O Orkut barriga-verde: ADRS – da inovação ao atraso

Ralf Zimmer Júnior
Ex-defensor Público-Geral de SC

Em 2002, o chamado plano 15 levou Luiz Henrique da Silveira à vitória na corrida ao governo do Estado. A novidade na época foi a descentralização, que prometia levar ao interior a estrutura estatal e dividir o centro decisório, construindo a composição do novo “organismo” conforme o “mapa da urna”, ou seja, os cargos deveriam ser preenchidos pelo número de cadeiras que as legendas alcançavam na Assembleia Legislativa.

De lá para cá, as chamadas Secretarias de Desenvolvimento Regional saltaram de 15 para 35 e mudaram de nome – passaram se chamar Agências de Desenvolvimento Regionais (ADR). Perderam prestígio e razão de existir.

Há muito os prefeitos representam os municípios, os deputados, as regiões, e o conselho gestor decide o rumo do Estado. As novas tecnologias (FaceTime,  WhatsApp, teleconferência, entre outras) e a infraestrutura do Estado (melhorias nos aeroportos e estradas) avançaram e reduziram à insignificância as distâncias.

As regionais, outrora novidade como o Orkut, 16 anos depois representam o atraso. Incham a folha de pagamento do Estado, avançando sobre o limite prudencial, sem dizer o custo estrutural, que também sai do bolso do contribuinte.

Resta saber se o aceno do governador em desativar 15 dessas estruturas chegará, e logo, a extinguir as outras 20 excrescências. Caso contrário, não passa de jogo de cena. Vão manter abertas essas perfumarias retrógradas ou terão a ousadia de 2002 para se adequar ao momento e fechá-las? “Com a palavra, o senhor governador”.