Surfista investe R$ 128 milhões em praia artificial com ondas boas o ano inteiro

Quando tinha cinco anos, Nick Hounsfield ganhou sua primeira prancha. O surfe começava a se tornar um esporte popular na Inglaterra e o empreendedor foi um dos jovens que se apaixonou pelo esporte. Todo final de semana, ele ia até a praia para passar horas no mar de Bristol, cidade litorânea do país. Anos depois, o hobby deu origem a uma ideia de negócio inusitada. O empreendedor se prepara para abrir a Wave, uma praia artificial de 280 mil metros quadrados.

Antes de ter a ideia, Hounsfield seguiu os passos do pai e começou a trabalhar com osteopatia, uma prática da medicina alternativa que, segundo seus adeptos, busca ajudar o corpo a se curar sozinho.

O empreendedor tinha um grande interesse na relação entre o estresse e a saúde física — e o impacto positivo do mar nos dois.

Em 2011, depois da morte do pai, o empreendedor decidiu que criaria algo para ajudar a melhorar a saúde das pessoas. A ideia que daria origem à Wave surgiu quando Hounsfield conheceu uma praia artificial na Espanha e decidiu que queria fazer algo igual em Bristol.

O motivo principal da construção seria permitir que as ondas fossem propícias para o surfe o ano todo. Mas a ideia de criar uma praia com ondas artificiais e em qualquer época do ano não é simples de executar.

Embora existam dispositivos para gerar movimentos em lagos, nenhum dos desenvolvidos até hoje gerava ondas suficientes para surfar. Até por isso, segundo a “Wired”, o britânico teve que investir tempo em dinheiro em busca de soluções. 

Também foram necessários dois anos procurando o local ideal e planejando o parque, que terá cerca de 283 mil metros quadrados. Nesse período, o empreendedor também fez as contas e descobriu que, para recuperar os US$ 31 milhões (R$ 128 milhões) em poucos anos, teria que atrair centenas de milhares de surfistas por ano. 

Para atrair essa quantidade de visitantes, o parque teria que oferecer ondas de diferentes tamanhos e velocidades, que funcionariam para iniciantes, intermediários e especialistas.

Mas esse formato não garantiria que as três áreas estariam cheias o tempo todo. Para solucionar esse problema, Hounsfield voltou para a Espanha e conheceu um projeto que fazia a mesma onda atingir os três níveis de aprendizado. Ela começa com dois metros e vai diminuindo até chegar a 50 centímetros. Conforme diminui, uma corrente puxa o surfista de volta, impedindo que os profissionais surfem até os iniciantes. Era tudo que o empreendedor precisava.

Em outubro deste ano, a Wave (“onda”, em tradução literal do inglês) abrirá suas portas. Antes mesmo da inauguração, Hounsfield já negocia para abrir a próxima unidade em Londres.

O parque terá cerca de 400 mil metros quadrados e custará US$ 50 milhões (R$ 208 milhões). O objetivo é abrir mais cinco unidades pelo mundo.