Roubo na Petrobras: Quatro acusados não sabiam que os dados eram sigilosos

Brasília (DF)

A Polícia Federal (PF) informou que os quatro suspeitos de terem roubado os laptops e discos rígidos da Petrobras, no fim de janeiro, não sabiam que dentro havia informações sigilosas da estatal petrolífera. A prisão foi confirmada ontem pela PF, bem como a recuperação dos itens furtados.

Nos equipamentos havia informações sísmicas do megacampo de Júpiter, recém-descoberto pela Petrobras, e do qual ainda não há informações claras sobre o tamanho. A importância dos dados fizeram a polícia e o governo levantarem a possibilidade de o furto dos equipamentos ter sido feito por pessoas interessadas nas informações sigilosas.

“Os ladrões são pessoas de pouca instrução, que não tinham noção das informações contidas no material roubado. Diante disso, afirmamos com clareza que se trata de crime comum. Está absolutamente descartada a hipótese de espionagem”, afirmou o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, delegado Valdinho Jacinto Caetano.

Os suspeitos
Alexandro de Araujo Maia, Éder Rodrigues da Costa, Michel Nello da Costa e Cristiano da Silva Tavares são funcionários da empresa Briclog, que prestava serviços à Petrobras. Eles foram detidos em suas residências. Também foram encontrados outros equipamentos, alguns usados para fins pessoais.
De acordo com Caetano, os vigilantes praticavam pequenos furtos desde setembro do ano passado. “Como a rotatividade de equipamento é muito alta, e os furtos eram pequenos, a Petrobras, às vezes, nem notava”.

Caetano informou que a equipe da PF continua à procura de outros equipamentos da Petrobras repassados pelo grupo – um laptop teria sido vendido por R$ 1,5 mil. Segundo o delegado, os quatro acusados serão enquadrados no crime de roubo e formação de quadrilha. Os possíveis receptadores serão investigados e também poderão ser indiciados.