Conselho de classe participativo

O conselho de classe participativo, como ferramenta para o aperfeiçoamento do processo escolar e melhoria da qualidade do ensino – conforme preconiza a resolução 023/2000/CEE -, tem esbarrado em posturas antigas e na troca de acusações entre educadores e estudantes. O professor acusa o aluno de ser único responsável pelo seu fracasso (não quer nada, não tem disciplina, etc.), e o aluno acusa o professor de contribuir para isso: é o conteúdo desinteressante, a aula maçante, o relacionamento difícil.

A superação deste conflito exige compreender o conselho, como: 1) uma avaliação coletiva (com participação de pais e alunos) cujo objetivo principal é a melhoria da aprendizagem do aluno e do trabalho do professor. Para tanto, é preciso: a) substituir as citadas acusações por cooperação; b) a partir dos resultados do bimestre em avaliação, projetar o seguinte; 2) verificar se as metas elencadas pela escola, no início do ano, estão sendo alcançadas. E, se não estiverem, verificar se foi feito aquilo a que se propôs.

Por isso, o conselho de classe deve ser composto de, pelo menos, três momentos: 1) O do levantamento dos resultados do bimestre em questão quanto à evasão, repetência, falta dos alunos e dos professores, através de instrumento-padrão, pela secretaria da escola; 2) O da decisão coletiva sobre o que fazer para superar as deficiências detectadas nos indicadores referidos. Exemplificando, o que deve fazer: a) o professor, para que o aluno que reprovou possa recuperar-se no bimestre seguinte (realizar monitorias, trabalho diversificado, correção coletiva, reforços com exercícios individuais), melhorar, se necessário, a motivação, a metodologia, a avaliação, a assiduidade);

b) o próprio aluno (melhorar assiduidade e disciplina, concentrar-se nas aulas, dedicar-se mais ao estudo em casa); c) os pais (interessarem-se pelo que o filho faz na escola, disciplinarem e acompanharem as tarefas de casa, comparecendo na escola, para cobrar disfunções da direção, dos professores, sempre que necessário; d) a própria escola (orientar o aluno, trabalhar os hábitos de estudo, solicitar a presença dos pais, preparar ambientes que estimulem a boa convivência e os estudos); 3) Fazer o que foi decidido no item anterior.

Enfim, todos os segmentos saem do conselho de classe comprometidos com tarefas que objetivam o sucesso dos alunos nos bimestres seguintes. Sugere-se, diante disso, que o próprio diretor faça ou designe alguém para cobrar de todos o cumprimento dos citados compromissos. O sucesso escolar exige, fundamentalmente, foco comum, desprendimento de todos os envolvidos, mudança de postura, organização e compromisso.