Simpatectomia: Alternativa para o suor excessivo

Carolina Carradore
Tubarão

Mãos suadas, rosto molhado e aquela roda enorme – e constrangedora – embaixo da blusa. Se você tem esses sintomas na maior parte do tempo, pode sofrer de hiperidrose, uma condição caracterizada pela transpiração acima do normal.
Uma alternativa que pode trazer mais qualidade de vida a quem sofre com a hiperidrose é a simpatectomia torácica. Na região, o único médico que realiza o procedimento cirúrgico é o gastroenterologia Darlan de Medeiros Kestering. Ele explica que a simpatectomia é uma operação simples.

Duas incisões são feitas no tórax (uma de cada lado) e, com o auxílio de uma câmera, são cortados os nervos que regulam a produção de suor nas palmas, axilas e cabeça. “A cirurgia dura, em média, 30 minutos e em três dias o paciente já pode voltar às suas atividades normais”, esclarece o médico.
Após a operação, cerca de 30% dos pacientes têm a chamada sudorese compensatória. O suor ocorre em outra parte do corpo, mas costuma ser discreto e não interfere na vida dos pacientes.

Saiba mais
O suor é necessário para o controle da temperatura corpórea, especialmente durante o exercício ou sob temperaturas mais elevadas do ambiente.

Hiperidrose
A hiperidrose é o suor excessivo principalmente as mãos, pés, axilas e face. Trata-se de um distúrbio que acomete entre 0,5% a 1% da população mundial. A hiperidrose causa grande desconforto e pode alterar o comportamento psicossocial do indivíduo. Muitas pessoas portadoras deste distúrbio têm vida social limitada.

“Minha vida mudou 100%”

Um simples aperto de mão era visto como um grande sacrifício para psicóloga Scheyla Froese, 28 anos. Desde a idade escolar, a tubaronense convivia com o suor excessivo nas mãos e nos pés, fato que lhe gerava desconforto e constrangimento.

“Eu não podia nem assinar um documento que molhava o papel. Minha mão pingava o tempo todo. Não aprendi a fazer nenhum trabalho manual, pois tudo incomodava”, recorda.

Junto com a mãe, procurou todos os recursos possíveis para, pelo menos, amenizar a situação. “Fomos de endocrinologistas até benzedeiras. Tudo que me falavam que poderia diminuir o problema eu fazia, mas nada adiantou”, admite.

Aos 16 anos, Scheyla soube da existência da simpatectomia torácica. Mas foi só em 2006 que teve condições de realizar o procedimento. “Minha vida mudou 100%. Já saí da mesa de cirurgia com as mãos secas, minha autoestima melhorou e hoje já faço coisas que até então o suor excessivo me impedia”, confere a psicóloga.

Scheyla chegou a ter suor compensatório, um efeito pós-operatório esperado, mas que para ela é algo irrisório perto do problema que enfrentava antes. “Sinto um pouco de suor na barriga, mas é tão pequeno que nem me incomoda”, garante.