Pequenas ‘jornalistas’ revelam dados preocupantes

Bertoldo Weber
São Ludgero

Dias atrás, as pequenas cidadãs Eloiza Souza da Cruz, 10 anos, Emanuela Mattei, 11, e Milena Cipriano, 9, brincavam de jornalista. O assunto discutido entre o grupinho era aquilo que mais viam na TV: a violência. A mãe de uma delas viu a brincadeira e sugeriu que elas fossem para a rua, no bairro Dona Jordina, em São Ludgero, pois assim fariam na prática o trabalho de um jornalista.

E elas foram. A pergunta feita para os entrevistados era sobre o que os vizinhos pensam da polícia que mata pessoas inocentes sem querer. O resultado da ‘pesquisa’ foi surpreendente. A iniciativa, organização e preocupação das garotas é elogiável. Já o resultado, surpreendente. Elas levantaram o debate sobre a questão dos pais darem exemplo no dia-a-dia e tirarem um tempo para ouvir e levar mais a sério o que os filhos pensam.

“O que mais me deixou revoltada foi que meu próprio pai não levou a sério sobre o que pretendíamos fazer”, desabafa Emanuela. Já Eloize e Milena dizem que a melhor coisa que ocorreu foi que as pessoas deram muita atenção a elas e ao que faziam. “Pensamos que as pessoas não iriam dar atenção. E ocorreu o contrário. As pessoas nos ouviram e tiraram tempo para responder a nossa pergunta. Percebemos que elas falaram o que achavam de verdade. Algumas até falaram coisas que não entendemos direito, mas tudo bem, foi ótimo mesmo assim”, comemora Milena.