Ministro da justiça nega ‘cabo-de-guerra’ contra a Espanha

Brasília (DF)

Depois da repatriação de brasileiros a pedido da Espanha, o ministro da justiça, Tarso Genro, negou ontem que tenha se criado um “cabo-de-guerra” entre os dois países. De acordo com ele, cada país aplica soberanamente a sua legislação, mas o Brasil espera que seus cidadãos recebam das autoridades de outros países o mesmo tratamento que os estrangeiros recebem aqui.

“Queremos que os brasileiros, lá na Espanha, tenham o mesmo tratamento digno, sóbrio, respeitoso, que tem qualquer estrangeiro que chega no Brasil”, afirma. Tarso Genro assegurou que, se for necessário, a legislação será olhada com mais atenção. “Esse trabalho sempre é feito por amostragem, então, pode-se aumentar a amostragem num determinado momento para que as negociações ocorram, através do Itamaraty, de maneira tranqüila, e vai se chegar a um ponto de estabilidade”, garante.

O ministro da justiça ressaltou que não há instabilidade nas relações entre os dois países e acredita que a situação incômoda entre Brasil e Espanha deve se normalizar. “Os países têm que exercer soberanamente essa atividade. O Brasil as exerce de maneira mais ou menos rigorosa, dependendo do período, mas não há nenhuma crise de relacionamento do governo brasileiro com o espanhol e temos absoluta certeza de que isso tende a se ajustar”, afirmou.

Eleições na Espanha
O ministro da justiça, Tarso Genro, considerou “altamente positiva” para a União Européia e para o Brasil a vitória do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), do presidente José Luis Rodríguez Zapatero, que, segundo ele, tem uma excelente relação com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva há anos.