco mais de formação, que ofereça o verdadeiro sentido do domingo como um convite feito pelo próprio Deus.
A palavra “domingo” vem do latim Dies Domini, que quer dizer: Dia do Senhor. Dominicum (em latim) ou domingo (em português) é o dia de Jesus Cristo, o Senhor Ressuscitado; é o dia da Igreja; é o dia da comunidade; da vida nova; da alegria e da vitória.

Há pessoas que participam de grupos em suas paróquias, que se dizem cristãs, mas que se aborrecem na missa. Chegam até a dizer uma frase que se converteu no título de um livro: “A missa me dá tédio”. Verdade seja dita: quem participa da missa de forma habitual e interessa-se em conhecê-la, parte por parte, interioriza a própria fé e enriquece-a com os valores do Evangelho. Já quem com pouca frequência participa da missa dominical perde algo fundamental no seguimento de Jesus. Algo que, quando for encontrado, encherá o descobridor de imensa alegria: a alegria de deparar-se com Deus nos irmãos. É importante ter cuidado para não descobrir isso tarde demais. O tempo passa e deixa saudades: “a graça passa e não volta mais” dizia Santo Agostinho.

Por quais motivos uma parcela considerável de pessoas não participa da eucaristia todos os domingos? Seria o cansaço excessivo? O trabalho também aos domingos? A falta de padres nas comunidades?
Afinal, é obrigação do cristão-católico ir à missa todos os domingos? Para responder a essa questão, é bom utilizar-se de outra pergunta: é obrigatório você sair com seus amigos todos os finais de semana? Parece correto que, para manter os laços de amizade, você precisa cultivá-la: conversando, saindo junto, enviando e-mails, dando telefonemas… Logo, para manter a amizade, o elo vivificado com Deus, faz-se necessário também encontrar-se com os irmãos, com Jesus, na eucaristia, com frequência.

Para quem quiser deixar de entediar-se nas celebrações: proponha-se em empregar mais atenção em tudo o que acontece durante a celebração, instruindo-se, se preciso for, acerca de alguns ritos que porventura não tenham ficado compreensíveis. Não esqueça, porém, de que o mistério é algo muito presente na liturgia. Sabendo disso, você irá participar e gostar de estar naquele momento celebrativo em comunidade. Uma pena, que muitas vezes admira-se quem preside a celebração, os cantores, várias coisas, distraindo-se e “correndo” do foco central que é Jesus Cristo.

Por mais monótona que seja a celebração (leituras mal feitas, cantos chatos, pregações não atraentes…), é importante participar com fervor, pois, mesmo que as missas lhe pareçam pouco atraentes, têm a presença do Ressuscitado. O importante é ver e contemplar o invisível.
Se você é cristão, participe com assiduidade, como é normal para alguém que deseja seguir Jesus. Se você não participa da vida de igreja, se você não participa da missa dominical, você não será cristão de verdade, convicto, responsável, atento às responsabilidades, principalmente a de alimentar o espírito com a palavra e a eucaristia.

Qual o tempo que você reserva para Deus? Muita gente reserva a 25ª hora do dia… A “fé” é uma planta frágil: se não for regada e zelada com muito carinho e cuidado, vai “secando” e até pode morrer. Para que não venha a secar, alguém pode perguntar-se: rezar sozinho não basta? Pois bem, a eucaristia é diferente da oração individual. Não a substitui, e sim, a complementa, enriquece.

A eucaristia é uma “reunião”. Não existe grupo humano, que não se reúna. Os cristãos reúnem-se para aprofundar e para garantir sua identidade e fé. Não se pode ser cristão sozinho. O próprio Jesus viveu em grupo, ia à sinagoga. Que pai gosta que o filho fale com ele sem se relacionar com os irmãos? Deus certamente pensa assim também.
Escreveu o papa João Paulo 2º em um de seus livros, citando o Evangelho de Marcos: “Coragem! Levanta-te, Ele te chama” (10, 49).