‘Minha filha adotiva de 9 anos era uma mulher de 22 anos’, diz mãe

A mãe Kristine Barnett, 45 anos, e seu ex-marido Michael Barnett, 43 anos, foram parar nos portais de notícias do mundo inteiro na semana passada. Tudo começou após o jornal norte-americano The Washington Post relatar que o ex-casal, que é americano, está respondendo por negligência e abandono de incapaz nos Estados Unidos.

Eles teriam abandonado sua menina adotiva de onze anos, chamada Natalia, em uma casa nos Estados Unidos e se mudado com os dois filhos biológicos para o Canadá. Para tornar a situação ainda mais difícil, a menina Natalia tem um tipo de nanismo que faz com que ela tenha maior dificuldade para se locomover. O caso ocorreu em 2013 após Kristine e Michael terem mudado a data de nascimento de Natalia na certidão de nascimento de 2003 para 1989! Assim, ela que estava sendo tratada como uma criança de cerca de 10 anos passou a ser uma mulher de 22 anos.

Kristine conseguiu mudar a certidão de nascimento legalmente e não foi explicado exatamente como ela conseguiu isso. O casal deixou a menina em uma casa onde pagavam apenas o aluguel do local e ela precisou se manter com o restante das necessidades.

Nesta segunda-feira (23/09), Kristine quebrou o silêncio e concedeu uma entrevista ao jornal britânico Daily Mail. Ela acaba de ser solta após ter se entregado para a polícia e pago uma fiança de 5 mil dólares. Seu ex-marido e pai de seus filhos também foi preso.

Na entrevista para o Daily Mail, Kristine explicou que eles adotaram Natalia porque ela não podia mais engravidar naturalmente após complicações sérias nas gestações anteriores. A menina era da Ucrânia e estava nos Estados Unidos há dois anos quando foi adotada. A adoção ocorreu em maio de 2010 e o casal foi informado que a menina tinha seis anos de idade. Na certidão de nascimento dela constava que ela nasceu no dia 4 de setembro de 2003.

Contudo, assim que Natália começou a viver com a família, Kristine alega que observou situações que não condiziam com sua suposta idade. “Quando eu fui dar banho nela, por exemplo, notei que ela estava cheia de pelos pubianos. Eu fiquei chocada, claramente não era uma menina de seis anos. Depois vi que ela tinha todos os dentes permanentes e já menstruava. Com o passar do tempo eu notei que ela não crescia um centímetro sequer e crianças, mesmo as com nanismo, devem crescer pelo menos um pouco”, contou Kristine na entrevista.

Ela afirma que em janeiro de 2012 levou a filha ao médico e um exame de densidade óssea apontou que ela tinha 18 anos e não os 11 anos que sua certidão de nascimento dizia. Alguns meses depois, Kristine alterou a certidão de nascimento da filha alegando que ela tinha 22 anos.

Contudo, análises de outros médicos, que são as que se têm registradas na justiça, apontaram idades de uma criança. Em junho de 2010 um exame feito pelo Dr Riggs do Peyton Manning Children’s Hospital apontou que Natalia tinha oito anos. Enquanto um outro exame de densidade óssea feito dois anos depois apontou que ela tinha 11 anos.

Kristine insiste que Natalia é uma adulta e que ainda estava ameaçando matar sua família. “Ela é uma mulher com sérios problemas mentais, eu já a vi colocando água sanitária no meu café. Ela dizia que queria nos matar, às vezes acordávamos e encontrávamos ela nos olhando. Tivemos que esconder todos os objetos pontiagudos da casa. Mesmo assim quando eu a deixei nos Estados Unidos ainda fiquei pagando seu aluguel e a ajudei a mobiliar a casa. Eu fiz tudo que uma mãe faria por seu filho jovem adulto, ela estava preparada para morar sozinha”, afirma Kristine.

Natalia foi vista pela última vez em 2016 e está desaparecida desde então. Antes de sumir, foi a própria Natalia que em 2014 relatou para a polícia que tinha 12 anos e que seus pais a haviam deixado sozinho na casa e se mudado para o Canadá. “Eu acho que ela pode ter voltado a fingir ser uma criança para alguma outra família, pois eu achei um vestidinho rosa na casa que alugava para ela”, concluiu Kristine. O caso segue sendo investigado pela polícia.