“Não será decretado estado de emergência”

Vários carros ficaram amassados após a chuva de granizo. Foto: Maycon Vianna/Notisul
Vários carros ficaram amassados após a chuva de granizo. Foto: Maycon Vianna/Notisul

Maycon Vianna
Tubarão

Além de todo o trabalho nas ruas para recuperar casas detalhadas, os integrantes da Defesa Civil de Tubarão tiveram que enfrentar mais um problema: cerca de 20 pessoas estiveram em frente à sede da instituição para reivindicar a liberação do dinheiro depositado no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), ontem, durante o dia. O telefone do órgão municipal não parou de tocar. De acordo com o secretário da pasta, Rafael Marques, isso não será possível. “Não tem como decretar estado de emergência. Existem critérios para a liberação do FGTS relacionados a danos pessoais, ambientais, em diferentes níveis de uma catástrofe. Não adianta insistir”, avisa Rafael.

Um dia depois do temporal que causou destelhamentos em algumas residências da cidade, os responsáveis pela Defesa Civil do município contabilizaram 60 casas atingidas e aproximadamente 500 pessoas afetadas após as fortes chuvas. “A localidade mais prejudicada foi o bairro Oficinas. O Centro, Humaitá e a Madre também tiveram casas que sofreram danos. Disponibilizamos lonas e ficamos o dia inteiro nas ruas trabalhando para ajudar a população”, informa a coordenadora municipal de proteção e defesa civil, Elna Fátima Pires de Oliveira.

Uma residência localizada na Área Verde está sob análise e pode ser interditada. “O imóvel já tinha sido atingido durante a tempestade da quarta-feira da semana passada. Já conseguimos lonas para cobrir o forro, mas as paredes estão rachadas. Vamos procurar ajuda para a família com a assistência social do município”, revela Elna.

Carros são atingidos por granizo e proprietários sofrem com prejuízo

As fortes chuvas de pedra que caíram sobre Tubarão, Capivari de Baixo, Pescaria Brava e outros municípios vizinhos da região, na tarde desta quarta-feira, causaram estragos considerável nos automóveis que ficaram fora de locais cobertos. Só em uma empresa de reparos de veículos de Tubarão, o aumento da procura pelos serviços praticamente triplicou. “Com a intensidade da chuva e um maior tempo de exposição às pedras de gelo, muitos carros ficaram danificados. Os prejuízos giram em torno de R$ 4 mil por automóvel. Teve um cliente, proprietário de um Ford Fusion, que desembolsou R$ 6 mil para consertar o seu veículo”, destaca o proprietário do Martelinho de Ouro, Alexandre Teodoro Montanaro.
Os danos concentraram-se no capô, teto e a parte traseira. “Nosso trabalho é desamassar. Não tivemos casos em que precisou refazer a pintura. Tem que analisar porque, às vezes, o seguro pode ser acionado. As pessoas precisam ficar atentas na irregularidade do clima”, orienta Alexandre.

O vendedor Rangel Barreto levou um susto ao ver o seu carro todo amassado. “Não imaginava que ia doer tanto no bolso. Fiquei pasmo ao perceber o estrago. Tenho um Palio novo e o prejuízo deve ser de R$ 1 mil, por baixo”, lamenta Rangel.