“Só quero dormir em paz”

Nos dois cômodos moram nove pessoas em condições totais de precariedade
Nos dois cômodos moram nove pessoas em condições totais de precariedade

 

Lily Farias
Capivari de Baixo
 
Quem vê a casa de Margareth da Rosa, 51 anos, com apenas dois pequenos cômodos, um quarto de madeira e uma cozinha de alvenaria, não imagina que ali moram nove pessoas. Sua irmã, o sobrinho, um casal de filhos, a nora e três netos menores de 10 anos. Ela mora do bairro Santa Lúcia, em Capivari de Baixo.
 
Para Margareth o tamanho da casa é o que menos importa. O seu grane problema é com a precariedade do quarto onde quase todos dormem, inclusive as crianças. As janelas não têm segurança nenhuma e há buracos na parede que permitem a entrada de ratos. Para piorar, a estrutura está cedendo.
 
“Não sei mais o que fazer. Passo noites em claro espantando os ratos de cima das crianças. Meu maior medo é de um dia dar um vento muito forte e o quarto cair sobre nós”, declara a auxiliar de limpeza.
 
Longe de ter a casa dos sonhos, Margareth enfrenta todos os dias a difícil tarefa de preparar suas refeições em uma cozinha construída do lado de fora casa, entre a sala e a parede do vizinho. O local fica em um minúsculo corredor, onde foi construído um banheiro sem chuveiro, porque não tinha espaço.
 
“Aqui, quando chove muito molha tudo e cria poças de água a ponto de não conseguir entrar”, detalha. A situação de Margareth é delicada, também, do ponto de vista financeiro. Até meses atrás, a única renda que a família tinha para sobreviver era a da irmã, que recebe pensão do marido falecido.
 
“Com apenas um salário mínimo, tínhamos que dar conta de tudo, comprar comida para todos, pagar as contas. Agora melhorou um pouco, mas não sobra dinheiro para melhorar a casa”, lamenta.
 
Dificuldade para comprar comida
Das nove pessoas que moram na casa, apenas três possuem renda fixa. Margareth da Rosa, 51 anos; a irmã pensionista e o filho, que atua como servente de pedreiro. A filha de Margareth precisa cuidar da tia, que sofre de epilepsia, e do primo, que frequenta a Apae.
A nora está à procura de emprego e ajuda a cuidar das três crianças. A renda dos três não é suficiente para comprar comida, remédio para a irmã e o sobrinho, gás, pagar as contas. “Se compramos remédio, não compramos comida. Se compramos gás, não pagamos a conta da água”, enumera.
Mesmo diante de tantos problemas, o maior desejo de Margareth é construir um novo quarto para evitar que os ratos entrem em casa. “Não precisa dar dinheiro. Pode ser o material. Só quero dormir em paz sem ter que tirar ratos de cima da minha cama”, pontua a auxiliar de limpeza de Capivari de Baixo.
 
Como você pode ajudar 
Além de lidar com as dificuldades de acolher oito pessoas em sua casa, Margareth da Rosa, 51 anos, preocupa-se com a saúde da família. Todos já ficaram doentes por causa dos bichos que entram em casa, como ratos e baratas. 
“Não é só rato, tem muito sapo, lagartixa, barata. Uma de minhas netas já teve um problema na pele por causa das baratas nas roupas”, revela, assustada. 
Além de pedir doações para poder arrumar a casa, que está quase caindo, Margareth conta também com a ajuda da comunidade para receber roupas, principalmente para os netos, duas meninas de 3 e 4 anos e um menino com 9. Quem tiver puder e quiser ajudar de alguma forma, pode entrar em contato com Margareth por meio do telefone 9175-7722.