Morre Neil Peart, baterista do Rush

Neil Peart, baterista do lendário power trio canadense Rush e uma lenda no seu instrumento, morreu na terça-feira passada em Santa Monica, California. Tinha 67 anos e sofria de câncer no cérebro. A informação é da revista americana Rollling Stone.

Nascido na cidade canadense de Hamilton, Peart inicialmente entrou no universo da música ao estudar piano. Mas nunca demonstrou muito apreço pelo instrumento. Quando tinha catorze anos, seus pais o presentearam com uma bateria. Peart participou de alguns grupos na adolescência. Mas sua vida mudou – e a trajetória do rock – em 1975, quando se uniu ao baixista e vocalista Geddy Lee e ao guitarrista Alex Lifeson, do grupo Rush.

Fly By Night, álbum que marcou a estreia de Peart, definiu um novo patamar sonoro para o rock. Embora os vocais esganiçados de Lee tenham causado ódio na crítica especializada, a bateria de Peart sempre se destacou. Ele também era um grande letrista, com temas especializados em ficção-científica (2112, de 1976), a banalidade das rádios (Spirit of the Radio, do disco Permanent Waves, de 1980), e bullying escolar (Subdivisions, do álbum Signals, de 1982). Sua destreza na bateria era lendária – seja nos solos, na maneira em que jogava a baqueta no ar e pegava no tempo certo para reiniciar a canção ou mesmo em batidas como La Villa Strangiato, considerada um dos desafios para qualquer baterista.

O baterista sofreu duas tragédias pessoais. Em agosto de 1997, sua filha Selena Taylor morreu num acidente de trânsito. Dez meses depois, sua mulher, Jacqueline Taylor, sucumbiu a um câncer. Peart curou-se da perda tirando férias sem tempo determinado e rodando o Canadá e os Estados Unidos em sua motocicleta. As viagens renderam um livro chamado A Estrada da Cura. Em setembro de 2000, ele casou-se novamente com a fotógrafa Carrie Nuttall.

Em dezembro de 2015, Neil Peart anunciu sua aposentadoria. Lee e Lifeson decidiram encerrar as atividades do Rush. Na época comentou-se que ele não tinha mais condições físicas para seguir tocando bateria. Provavelmente eram sinais do câncer.