Mostra fotográfica: Lagunense expõe em museu da capital

Bruno Espíndola reuniu 26 fotos sobre ladrilhos produzidos de maneira artesanal.

Laguna

O lagunense Bruno Espíndola, estudante de arquitetura, está apresentando a exposição “Ladrilhos de Santa Catarina” no Palácio Cruz e Sousa, em Florianópolis, até 28 de maio. A mostra fotográfica trata de ladrilhos hidráulicos produzidos de forma artesanal e que fazem parte do patrimônio edificado de diversas cidades catarinenses.

Bruno Espíndola aliou o gosto pela fotografia e o interesse pelo patrimônio histórico para produzir fotografias de ladrilhos de Imbituba, Laguna, Pescaria Brava, Tubarão e Florianópolis. Além de exibir os desenhos, as cores e composições dos ladrilhos hidráulicos, a exposição estimula uma reflexão sobre a perda desse patrimônio arquitetônico, muito utilizado no século passado para embelezar calçadas e edificações.

No processo de modernização das cidades, o uso desse revestimento foi substituído por pisos cerâmicos, mais baratos e produzidos em larga escala. “Mesmo em áreas tombadas, os ladrilhos são retirados ou cobertos sem o cuidado de preservação dessa identidade. E as cidades vão ficando uniformizadas, todas iguais”, constatou o fotógrafo.

A mostra reúne 26 imagens, com uma contribuição do estudante da Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc) Eduardo Petry. Alguns desses ladrilhos já não existem mais nos lugares em que foram fotografados. “É muito comum que durante a reforma de edifícios históricos sejam encontradas camadas de ladrilhos hidráulicos por baixo”, comentou Espíndola.

O estudante recebeu convites para levar a exposição a outras cidades do estado e pretende aproveitar a oportunidade para enriquecer seu acervo de imagens. Outro projeto futuro é a publicação de um catálogo ilustrado sobre os ladrilhos de Santa Catarina.

No século passado, Laguna teve fábricas de ladrilhos hidráulicos
Os ladrilhos hidráulicos são fabricados artesanalmente, um a um. A massa de cimento colorida é aplicada sobre moldes de ferro, depois a peça é prensada (prensa hidráulica, daí o nome) e colocada para secar.
Apresentado em peças de 20 cm x 20 cm, o ladrilho foi um dos primeiros elementos arquitetônicos a ser padronizado. Em meados do século 20, Laguna teve fábricas de ladrilhos hidráulicos, o que contribuiu para a formação do acervo presente em edificações e passeios públicos da cidade e do Estado. A experiência na fabricação desses pisos artesanais foi trazida para o Brasil pelos imigrantes europeus.