Jovens especiais conhecem o ídolo

Cantor Daniel recebe alunas da Associação Vida e Arte, de Tubarão, durante seu show. Acadêmicos da Unisul produziram vídeo que relata a história da paixão da dupla pelo músico sertanejo.

TUBARÃO

Para ser feliz, o que o ser humano precisa? O que faz a vida ser bonita? A resposta está escrita? Quanto custa para o verdadeiro sorriso brotar do coração?…”. No embalo da música “Pra ser Feliz”, do cantor Daniel, as jovens Ana Júlia Dal-Bó e Brunna Farinelli encontraram as respostas indagadas na letra da canção por meio da superação e inclusão.

Apaixonadas pelo “príncipe” sertanejo, as alunas da Associação Vida e Arte, que atende pessoas com deficiência física e mental em Tubarão, desde a infância acompanham o trabalho do cantor, e neste fim de semana realizaram o sonho de encontrá-lo.

Ana Júlia, hoje com 21 anos, tem Síndrome de Willians e há alguns anos frequenta a associação. Ao completar a maioridade, venceu mais um obstáculo e conquistou uma vaga no mercado de trabalho. As canções do cantor fazem parte da sua rotina e da jovem Brunna, também de 21, que possui hidrocefalia e déficit psicomotor.

No último sábado, a Hangar Eventos recebeu o artista que apresentou seus sucessos e proporcionou uma noite especial às duas. Ao saber da história das jovens e do amor delas pelo músico, a casa de eventos e a Agência Experimental de Comunicação da Unisul (Agecom) do Curso de Comunicação da Unisul, firmaram uma parceria por meio da ação dos alunos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da universidade.

Orientados pelos professores Mauro Fucilini e Valéria Braga, produziram, em conjunto com a Singular Vídeos e Vânia Martins, um audiovisual sobre a associação Vida e Arte, mostrando os trabalhos feitos pela instituição e contando a história das duas “princesas” apaixonadas por Daniel e a realização de um sonho: conhecer de pertinho o “príncipe”.

A produção sensibilizou o artista, que recebeu as tubaronenses Ana Júlia e Brunna em seu camarim e ainda as presenteou com um CD e DVD. Durante o show, as jovens foram convidadas a subir ao palco e cantar uma de suas canções preferidas do repertório: “Pra ser Feliz”. A emoção de realizar o tão esperado sonho contagiou ao público. “A alegria delas é fenomenal! Passaram o dia contando do encontro com o Daniel. Mais que realizar um sonho, a ação nos mostrou que é possível vencer barreiras e superar limites”, observa a diretora pedagógica da Vida e Arte, Silvana Castro.

 

Síndrome de Williams
A Síndrome de Williams (SW), também conhecida como Williams-Beuren, foi descrita pela primeira vez no ano de 1961 por John Williams, um médico cardiologista neozelandês. Os médicos relataram quadros clínicos de crianças que apresentavam estenose aórtica supravalvular, retardo mental, face peculiar e hipercalcemia. Sabe-se que esta doença possui etiologia genética e acomete ambos os sexos igualmente. Estima-se que uma a cada 20 mil crianças nasce com a SW. Dentre o quadro clínico apresentado pelos pacientes, é comum a ocorrência de dificuldade de alimentação nos primeiros anos de vida, incluindo vômitos, recusa em alimentar-se, podem apresentar irritação e choro excessivos. A face peculiar é caracterizada por nariz pequeno e empinado, cabelo encaracolado, lábios cheios, dentes pequenos e sorriso frequente (aparência facial “élfica”). É comum que os portadores desta doença apresentem voz anasalada.

 

Hidrocefalia
A hidrocefalia é o acúmulo excessivo de líquido cefalorraquidiano no crânio, que leva ao inchaço cerebral. Indivíduos que sofrem de hidrocefalia podem apresentar problemas de aprendizagem, geralmente associados com dificuldades de concentração, de raciocínio lógico, memória curta, de coordenação, organização, localização no tempo e no espaço, problemas de motivação, puberdade precoce ou dificuldades visuais. Outros sinais que podem surgir são: rápido crescimento da cabeça, tornando-se excessivamente grande; irritabilidade; ataques epiléticos; cefaleia; dificuldades de locomoção; perda das habilidades físicas; alterações de personalidade; êmese; letargia.